sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Podemos repreender Satanás e os demônios?


Por Leonardo Dâmaso


A prática de repreender Satanás em nome de Jesus, bem como os seus demônios que causam ou são os demônios da doença, da miséria, da prostituição, do adultério e dos vícios em geral [que são obras da carne, e não espíritos malignos Gl 5.19-21], determinando que eles vão embora da vida da pessoa vitimada por eles, é vista exclusivamente no meio evangélico pentecostal e neopentecostal. Muitas destas denominações religiosas, com algumas poucas exceções por parte dos pentecostais tradicionais da primeira fase do pentecostalismo que conservaram suas doutrinas iniciais, são aderentes do movimento de batalha espiritual, difundido mundialmente a partir da década de 1960.

Origem do conceito de repreender demônios

O movimento herético animista de batalha espiritual alcançou grande popularidade mediante dois romances escritos por um novelista – Frank Perretti, chamados Este Mundo Tenebroso (vols. 1 e 2), os quais relatam o renhido confronto espiritual de um grupo de cristãos contra espíritos malignos territoriais que tentavam estabelecer domínio em pequenas cidades nos Estados Unidos. Todavia, o conceito de batalha espiritual [especificamente o da quarta linha, caracterizada pela terceira fase do Espírito] envolvendo a luta com demônios, ministério de libertação, quebra de maldições e mapeamento espiritual ganhou destaque, tendo maior popularidade no Brasil, através do seu maior precursor, o teólogo Peter Wagner, que escreveu muitos artigos e livros sobre o tema. 
     
Não obstante, algumas das principais “doutrinas” do movimento de batalha espiritual já era praticada no início do século 20. “Nas três primeiras décadas, o missionário inglês James O. Fraser, trabalhando em meio ao povo Lisu, na China, um povo envolvido com magia negra, espiritismo e animismo, utilizou estratégias como dar ordens em voz alta a Satanás e seus demônios para quebrar o domínio desses espíritos sobre os Lisu. Partindo de sua experiência no campo missionário Fraser desenvolveu na base da “tentativa e erro”, alguns métodos para combater, pela oração, a influência dos espíritos malignos que atormentavam esse povo tribal. O que convenceu Fraser de que estava no caminho certo foi que esse método “funcionava”.¹ Apesar de existir 4 linhas dentro do movimento de batalha espiritual que diferem umas das outras [os carismáticos, dispensacionalistas, batalha espiritual moderada e batalha espiritual popular da terceira fase do Espírito], contudo, todas elas são unânimes nos pontos básicos de suas “doutrinas”.  

Jesus e as repreensões a demônios

Geralmente, o argumento popular utilizado pelos aderentes do movimento da batalha para repreender os demônios que causam os mais variados tipos de males na vida das pessoas que são atacadas por eles, é que o próprio Jesus, o Deus filho encarnado, repreendeu os demônios, pois ele veio a este mundo para desfazer as obras do diabo (1Jo 3.8).

Indubitavelmente, Jesus repreendeu os demônios algumas vezes em seu ministério terreno. Se estudarmos no Novo Testamento o verbo grego repreender (έπιπιμάω - epitimaõ), especificamente nos Evangelhos, iremos perceber que ele é aplicado no contexto das repreensões aos demônios somente a Jesus (no caso de repreensões aos discípulos, veja Mc 8.33; Lc 9.55; 19.39; para outros tipos de repreensões veja Mt 16.22; 19.13; 20.31; Mc 8.32; 10.13, 48; Lc 17.3; 18.15, 39; 23.40). Ele repreendeu um tipo de doença apenas uma vez, quando curou a sogra de Pedro de uma febre altíssima (Lc 4.39). Repreendeu a tempestade [o vento e o mar], que imediatamente cessou (Mt 8.26; Mc 4.39). Repreendeu os demônios para que não se revelasse aos outros quem ele era – o Filho de Deus (Mt 12.16; Mc 3.12) e, em outras circunstâncias, nos exorcismos para que ficassem calados e saíssem da vida de suas vítimas (Mt 17.18; Mc 1.25; 9.2). No livro de Atos, por sua vez, e nas cartas de Paulo, Pedro, João, Judas e Hebreus não encontramos qualquer um dos apóstolos usando o termo repreender ou ensinando a prática do mesmo. Embora vemos descrito no livro de Atos o ríspido confronto de Paulo com o falso profeta Barjesus ou Elimas, todavia, ainda assim, ele não disse: “Eu te repreendo” (At 13.4-12), conforme vemos muitos pastores e cristãos pentecostais e neopentecostais repreendendo nos cultos de libertação e no dia a dia quando se deparam com alguma situação que, no entendimento deles, seja de origem demoníaca.

