segunda-feira, 31 de maio de 2010

Lidando com Filhos Desobedientes (1)



12 FORMAS DE AMAR OS VOSSOS FILHOS DESOBEDIENTES

O artigo que se segue foi escrito pelo meu filho Abraham, que fala com a sabedoria da experiência e das Escrituras. Li-o com lágrimas e gargalhadas. É um artigo tão emocionante que lhe perguntei logo se podia partilhá-lo com a Igreja e com, a ainda mais vasta, comunidade cristã. Não há alegria maior do que a de ver os vossos filhos a caminhar na verdade – e a expressá-la tão bem! O resto não é do Abraham. – John Piper

Muitos pais ficam com o coração partido e completamente perplexos por causa da filha ou do filho que não são crentes. Não fazem a mínima ideia por que é que a criança que criaram toma decisões tão horríveis e destrutivas. Nunca fui um desses pais, mas fui um desses filhos. Reflectindo sobre essa experiência, sugiro estas soluções para vos ajudar a alcançar os vossos filhos desobedientes.

1. Direccionem-nos para Cristo.
O verdadeiro problema dos vossos filhos rebeldes não é drogas, sexo, tabaco, pornografia, preguiça, criminalidade, maldicência, desmazelo, homosexualidade ou fazer parte de uma banda de rock punk. O verdadeiro problema é que eles não vêem Jesus com clareza. O melhor que podem fazer pelos vossos filhos—e a única razão para fazer qualquer uma das sugestões que se seguem—é mostrar-lhes Cristo. Não é um processo simples ou imediato, mas os pecados nas vidas deles, que vos inquietam e que os destroiem, só começarão a desaparecer quando eles virem Jesus de uma forma como ele realmente é.

2. Orem.
Só Deus pode salvar o vosso filho ou filha. Por isso, continuem a pedir-Lhe que se mostre a eles, de forma a que eles não possam resistir a adorá-lo.

3. Assumam que algo está errado.
Se a vossa filha rejeita Jesus, não finjam que está tudo bem.
Para todas as crianças que não são crentes, os detalhes são diferentes. Será preciso que os pais abordem cada detalhe de formas únicas. Contudo, não é aceitável o facto de não os abordarem de todo. Se o vosso filho não é crente, não ignorem esse facto. As férias podem ser mais fáceis, mas a eternidade não o será.

4. Não esperem que eles sejam como Cristo.
Se o vosso filho não é cristão, ele não vai actuar como tal.
Vocês sabem que ele abandonou a fé, portanto não esperem que ele viva pelas normas segundo as quais o criaram. Por exemplo, vocês podem sentir-se tentados a dizer: «Sabemos que é difícil para ti acreditar em Jesus, mas não consegues pelo menos admitir que embebedares-te todos os dias é pecado?»
Se ele está com dificuldade em acreditar em Jesus, então há muito pouco significado em admitir que a embriaguez está errada. Querem protegê-lo, pois. Mas a falta de crença dele é o problema mais perigoso—e não o facto de andar sempre em festas. Por mais que o comportamento de falta de crença do vosso filho se mostre, façam sempre questão de se concentrarem mais na doença do coração do que nos sintomas da doença.

5. Recebam-nos de braços abertos em casa.
Porque a preocupação maior não são as atitudes do vosso filho, mas sim o coração dele, não criem muitas exigências para que ele volte para casa. Se ele sentir alguma suspeita ao estar convosco, isso é Deus a dar-vos uma oportunidade de o amar de volta para Jesus. Obviamente há algumas instâncias em que devem dar ultimatos: «Não entres nesta casa se estiveres...». Porém, instâncias como essas acontecem raramente. Não reduzam as probabilidades de estar com o vosso filho ao impor demasiadas regras.
Se a vossa filha cheirar a erva ou a tabaco, borrifem o casaco dela com 'Febreze' e mudem os lençóis quando ela sai, mas deixem-na vir para casa. Se descobrirem que ela está grávida, comprem-lhe ácido fólico, levem-na à ecografia na 20.ª semana de gravidez, protejam-na do Planeamento Familiar e, custe o que custar, deixem-na vir para casa. Se o vosso filho ficar falido porque gastou o dinheiro todo que lhe emprestaram em mulheres da vida e bebidas caras, então perdoem-lhe a dívida como também vocês foram perdoados; não lhe deêm mais nenhum dinheiro e deixem-no vir para casa. Se ele não aparece há uma semana e meia porque tem ficado em casa da namorada peçam-lhe para não ir mais e, deixem-no vir para casa.

6. Incentivem-nos mais vezes do que as que os repreendem.
Sejam gentis com o desapontamento.
O que mais vos preocupa é o facto do vosso filho se estar a destruir a si próprio, e não o facto de ele estar a quebrar as regras. Tratem-no de forma a que ele perceba isso. Provavelmente ele sabe—principalmente se foi criado como cristão—que o que anda a fazer está errado. E, definitivamente, ele sabe que vocês pensam isso. Portanto, o vosso filho não precisa que vocês lho digam. Ele precisa de saber como vocês vão reagir ao mal dele. A vossa indulgência bondosa e esperança dolorosa mostrar-lhe-ão que vocês confiam realmente em Jesus.
A consciência dele, por si só, pode condená-lo. Os pais devem permanecer compreensivos e firmes, vivendo sempre na esperança de que o filho volte.

7. Façam com que os vossos filhos contactem com crentes que conseguem aproximar-se mais deles.
Há dois tipos de acesso ao vosso filho que podem não conseguir ter: geográfico e relacional. Se o vosso filho desobediente vive longe, tentem encontrar um crente convicto na zona onde ele vive e peçam-lhe para contactar o vosso filho. Isto pode parecer intrometido, estúpido ou embaraçoso para ele, mas vale a pena—especialmente se o crente que encontrarem se consegue relacionar também emocionalmente com o vosso filho numa forma que vocês não podem.
A distância nas relações pode também ser um efeito secundário do abandono da fé por parte do vosso filho, portanto a vossa relação será ténue e deve ser protegida, se for possível. Mas uma repreensão dura é necessária na mesma.
É aqui que, outro crente com acesso emocional ao vosso filho, pode ser muito útil. Se há um crente em quem o vosso filho confia e, talvez até com quem goste de estar, então esse crente tem a plataforma para dizer ao vosso filho—de uma forma a que ele preste atenção—que ele está a ser um idiota. Isto pode soar severo, mas precisamos muitas vezes de uma chamada de atenção, e as pessoas em quem confiamos são normalmente as únicas que conseguem dar-nos uma repreensão dolorosa de forma a ser um presente para nós.
Muitos miúdos rebeldes fariam bem em ouvir que estão a ser tolos—e é muito raro que os pais lhes digam isto de forma a ajudá-los—portanto, tentem manter outros cristãos nas vidas dos vossos miúdos.

8. Respeitem os amigos dos vossos filhos.
Honrem o vosso filho desobediente da mesma forma que honrariam qualquer outro descrente. Eles podem andar com grupos com os quais vocês nem pensariam em falar ou até mesmo olhar, mas tratam-se dos amigos do vosso filho. Respeitem isso—mesmo que o relacionamento se baseie no pecado. Eles são más influências para o vosso filho, sim. Mas ele também é má influência para eles. Nada se resolverá pelo facto de tornarem evidente que não gostam de quem anda com quem.
Quando o vosso filho aparece com outra namorada para uma festa de aniversário familiar—uma pessoa que nunca viram e que provavelmente nunca mais vão ver—sejam hospitaleiros. Ela também é a filha desobediente de alguém, e ela também precisa de Jesus.

9. Enviem-lhes e-mails.
Agradeçam a Deus pela tecnologia que lhes permite estar tão facilmente presentes nas vidas dos vossos filhos!
Quando lerem algo na Bíblia que os incentive e os ajude a amar mais Jesus, escrevam-no e enviem-no ao vosso filho. A melhor exortação para eles são os exemplos positivos da alegria de Cristo na vossa própria vida.
Não entre em stress quando estiver a elaborá-los, como se cada um deles precisasse de ser unicamente poderoso. Apenas tirem um após o outro, e deixem que o efeito cumulativo da vossa satisfação em Deus se reuna na caixa de correio electrónico do vosso filho. A palavra de Deus nunca é proclamada em vão.

10. Levem-nos a almoçar fora.
Se possível, não deixem que a única interacção com o vosso filho seja apenas electrónica. Passem tempo juntos, cara a cara, se puderem. Podem pensar que isto é desconfortável e stressante, mas acreditem que é pior estar no lugar do vosso filho—ele está a viver esse mesmo desconforto, mas com culpa. Portanto, se ele se quer encontrar com vocês para almoçar, agradeçam a Deus, e façam uso dessa oportunidade.
É quase hipócrita falar sobre a rotina dele, porque aquilo que vos importa realmente é a vida eterna dele; mas tentem na mesma. Ele precisa de saber que se importam com tudo o que lhe diz respeito. Então, antes de acabar de almoçar, rezem para que o Senhor lhes dê a coragem de perguntar sobre a alma dele. Não sabem como ele vai responder. Será que ele vai revirar os olhos como se vocês fossem idiotas? Será que se vai zangar e ir embora? Ou será que Deus tem trabalhado nele desde a última vez que falou com ele? Se não perguntar, nunca vai saber.
(Eis aqui uma nota para os pais de crianças pequenas: estipulem saídas regulares para irem comer fora com os vossos filhos. Não só será uma experiência valiosa para ambos, como também, se alguma vez os vosso filhos entrarem na crise da insubordinação, a tradição de se encontrarem com eles já existirá e não será estranho convidá-los para ir comer fora. Se o filho estiver habituado, desde pequenino, a ir comer fora com o pai aos Sábados, será muito mais difícil para ele recusar um convite do pai—mesmo para um confiante rapaz de 19 anos.)

11. Interessem-se por aquilo que eles querem conseguir.
É provável que se a vossa filha está a rejeitar Cristo de propósito, então a forma como ela passa o tempo irá provavelmente decepcioná-los. Contudo, encontrem valor nos interesses dela, se possível, e incentivem-na. Vocês foram assistir às peças da escola dela e aos jogos de futebol quando ela tinha 10 anos; o que poderão fazer agora que ela tem 20 para mostrar que realmente ainda se interessam pelos interesses dela?
Jesus passou tempo com cobradores de impostos e prostitutas, e nem sequer era familiar deles. Imitem Cristo sendo o tipo de pais que poem os tampões dos ouvidos no bolso e que vão para o centro da cidade, à pequena discoteca fria e húmida, onde vai ser o espectáculo de lançamento do CD da vossa filha. Incentivem-na e nunca párem de rezar para que ela comece a usar os dons dela para a glória de Jesus, em vez de para a sua própria glória.

12. Apontem-lhes Cristo.
O mais importante é que isto não seja demasiado stressante. Nenhuma estratégia para alcançar o vosso filho, ou filha, surtirá qualquer efeito duradouro se o objectivo subjacente não for ajudá-los a conhecer Jesus.
Jesus.
Não reze para que eles voltem a ser bons miúdos outra vez; para que cortem o cabelo e comecem a tomar banho; para que venham a gostar de música clássica em vez de deathcore; para que deixem de se sentir envergonhados no estudo semanal da Bíblia; para que votem no partido conservador outra vez nas próximas eleições; nem para que possam dormir à noite ao saber que os vossos filhos não vão para o inferno.
A razão mais importante para rezar por eles, recebê-los de braços abertos, pleitear com eles, enviar-lhes e-mails, comer com eles ou interessarem-se pelo que eles se interessam é para que os olhos dos vossos filhos se abram para Cristo.
E não só Cristo é o único objectivo—ele é também a única esperança. Quando eles virem a maravilha que é Jesus, a satisfação será refinada. Ele substituirá a patética vaidade do dinheiro, o louvor ao homem ou ao estatuto ou ao orgasmo em que estão a delimitar as suas vidas eternas neste momento. Só a sua graça pode retirá-los dessas buscas arriscadas e prendê-los com segurança a ele—cativos, mas satisfeitos.
Ele fá-lo-á por muitos. Tenham fé e não desistam.
Por Abraham Piper. © Desiring God. Website: desiringGod.org
Original:
12 Ways to Love Your Wayward Child. Website: desiringGod.org
Tradução:
gospeltranslations.org
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A MELHOR FORMA DE PUNIR SEUS FILHOS

Em sua autobiografia, John Paton, missionário escocês em New Hebrides, reflete sobre como seu pai reagia tão eficazmente à desobediência de seus filhos:

Se algo verdadeiramente sério precisava ser castigado, ele primeiro se retirava ao seu “closet” para orar, e nós garotos entendíamos que ele estava colocando toda a questão diante de Deus; e aquilo era a parte mais severa da punição para eu suportar! Eu poderia resistir a qualquer quantidade de punições, mas aquilo falava à minha consciência como uma mensagem de Deus.

Nós o amávamos ainda mais, quando víamos o quanto custava a ele nos punir; e, na verdade, ele nunca teve muito trabalho daquele tipo para com cada um dos onze – éramos governados pelo amor muito mais do que pelo medo (John G. Paton: Missionary to the New Hebrides, p.17, parágrafo adicionado).

Por Tyler Kenney © Desiring God. Website: desiringGod.org
Original:
The Best Way to Punish Your Kids. Website: desiringGod.org
Tradução:
voltemosaoevangelho.com
Permissões:
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domingo, 30 de maio de 2010

O Que é ser Confirmado e Edificado na Fé?



Esta confirmação é o poder habitual da graça, distinto das eventuais confirmações pela influência da graça de Deus. Deus pode em um determinado instante confirmar uma pessoa fraca para que possa resistir a alguma tentação em particular, pela sua livre assistência; entretanto não é disso que o texto fala aqui, mas de uma habitual confirmação em um estado de graça.

Um crente confirmado, ao contrário de um crente fraco, não deve ser avaliado,

1) Pela ausência de todas as dúvidas e temores.

2) Nem pela sua eminência na estima ou observação do homens.

3) Nem por seu poder de memória.

4) Ou por liberdade de expressão na oração, pregação ou discurso.

5) Ou por sua postura e cortesia para com os outros.

6) Nem por seu temperamento quieto, calmo e agradável, e livre de alguma precipitação e paixão a que outros temperamento são mais tendentes.

7) Nem pela capacidade fingida, mas que agrada aos homens, de refrear a língua, impedindo-a de revelar a corrupção da mente, e de suprimir todas as palavras que poderiam fazer com que os outros soubessem quão perverso é o coração. Há muitos dons louváveis e desejáveis, os quais não evidenciam tanto a sinceridade com relação a graça; e muito menos o estado de confirmação e estabilidade.

Confirmação consiste no elevado grau daquelas graças que caracterizam um crente, e este elevado grau se manifesta nas suas práticas:

1) Quando a santidade é como que uma nova natureza em nós, nos dá prontidão para atos santos, nos torna livres e prontos para tais atos, e os torna fáceis e familiares para nós; enquanto que o crente fraco sente dificuldade, e mal consegue compelir e forçar sua mente à estas ações.

2) Quando há constância e freqüência de ações santas; que demonstram vigor e estabilidade de inclinações santas.

3) Quando estas graças mostram-se poderosas para suportar oposições e tentações, podem superar os maiores impedimentos no caminho, tirar proveito de toda resistência e desprezar as mais esplêndidas iscas do pecado.

4) Quando tais graças estão ficando cada vez mais firmes, e inclinam a alma mais e mais próximo de Deus; quando o coração torna-se mais celestial e divino, e estranho para o mundo e para as coisas terrenas.

5) E quando as coisas celestiais são mais doces e agradáveis à alma, e são procuradas e usadas com mais amor e prazer. Todas estas coisas mostram que as operações da graça são vigorosas e fortes, e conseqüentemente mais constantes.

Esta confirmação deve manifestar-se:

1) No entendimento.

2) Na vontade.

3) Nos sentimentos.

4 ) Na vida.

1. Quando a mente de uma pessoa adquire uma maior compreensão das verdades de Deus, e da ordem, lugar e utilidade de cada verdade, com uma convicção mais profunda da veracidade delas e da excelência dos assuntos nelas revelados; quando os olhos se abrem mais para o conhecimento e a fé, e temos uma plena, verdadeira, firme e segura apreensão das coisas reveladas e invisíveis; quando a natureza, razões, propósitos e benefícios da religião estão muito clara, ordenada, adequada e fortemente impressos na mente; então a mente está em um estado confirmado (ou estabelecido).

2. Quando a vontade é dirigida por tal compreensão confirmada; e não está tolamente determinada, sem saber por que; quando o entendimento iluminado firma de tal modo a vontade, que todas as dúvidas, hesitações, vacilações e relutâncias indesejáveis consideráveis, tornam-se coisas do passado, e o homem que está buscando a Deus e sua salvação e evitando pecados conhecidos - como o homem natural está interessado em preservar sua vida e acumular bens e evitar o que lhe é danoso, fome e tormentos; quando as inclinações da vontade para com Deus, os céus e a santidade assemelham-se a sua inclinação natural para o bem como bem, e para sua própria felicidade, e suas ações são tão livres ao ponto de não ter a menor indeterminação, e a serem semelhantes a atos naturais necessários, como são os atos dos abençoados espíritos nos céus; quando as menores sugestões de Deus prevalecem, e a vontade responde a elas com prontidão e prazer, e quando ela se deleita em esmagar toda oposição e tudo o que possa ser oferecido para corromper o coração e atraí-la para o pecado, e afastá-la de Deus; este é um estado de vontade confirmada.

3. Quando os sentimentos procedem de tal vontade, e estão prontos para assisti-la, motivá-la e servi-la, e impulsionar-nos aos deveres necessários; quando os sentimentos menos elevados de temor e tristeza purificam, restringem e preparam o caminho; e os sentimentos mais elevados de amor e alegria estão apegados a Deus, desejam e anseiam Sua presença, dispõem a alma para propósitos justos, e estão libertando mais o coração para a possessão de desejos santos e para o amor; e quando estes sentimentos - os quais são preferivelmente mais profundos do que imediatamente sensíveis para com o próprio Deus - são sensíveis para com a Sua palavra, Seus servos, Suas graças e Seus caminhos, e contra todo pecado; então os sentimentos, assim como a pessoa, está em um estado confirmado.

4. Quando consideramos nós mesmos, nosso tempo, e tudo o que temos, de Deus e não nosso, e somos inteiramente e sem reservas entregues a Ele e usados por Ele; quando nos aplicamos aos nossos deveres e confiamos nEle para nossa recompensa; quando vivemos como quem tem muito mais a ver com os céus do que com a terra, e com Deus do que com o homem ou qualquer outra criatura; quando nossas consciências são absolutamente submissas à autoridade e leis de Deus, e não se dobram diante dos competidores; quando estamos habitualmente dispostos, como Seus servos, a sermos constantemente empregados em Seus serviços, e a fazer disso nossa vocação e negócio neste mundo, considerando que nada temos a fazer no mundo senão o que podemos fazer com Deus e para Deus; quando não acalentamos nenhum desejo ou esperança secreta de felicidade mundana, nem buscamos o prazer da carne, sob a capa da fé ou piedade, mas subjugamos a carne como nosso inimigo mais perigoso, e podemos facilmente negar satisfazer seus apetites e concupiscências; quando vigiamos todos os nossos sentimentos e mantemos nossas paixões, pensamentos e línguas em obediência à santa lei de Deus; quando não consideramos indevidamente nossa estima ou desejos acima ou contra nosso próximo e o bem estar deles; e amamos os piedosos com amor tolerante, e os ímpios com amor benevolente, embora sejam nossos inimigos; quando somos fiéis com relação aos nossos relacionamentos, e discernimos nossos deveres, a fim de não enveredarmos para o extremismo; e demonstramos habilidades, prontidão e prazer para realizarmos nosso deveres, e paciência quando em sofrimento; esta é a vida de um cristão confirmado, em vários graus, conforme a graça que Deus concedeu a cada um.

Richard Baxter

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As experiências Espirituais podem ser Falsificadas



- Olhemos isto tendo em vista o ensino de Jonathan Edwards -

Se alguém tem muitos tipos diferentes de inclinações espirituais, isso é outro sinal não confiável, que não pode ser usado para determinar se a sua espiritualidade é verdadeira ou falsa. Existem imitações de todas as afeições verdadeiras. A maioria de nós sabe que o amor, por exemplo, pode ser fingido facilmente. Namorados e namoradas que juraram amar-se de verdade mais tarde mostraram que seu 'amor" era paixão desenfreada ou interesse próprio grosseiro. Talvez nós mesmos tenhamos dito a outras pessoas que as amávamos, e só mais tarde percebemos que não sabíamos nem o mais elementar sobre o amor. A Bíblia está cheia dessas declarações de amor superficiais. Por exemplo, veio um mestre da lei que jurou a Jesus que o seguiria por onde quer que fosse. Mas quando Jesus replicou que nem sempre sabia se teria nem mesmo um quarto à noite, o homem foi embora (Mt 8.20). As multidões apregoaram sua devoção a Jesus, mas o abandonaram quando ele se tornou politicamente incorreto.

Arrependimento religioso do pecado também pode ser fingido. Faraó, por exemplo, parece ter-se arrependido sinceramente depois da sétima praga (granizo). Ele se lamentou diante de Moisés: "Esta vez pequei; o Senhor é justo, porém eu e o meu povo somos ímpios. Orai ao Senhor; pois já bastam estes grandes trovões e a chuva de pedras. Eu vos deixarei ir, e não ficareis mais aqui" (Êx 9.27-28). Assim que o granizo parou, porém, "tornou a pecar, e endureceu o seu coração" (Êx 9.34). Novamente recusou-se a deixar os israelitas sair do Egito.

Há relatos de adoração falsa na Bíblia. Lemos dos samaritanos no século VIII a.C, que "temiam o Senhor e, ao mesmo tempo, serviam aos seus próprios deuses" (2Rs 17.33). Gratidão e alegria também podem ser falsos. Pense nos ouvintes comparados ao solo pedregoso na parábola do semeador e da semente que Jesus contou. São pessoas que ouvem o evangelho e o recebem com gratidão e alegria, mas depois se desviam, quando vêm dificuldades e perseguição (Mt 13.20-21). Podemos dizer a mesma coisa de zelo e esperança. Os judeus do tempo de Paulo tinham "zelo por Deus, porém não com entendimento" (Rm 10.2). Os fariseus tinham a esperança convicta (a palavra expectativa está mais perto do significado do termo grego geralmente traduzido por "esperança") de que estavam indo para o céu, mas, de acordo com Jesus, eles estavam tristemente enganados (Mt 23.13-15).

Também é importante reconhecer que as afeições falsas geralmente andam juntas. Cada afeição falsa quase sempre faz parte de um conjunto. Veja as ações da multidão depois que Jesus ressuscitou Lázaro. Eles estavam cheios de várias afeições falsas. Eles se mostravam atraídos por Jesus, pois viajaram distâncias grandes para ouvi-lo, afirmaram amá-lo ao exclamar hosana, evidenciaram reverência ao colocar suas vestes exteriores no caminho para que ele pudesse pisar macio, cantaram cânticos de gratidão e louvor, e demonstraram ter zelo pelo reino de Deus quando exclamaram: "Bendito o que vem em nome do Senhor e que é Rei de Israel!" (Jo 12.13). O ruído dos seus cânticos e exclamações encheu o ar com o que parecia ser um júbilo santo.
Por que as afeições falsas andam juntas? Porque, assim como o amor verdadeiro inspira várias outras afeições verdadeiras, o amor falso desperta muitas outras afeições falsas. Edwards definiu uma conversão falsa como uma constelação de afeições falsas. Em primeiro lugar, ele escreveu, a pessoa está aterrorizada e desesperada porque ouviu uma mensagem prometendo a condenação aos que não são convertidos. Imaginar os tormentos mentais e físicos do sofrimento eterno no inferno enche-a de horror. Em segundo lugar, Edwards acha que o diabo lhe envia uma visão ou voz prometendo-lhe salvação. "Você é um dos preferidos de Deus", sussurra o diabo. A pessoa imediatamente se enche de alegria e gratidão. Ela fica emocionada com a repentina suspensão da sentença e não consegue parar de falar aos outros sobre a misericórdia de Deus para com ela, insistindo com eles para que louvem a Deus. Ela reconhece que é indigna desse presente glorioso e fala abertamente de seu pecado.

Só que sua humildade recém-encontrada não é mais genuína que a do rei Saul. Ao ouvir que tinha sido escolhido como rei, ele protestou: "Porventura, não sou benjamita, da menor das tribos de Israel? E a minha família a menor de todas as famílias da tribo de Benjamim? Por que, pois, me falas com tais palavras?" (lSm 9.21). A falsa humildade tem uma semelhança esquisita com a humildade genuína que Davi mostrou quando foi escolhido para o trono: "Quem sou eu, Senhor Deus, e qual é a minha casa, para que me tenhas trazido até aqui?" (2Sm 7.18).

O novo "convertido" gosta de passar tempo com os que reconhecem sua conversão e sente o que ele imagina ser indignação justa por aqueles que não o fazem. Ele nega-se a si mesmo para promover sua nova causa e aqueles que o apóiam.

Infelizmente, diz Edwards, essa é uma conversão sem o verdadeiro arrependimento. Por isso ela é falsa. Muitas afeições religiosas são manifestas, mas elas são falsas, porque brotam do amor próprio, disfarçado de amor por Deus. Edwards diz que este padrão de experiência espiritual pode provir ou de influência demoníaca ou da natureza humana (dentro da tendência de aliviar o terror religioso e reforçar a auto-estima). João da Cruz, o grande escritor místico do século XVI, disse a mesma coisa. João escreveu que o diabo muitas vezes aumenta o fervor dos orgulhosos e transforma suas virtudes em vícios. Ao mesmo tempo João alertou que muitos desejos fortes em relação a Deus ou às coisas espirituais são simplesmente o resultado dos desejos humanos e naturais.

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sábado, 29 de maio de 2010

Clame a Deus


C.H.Spurgeon
Banco da Fé
23 de maio




Porque Ele livrará ao necessitado quando clamar, como também ao aflito e ao que não tem quem o ajude.” (Sl 72:12 ACF[*] )


O necessitado clama. O que mais ele pode fazer? O seu clamor é ouvido por Deus: Que mais precisa fazer? Se algum dos meus leitores se sente miserável, que clame também, porque assim demonstrará a sua sabedoria. Não clame para seus amigos, porque, se podem lhe ajudar, é porque o Senhor lhes dá poder para fazê-lo. O caminho mais curto é ir diretamente a Deus e clamar na Sua presença. O que corre em linha reta para a meta é o melhor atleta. Corre para o Senhor e não vá a outros meios secundários.

Ai!, exclamas: não tenho nem amigos nem ajudadores. Tanto melhor. Ambas as razões obrigam que você recorra à Deus com confiança: como necessitado e como desprovido de ajudadores. Sua dupla necessidade deve ser a causa da sua dupla súplica. Até nas suas necessidades temporárias você pode confiar em Deus, porque Ele cuida de seus filhos nestas coisas também. Quanto às nossas carências espirituais, que são as mais entristecedoras e urgentes, o Senhor escutará seu clamor, libertará e suprirá todas suas deficiências.


Meu amigo, que se vê pobre, põe à prova as riquezas do Seu Deus. Você, que está impossibilitado, apoie-se no Seu braço; na Sua ajuda. Nunca tem faltado a mim e certamente tampouco lhe faltará. Aproxima-se como um mendigo, e Deus não te negará Sua ajuda. Vem sem outro pretexto que não seja a Sua graça. Jesus é Rei e deixará você morrer na miséria? Esqueceu-se da Sua promessa?


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FONTE: No Caminho de Jesus
tradução: Carlos Antônio da Rocha
adptado pelo projeto spurgeon para melhor compreensão

O Chamado Eficaz



E a maneira de responder a essa pergunta, parece-me, é dizer que o chamado do evangelho, que tem sido dirigido a todos, é eficaz só em alguns. Ora, há uma porção das Escrituras que constitui uma perfeita ilustração desse fato. Os seguidores de Cristo que eram descritos até como "discípulos", se dividiam em dois grupos. Um grupo decidiu que jamais O ouviriam novamente. Eles O deixaram e se foram para casa. E quando Ele Se voltou para os outros, e perguntou: "Quereis ir embora também?", Pedro respondeu: "Senhor, para quem iremos? Tu tens a palavra de vida eterna" (João 6:67,68). Um grupo não creu e se foi para casa; o outro, que ouvira exatamente as mesmas coisas, permaneceu com Ele; queria ouvir mais, e se regozijou em Sua palavra. O que faz a diferença? E que a palavra foi eficaz no caso dos salvos de uma maneira que não foi eficaz no caso dos não-salvos que a rejeitaram.

Aqui temos, pois, algo completamente óbvio. Podemos dizer que além do chamado externo há o chamado eficaz, e que o que faz uma pessoa salva e genuinamente cristã é que a vocação do evangelho lhe veio com eficácia. Permitam-me que lhes apresente algumas passagens bíblicas que estabeleçam esse fato. A primeira, Romanos 8:28,39, é a grande confirmação desta verdade. "Sabemos", diz Paulo, "que todas as coisas operam juntamente para o bem daqueles que amam a Deus...", não para todos, mas "para aqueles que amam a Deus". Quem são eles? "Aqueles que são chamados segundo o seu propósito", e Paulo prossegue: "Porque os que dantes conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos; e aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou". Os salvos são descritos como aqueles que são chamados. E eles têm sido chamados de uma maneira que os outros não o foram. Essa é, portanto, uma afirmação bíblica desse chamado eficaz.

Ainda outra passagem pode ser encontrada em 1 Coríntios 1:2. Ela é uma declaração que vocês encontrarão em outros lugares, ou seja, "à igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados para serem santos...". Não é simplesmente que são chamados santos, mas são chamados para serem santos. E então, nesse mesmo capítulo, o apóstolo o repete. Diz ele: "nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos" - notem bem -"mas para os que são chamados, tanto judeus como gregos, Cristo, poder de Deus, e sabedoria de Deus" (1 Cor. 1:23,24). Ora, há pessoas para quem a pregação de Cristo não passa de loucura; são os não-salvos. Os salvos, contudo, ele novamente os descreve como aqueles que são chamados.

Permitam-me apresentar-lhes outro exemplo. Tomem aquela grande declaração feita pelo apóstolo Pedro: "Mas vós" - sua referência é aos cristãos autênticos - "sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as grandezas daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz" (1 Ped. 2:9,10). Deus os chamara, e porque eles são os salvos, Ele os chamou eficazmente. O chamado do evangelho tem alcançado muitos outros, esses, porém, não são as pessoas de quem Pedro está falando. Ele está falando das pessoas que correspondem ao Israel segundo a carne, no Velho Testamento. Ele lhes aplica a mesma terminologia que era aplicada aos filhos de Israel, assim como os Dez Mandamentos e a lei moral lhes foram entregues. Pedro usa as mesmas palavras - eles são os chamados, o "Israel de Deus", chamados para expressar Seus louvores. Ora, é óbvio, pois, que nessas pessoas o chamado foi eficaz; esse é o ensino dessas Escrituras.

Há, porém, outro argumento que declara isso perfeitamente. Qual é o significado do termo igreja? Somos membros da Igreja Cristã. No entanto, o que ela é - o que ela significa? Qual é a conotação do termo? Bem, a palavra igreja traduz a palavra grega, ecclesia; e aecclesia significa "os chamados para fora". Uma igreja é um ajuntamento de pessoas que foram extraídas, chamadas para fora, separadas em decorrência desse chamado. Como Pedro o coloca: "que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz". Aí está o significado desse termo igreja. E conseqüentemente essa mesma palavra é em si mesma e por si mesma suficiente para estabelecer a declaração de que obviamente existe uma tal coisa como vocação eficaz, porquanto a mesma mensagem tem chegado a outros, mas eles não têm sido chamados do mundo para a Igreja,

Qual, pois, é a diferença entre o chamado externo e este chamado que se tem tornado eficaz? E a resposta seria que este é um chamado interno, um chamado espiritual. Não é simplesmente algo que vem de fora para uma pessoa - naturalmente, vem de fora, entretanto, além desse chamado externo que vem a todos, há um chamado interno que vem àqueles que são destinados a ser cristãos, e esse é um chamado eficaz. O contraste, portanto, é entre externo e interno ou espiritual.

Agora quero ir ainda mais longe e mais uma vez apresentar-lhes provas bíblicas do fato de que existe um tal chamado interno e espiritual. Temos olhado a ele apenas de forma geral nas Escrituras que lhes tenho apresentado até aqui. Elas são simplesmente designações, descrições. Por isso desejo apresentar--lhes textos bíblicos que especificamente declaram que isso é algo que ocorre no íntimo; e antes de tudo vamos para o sexto capítulo do Evangelho de João. Incidentalmente, esta doutrina particular é ensinada muito mais claramente - se podemos usar tal comparação - por João do que pelo apóstolo Paulo. Certas pessoas às vezes tendem a pensar que esta é uma doutrina contemplada só na mente de Paulo, mas ela é muito mais evidente no Evangelho de João, e particularmente neste grande capítulo 6.

Aqui, no versículo 45, está uma afirmação dela: "Está escrito nos profetas: e serão todos ensinados por Deus". E isso aí; Deus deu ao profeta esta informação e ele a registrou. Haverá certas pessoas que serão ensinadas por Deus, não ensinadas somente por homens, mas também ensinadas por Deus, ensinadas pelo Espírito Santo. Alguma obra interna está para acontecer. "Portanto, todo aquele que do Pai ouviu e aprendeu vem a mim" (v. 45). Notem que as pessoas que vêm a Cristo são aquelas que têm sido ensinadas por Deus, aquelas que aprenderam do Pai através do Espírito, e somente essas. Ora, eis aí uma afirmação crucial. Todavia, nosso Senhor a repete mais adiante nos versículos 63-65. Seus ouvintes se escandalizaram em Suas palavras, e Ele lhes disse: "O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida. Mas", diz ele, "há alguns de vós que não crêem". E João adiciona: "Pois Jesus sabia, desde o princípio, quem eram os que não criam, e quem era o que o havia de entregar". Eles responderam ao chamado externo, e acreditaram que eram cristãos. Aqui se faz evidente que não o eram; nunca haviam sido ensinados por Deus. Apegaram-se à forma externa, à palavra externa, e não haviam recebido o Espírito. João continua: "Por isso vos disse que ninguém pode vir a mim, se pelo Pai não lhe for concedido". E o Pai não concedera a essas pessoas (o chamado interno), por isso retrocederam e foram para casa. Mas Ele o concedera aos outros, por isso ficaram e se alegraram nele. Eis aí a prova de que existe este chamado espiritual, este chamado interno. E é isso que faz o chamado ser eficaz.

Martyn Lloyd Jones

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Soberania de Deus e Responsabilidade do Homem


Dica da Criscie! Muito bom vídeo!

sexta-feira, 28 de maio de 2010

As velas já estão içadas


Para que, por sua morte, destruísse aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo - Hebreus 2.14

Filho de Deus, a morte perdeu seu aguilhão pois o poder do diabo sobre ela foi destruído. Então, pare de temer a morte. Peça graça a Deus, o Espírito Santo, para que por meio de um conhecimento íntimo da morte do seu Redentor e uma firme crença nela, você seja fortalecido para esta terrível hora. Vivendo bem perto da cruz do Calvário, você deve pensar com prazer a respeito da morte. Dê-lhe boas-vindas, quando ela vier, com intenso deleite. É agradável morrer no Senhor; dormir em Jesus é uma aliança de bênção. A morte não é mais um banimento. É um retorno do exílio, uma ida ao lar — as muitas mansões em que já habitam os amados do Senhor. A distância entre os espíritos glorificados no céu e os santos que militam na terra parece enorme, mas isto não é verdade.

Não estamos distantes do lar; um único momento pode nos levar para casa. A vela está aberta; a alma está lançada. Quanto tempo durará esta viagem? Quantos ventos exaustivos devem atingir a vela antes de ser esta amarrada ao porto da paz? Por quanto tempo a alma será lançada de um lado para outro pelas ondas, até que chegue àquele mar onde não existem tempestades? Ouça a resposta: "Estamos em plena confiança, preferindo deixar o corpo e habitar com o Senhor" (2 Coríntios 5.8).

O navio acabou de zarpar mas, já chegou ao ancoradouro. Ele içou velas e lá chegou. Quando uma tempestade sacudiu aquele barco, no mar da Galiléia, o Senhor Jesus caminhou sobre as águas e disse: "Sou eu. Não temais!" (João 6.20); e logo o barco chegou à praia. Não pense que existe um grande período de tempo entre a morte e a eternidade de glória. Quando os olhos se fecham, por ocasião da morte, eles se abrem na glória. Os cavalos de fogo não se detêm na estrada nem por um instante. Filho de Deus, o que existe na morte para você temê-la, visto que por intermédio da morte de seu Senhor o aguilhão e o poder dela foram destruídos? Ela é a escada de Jacó; seus pés se encontram no sepulcro sombrio, mas o topo chega até aos céus.

C. H. Spurgeon

Como Deus pode matar mulheres e crianças?


quinta-feira, 27 de maio de 2010

Doze Apelos aos Pregadores da Prosperidade (5)


Esse post é o quinto de uma série de doze. O conteúdo vem de “Doze Apelos aos Pregadores da Prosperidade”, que pode ser encontrado na nova edição do Let the Nations Be GladRegozijem-se as Nações, publicado pela editora Cultura Cristã*).

A razão pela qual o autor de Hebreus nos diz para estarmos contentes com o que temos é que o oposto implica em menos fé nas promessas de Deus. Ele diz: “Seja a vossa vida sem amor ao dinheiro. Contentai-vos com as coisas que tendes; porque ele tem dito: De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei. Assim, afirmemos confiantemente: O Senhor é o meu auxílio, não temerei; que me poderá fazer o homem?” (Hebreus 13:5-6).

Por um lado, podemos confiar no Senhor como nosso auxílio. Ele proverá e protegerá. E nesse sentido, há certa medida de prosperidade que Ele nos dará. “Vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas” (Mateus 6:32). Mas, por outro lado, quando se diz: “Seja a vossa vida sem amor ao dinheiro. Contentai-vos com as coisas que tendes” pois Deus promete nunca nos deixar, isso deve significar que podemos facilmente nos mover da confiança em Deus para nossas necessidades, para o usar Deus para nossas vontades.

A linha entre “Deus, me ajude” e “Deus, me enriqueça” é real, e o autor de Hebreus não quer que a ultrapassemos. Os pregadores deveriam ajudar seu povo a se lembrar e reconhecer essa linha ao invés de falar como se ela não existisse.


Por John Piper. © Desiring God. Website:desiringGod.org
Original:
To Prosperity Preachers
Tradução : voltemosaoevangelho.com
Permissões:
Você está autorizado e incentivado a reproduzir e distribuir este material em qualquer formato, desde que adicione as informações supracitadas, não altere o conteúdo original e não o utilize para fins comerciais.

Neutralidade não é opção



De quem és tu? (1 Samuel 30.13)

A neutralidade não pode existir no cristianismo. Ou estamos sob a bandeira do Senhor Jesus, para servi-Lo e lutar em suas batalhas, ou somos instrumentos do príncipe ímpio, Satanás. "De quem és tu?" Permita-me ajudá-lo a responder. Você já nasceu de novo? Se isto é verdade, você pertence ao Senhor Jesus. Mas sem o novo nascimento você não pode ser de Jesus. Em quem você confia? Aqueles que confiam em Jesus são filhos de Deus.

Para quem você está trabalhando? Esteja certo de que você está servindo ao seu senhor, pois aquele a quem você serve, obviamente este é o seu senhor. Que tipo de companhia você mantém? Se pertence a Jesus, você se associará com aqueles que usam a insígnia da cruz. Qual é a sua conversa? Ela é celestial ou terrena? O que você tem aprendido de seu senhor? Se você tem gastado o seu tempo com Jesus, as pessoas dirão a seu respeito o mesmo que foi dito a respeito de João e de Pedro — "Reconheceram que haviam eles estado com Jesus" (Atos 4.13).

A pergunta permanece: "De quem és tu?" Se você não pertence a Cristo, está engajado em um serviço muito árduo. Fuja de seu senhor cruel! Entre no serviço do Senhor do amor e você desfrutará de uma vida de bem-aventurança. Se você pertence a Cristo, há quatro coisas que você deve fazer. Você pertence a Jesus — obedeça-O.

Permita que a Palavra dEle seja a sua lei e que o desejo dEle se torne a sua vontade. Você pertence ao Amado — ame-O; permita que seu coração se apegue a Cristo e que sua alma se encha com Ele mesmo. Você pertence ao Filho de Deus — confie nEle. Não descanse em qualquer outro, exceto em Jesus. Você pertence ao Rei dos reis — seja decidido por Ele. Assim, a sua vida demonstrará para todo o mundo a quem você pertence.

Charles H. Spurgeon

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O desafio da perfeição




Tudo quanto fazemos neste mundo é de tremenda significação, e não podemos dar-nos o luxo de supor que não há risco. . . nosso Senhor. . . parte da questão relativa ao julgamento feito acerca de outras pessoas. Devemos ser cuidadosos quanto a isso, porque nós mesmos estamos sujeitos a juízo. Mas por que, então, nosso Senhor faz esta promessa, nos versículos 7-11 (de Mateus 7), nesse ponto? Por certo é esta a resposta: Nos versículos 1 a 6, Ele nos mostra o perigo de condenar a outrem, como se fôssemos nós os juízes, e de abrigar amargura e ódio no coração. Ele também nos manda tirar a trave do nosso olho, «antes de querer extrair o argueiro do olho do nosso irmão.

O efeito disso tudo, em nós, é revelar-nos a nós mesmos e mostrar-nos quão terrivelmente necessitamos da graça. . . ficamos humilhados e nos pomos a indagar: «Quem é suficiente para estas coisas? Como terei possibilidade de viver à altura de tal padrão?» . . .damo-nos conta de quão indignos e pecadores somos. E o resultado disso é que nos sentimos totalmente sem esperança nem socorro. Dizemos: «Como podemos viver segundo o Sermão da Montanha? Como pode alguém elevar-se ao nível de tal padrão? Precisamos de socorro e de graça. Onde obtê-los?» Eis a resposta: «Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á».

Essa é a conexão entre os dois trechos, e devemos dar graças a Deus por ela, porque, estando face a face com este glorioso Evangelho, temos de sentir-nos arruinados e indignos. Os insensatos que pensam no cristianismo somente em termos daquela pouca moralidade que eles mesmos podem produzir, nunca chegam a ver o que é o cristianismo. O padrão pelo qual somos confrontados é aquele que encontramos no Sermão da Montanha. Esse padrão esmaga a todos nós até ao chão, e somos levados a compreender nossa incapacidade e nossa desesperada necessidade de graça. Aí está a resposta; a solução nos está sendo oferecida. No versículo oitavo o Senhor repete a Sua oferta.

Studies in the Sermon on the Mount, ii, p. 198,9-

Martyn L. Jones

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Como desperdiçar quarenta anos e milhares de vidas



Mas o que acontece quando o povo de Deus não escapa da sedução enganadora da segurança? O que acontece ao tentarem viver sua vida na miragem da segurança? A resposta é: vidas jogadas fora. Você se lembra da vez em que isso aconteceu?

Foi menos de três anos depois que o povo de Israel saiu do Egito pelo poder de Deus. Agora estava nas fronteiras da Terra Prometida. O Senhor disse a Moisés: "Envia homens que espiem a terra de Canaã, que eu hei de dar aos filhos de Israel" (Nm 13.2). Então Moisés mandou Calebe, Josué, e dez outros homens. Depois de quarenta dias eles voltaram com um cacho de uvas enorme pendurado numa vara entre dois homens. Calebe convocou seu povo com palavras de esperança: "Eia! Subamos e possuamos a terra, porque certamente prevaleceremos contra ela" (Nm 13.30). Mas os outros disseram: "Não poderemos subir contra aquele povo, porque é mais forte do que nós" (v.31).

Calebe foi incapaz de explodir o mito da segurança. O povo foi apanhado pelo encantamento tentador da segurança - a idéia de que há um jeito bem abrigado de viver longe do caminho da obediência que exalta a Deus. Murmuraram contra Moisés e Aarão e decidiram voltar ao Egito - a grande miragem da segurança.

Josué tentou libertá-los de sua letargia, seu estupor:

A terra pelo meio do qual passamos a espiar é terra muitíssimo boa. Se o Senhor se agradar de nós, então, nos fará entrar nessa terra e no-la dará, terra que mana leite e mel. Tão-somente não sejais rebeldes contra o Senhor. E não temais o povo dessa terra, porquanto, como pão os podemos devorar. Retirou-se deles o seu amparo; o Senhor é conosco; não os temais (Nm 14.7-9).

Mas nem mesmo Josué pôde detonar o mito da segurança. E tentaram apedrejar Calebe e Josué. O resultado foi milhares de vidas desperdiçadas e anos perdidos. Foi claramente errado não aceitar o risco de batalhar contra os gigantes da terra de Canaã. Ah, quanto é desperdiçado quando não arriscamos pela causa de Deus!

E você?

O risco é certo. E a razão não é porque Deus promete sucesso para todos os nossos empreendimentos. Não há promessa alguma de que todo esforço pela causa de Deus será bem-sucedido, pelo menos não no curto prazo. João Batista arriscou chamar o rei Herodes de adúltero quando este se divorciou de sua própria esposa para tomar a esposa de seu irmão. Por isso João foi decapitado. E ele tinha feito o certo em arriscar sua vida pela causa de Deus e da verdade. Jesus nunca o criticou, só lhe atribuiu alto louvor (Mt 11.11).

Paulo arriscou ir a Jerusalém para completar seu ministério aos pobres. Foi açoitado e jogado na prisão por dois anos e depois remetido num navio para Roma e executado lá dois anos mais tarde. E ele fez o certo ao arriscar sua vida pela causa de Cristo. Quantos túmulos há na África e Ásia porque milhares de jovens missionários foram libertados pelo Espírito Santo do encantamento da segurança e então arriscaram a vida para exaltar Cristo entre os povos não alcançados!

E você? Você está hipnotizado pelo encantamento da segurança, paralisado de tomar qualquer risco pela causa de Deus? Ou você foi libertado pelo poder do Espírito Santo da miragem da segurança e conforto do Egito? Vocês homens dizem alguma vez como Joabe: "Por amor ao nome, eu tentarei! E faça o Senhor o que bem lhe parecer"? E vocês mulheres dizem alguma vez como Ester: "Pela causa de Cristo, eu tentarei! E se perecer, pereci"?

John Piper

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terça-feira, 25 de maio de 2010

Apelando a Deus por uma boa consciência



Depois de remover a falsa confiança das pessoas na religião exterior, Pedro positivamente estabelece o que realmente salva: "a indagação de uma boa consciência para com Deus". O santo apóstolo poderia ter dito: "Pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um só corpo" (ICo 12.13), Ele poderia ter dito: "não removendo a imundícia da carne, mas removendo a imundícia da alma". Em vez disso nomeia as obras da alma que asseguram a salvação graciosa de Deus — "uma indagação de uma boa consciência para com Deus". Naturalmente ele está falando de fé.

Deus deve ser satisfeito antes da consciência. Deus está satisfeito com a morte do mediador; então quando somos aspergidos pelo sangue de Cristo — quando a morte de Cristo é aplicada a nós — nossa consciência é também satisfeita. Assim é como "muito mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, a si mesmo se ofereceu sem mácula a Deus, purificará a nossa consciência de obras mortas, para servirmos ao Deus vivo!" (Hb 9.14).

A "indagação de uma boa consciência para com Deus", então, é a mesma coisa que a fé. Pedro está descrevendo a atitude daqueles que se entregam para crer e viver como cristãos.

Quando cremos, nossa consciência se torna boa. Se Satanás coloca alguma coisa para nos acusar, podemos responder com uma consciência boa. "Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? E Deus quem os justifica. Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede por nós" (Rm 8.33,34). Podemos, com um coração aspergido com o sangue de Cristo, responder a todas as objeções, e triunfar sobre os inimigos.

Podemos "[nos achegar], confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna" (Hb 4.16).

"Uma consciência boa" no sentido em que Pedro emprega o termo, é uma consciência limpa da corrupção do pecado, livre para servir a Deus. Apenas os cristãos verdadeiros têm tal consciência. É uma consciência que olha para Deus e sabe que no final das contas vai responder a ele. Como podemos saber se estamos "em Cristo", se somos receptores da graça e do favor salvadores de Deus? A consciência nos foi dada para esse propósito, para nos dizer o que estamos fazendo, e por quais motivos estamos fazendo isso, e qual é a nossa posição diante de Deus. Se você quer testar sua saúde espiritual, simplesmente pergunte se sua consciência está fundamentada em Deus.

Se você é justo, honrado e bom porque sua consciência responde às ordens de Deus, é uma consciência boa. Mas se você faz boas obras ou rituais religiosos somente porque os outros verão, isso não vem de uma consciência boa (Mt 6.5,6,16-18). Uma consciência boa nos mantêm justos simplesmente por que Deus ordena. A consciência é a representante de Deus no coração de um cristão.

Portanto, o que nós fazemos que vem de uma consciência boa, fazemos de coração. Quando fazemos alguma coisa com má vontade, não por amor e não de coração, isso não vem de uma consciência boa. Uma consciência saudável não olha meramente o que fazemos, mas ela examina a razão pela qual fazemos — se é por amor a Deus e por um desejo de obediência, ou por um sentimento de obrigação melindroso.

Uma consciência boa renuncia a todos os pecados e os nega. Aqueles, portanto que lutam para alimentar a sua corrupção enquanto pensam que são cristãos, contradizem a sua profissão de fé. Aqueles que alimentam seus olhos com vaidade, e seus ouvidos com um discurso obsceno; aqueles que permitem que seus pés caminhem por lugares que infectam a alma, aqueles que, em vez de renunciar ao pecado, os mantêm — o que devemos pensar deles? Eles podem se considerar salvos por Cristo quando vivem com uma consciência suja?

Davi orou: "Restitui-me a alegria da tua salvação e sustenta-me com um espírito voluntário" (SI 51.12). Ele havia perdido aquela alegria e espontaneidade por causa do pecado. Pois, quando deliberadamente pecamos contra a consciência, calamos a boca das nossas orações, e dessa maneira não podemos ir a Deus. Calamos a boca da consciência e, então, não podemos ir corajosamente a Deus. Trabalhemos para ser dóceis ao Espírito. Subme-tamo-nos a Deus em tudo o que somos exortados a fazer. Rendamo-nos à obediência de fé em todas as suas promessas. Isso é o que significa ter uma consciência boa. Assim, decidamos tomar este curso se queremos alcançar uma consciência boa.

Examinemo-nos cuidadosamente a nós mesmos e assim nossa consciência pode nos convencer do pecado que há em nós. Pergunte a si mesmo: Eu creio? Ou meramente apaziguei meu coração sem satisfazer a Deus? Eu obedeço? Eu quero moldar-me na forma da Palavra de Deus e obedecer a tudo que ouço ou estou apenas me enganando? Coloque essas questões no seu coração. "Deus é maior do que o nosso coração e conhece todas as cousas" (1Jo 3.20). Se respondermos a Deus com reservas (Vou obedecer a Deus nisto, mas não naquilo; eu vou andar com Cristo desde que eu não tenha que desistir do meu pecado predileto), isso não é resposta de uma consciência boa. O que é feito para Deus deve ser feito por inteiro e sem reservas. Se o nosso coração se recusa a fazer, não temos uma consciência boa. Obediência parcial não é absolutamente obediência. Escolher coisas fáceis que não se opõem à nossa concupiscência ou não intimidam nosso orgulho não é a obediência para a qual Deus nos chama. Nossa obediência deve ser total em relação a todos os seus mandamentos. Assim, examinemos-nos e perguntemo-nos se cremos ou não, se obedecemos ou não, e quais são os motivos que nos levam a agir assim.

A vida de muitos nada mais é do que uma quebra de sua profissão de fé. O que eles terão de procurar na hora da morte, e no dia do julgamento? Será que poderão esperar que Deus mantenha suas promessas para dar-lhes a vida eterna, quando eles nunca tiveram a graça de manter qualquer compromisso com ele? Como poderão eles procurar a graça de Deus então, quando rejeitaram aqui sua graça, e toda a sua vida foi uma satisfação de suas paixões naturais? Se sua profissão de fé não tem sentido agora, não terá também no dia do julgamento. Utilize esse argumento contra o pecado, quando for tentado.

Por outro lado, quando você cair, não permita que Satanás o tente ao desencorajamento, mas levante-se e lance-se sobre Cristo. A fé e o arrependimento não são atos que fazemos apenas uma vez; você deve viver crendo e arrependendo-se.

Richard Sibbes (1577 - 1635)

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domingo, 23 de maio de 2010

Persevere na Oração


Penetrado pela PAlavra - John Piper
Persevere na Oração

por John Piper

Esta passagem nos dá cinco diretrizes para a oração, as quais precisamos ouvir.

Primeira: “Perseverai na oração”.

Existe muito poder a ser desfrutado em perseverarmos na oração. Não esqueçam o amigo inoportuno de Lucas 11.8: “Digo-vos que, se não se levantar para dar-lhos por ser seu amigo, todavia, o fará por causa da importunação e lhe dará tudo o de que tiver necessidade”; e não esqueçam a parábola que Jesus contou “sobre o dever de orar sempre e nunca esmorecer”. A perseverança é o grande teste de genuinidade da vida cristã. Louvo a Deus pelos crentes que têm perseverado em oração durante sessenta, setenta ou oitenta anos! Oh! que sejamos um povo de oração e que este ano — e todos os nossos anos — seja saturado com orações ao Senhor de todo o poder e de todo o bem. Será bom dizermos no final da vida: “Completei a carreira, guardei a fé”, por meio da oração.

Segunda: “Vigiai na oração”.

Isto significa: “Esteja alerta!” Esteja mentalmente desperto. Talvez o apóstolo Paulo tenha aprendido isto do que aconteceu no Getsêmani. Jesus pediu aos discípulos que orassem, mas os encontrou dormindo. Ele disse a Pedro: “Não pudeste vigiar nem uma hora? Vigiai e orai, para que não entreis em tentação” (Mc 14.37,38).

Precisamos estar em vigilância enquanto oramos — em vigilância contra as vagueações de nossa mente, contra as vãs repetições, contra expressões vulgares e sem sentido, contra desejos restritos e egoístas. Também devemos vigiar por aquilo que é bom. Devemos estar especialmente alerta quanto à orientação de Deus, nas Escrituras, para as nossas súplicas. É Deus quem opera em nós a vontade de orar, mas sempre experimentamos esta capacitação divina como nossa própria atitude e resolução.

Terceira: Seja agradecido em todas as orações.

São admiráveis os relatos do que Deus tem feito na vida de muitos crentes, por meio da oração. Tais relatos me têm estimulado a persistir em oração com ações de graças. Compartilhe com os outros estas boas coisas.

Quarta: Peça que se abra uma porta à pregação da Palavra, na sua vida.

Em dois sentidos:

1. Que, semana após semana, haja corações abertos e receptivos em sua igreja;

2. Que seus vizinhos se mostrem receptivos ao evangelho, enquanto você o anuncia. “Certa mulher, chamada Lídia, da cidade de Tiatira, vendedora de púrpura, temente a Deus, nos escutava; o Senhor lhe abriu o coração para atender às coisas que Paulo dizia” (At 16.14). Isto é o que desejamos aconteça nos domingos e durante a semana.

Quinta: Ore pelos pregadores de nossa pátria, para que eles apresentem com clareza o mistério de Cristo.

“Grande é o mistério da piedade” (1 Tm 3.16). Oh! que chamada para o proclamarmos! Eu amo o ministério de pregador! Embora, não esteja a altura dele. Eu e todos os pregadores, pastores, necessitamos de oração — para que entendamos o mistério de Cristo, escolhamos os textos necessários, preguemos no poder do Espírito Santo, falemos a verdade em amor. Sem Cristo, nada podemos fazer.



Extraído do livro:
Penetrado pela Palavra, de John Piper
Copyright: © Editora FIEL 2009.
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