Análise teológica do termo repreender

O motivo pelo qual não podemos estender o ato de repreender aos cristãos para cercear a ação dos demônios é em virtude da falta de evidências explícitas nas Escrituras para esta prática e porque repreender os demônios é uma prerrogativa exclusiva de Cristo, apenas, pois foi Jesus quem venceu Satanás e os demônios e os expôs publicamente a derrota triunfando sobre eles na cruz pela sua morte e ressurreição (Cl 2.15). Jesus é Deus e Senhor sobre toda sua criação. Se os cristãos usam Jesus como modelo e quem lhes deu autoridade para repreender demônios e doenças, via de regra eles deveriam também repreender tempestades, furacões e tsunamis, uma vez que possuem autoridade e que Jesus, conforme vimos anteriormente, também repreendeu a fúria destes elementos naturais. Contudo, pelo o que sei ninguém até hoje na história foi capaz de fazer isso, nem mesmo os apóstolos; somente Jesus.

Por outro lado, muitos cristãos podem tentar refutar esta posição recorrendo ao Evangelho de Marcus 16. 17, onde o próprio Jesus diz, segundo os cristãos pentecostais e neopentecostais:

E estes sinais acompanharão os que creem: em meu nome [no nome de Jesus] expulsarão demônios” [ou seja, é o famoso chavão: “Em nome de Jesus, eu te repreendo demônio”, nota do autor]. (Almeida Século 21)

Embora possa ser interpretado como uma referência aos apóstolos, é importante destacar que, tendo em vista os problemas textuais que levantam dúvidas quanto a sua autenticidade, os versículos 9-20 do capítulo 16 do Evangelho de Marcus não constam em alguns manuscritos antigos. Existem também finais diferentes para este trecho do Evangelho de Marcus em outros manuscritos. Portanto, devemos ser cautelosos antes de lançar mão desta passagem como prova irrefutável de que os cristãos podem repreender os demônios, uma vez que foram os apóstolos que receberam autoridade do próprio Jesus para tal prédica.

O exemplo de Miguel com o Diabo

Em Judas 9 é relatado que o arcanjo Miguel, discutindo e disputando com o diabo sobre o corpo de Moisés, não foi ousado em pronunciar contra ele injúrias, e nem disse Eu te repreendo em nome de Jesus ou, tampouco, eu te repreendo, apenas. Pelo contrário, Miguel disse: “O Senhor te repreenda”!

O arcanjo Miguel é o mais poderoso dos anjos de Deus. Ele é o chefe do exército dos anjos de Deus. Ele é um ser sem pecado e mais poderoso que os seres humanos e está na presença de Deus. Na ocasião em que se deparou em um confronto com o diabo acerca do corpo de Moisés [é bem provável que Satanás queria roubar o corpo de Moisés para incitar Israel a idolatria], o arcanjo Miguel não se atreveu a proferir palavras infames contra ele como muitos cristãos fazem hoje por falta de conhecimento, tais como: “Você não vale nada, seu desgraçado”! Você é um leão sem dentes! Você é um cabeça rachada [chavão popular no meio pentecostal e neopentecostal] etc. Antes, Miguel entendia que somente Cristo Jesus e Deus Pai podem repreender Satanás, e se limitou apenas em dizer: O Senhor te repreenda (veja outro exemplo em Zc 3.1-2)!  
        
Conclusão

Portanto, de acordo com as Escrituras, entendemos que:

(1) Não foi dada autoridade aos cristãos para repreender Satanás e os demônios.

(2) O ato de repreender os demônios e suas atuações é uma obra exclusiva de Jesus que ocorreu no passado, em seu ministério, morte e ressurreição.

(3) Ao invés de orarmos equivocadamente assim: “Eu te repreendo, Satanás; ou, em nome de Jesus, eu te repreendo Satanás”, podemos orar corretamente assim: O Senhor Jesus te repreenda, Satanás.

Quando se viram ameaçados pelos lideres religiosos em Jerusalém, os cristãos da igreja primitiva em Atos não repreenderam algum demônio que poderia estar por trás da oposição que estavam enfrentando, [o que pode ter acontecido, uma vez que o diabo se opõe aos que evangelizam e ensinam o verdadeiro e puro evangelho de Cristo Jesus], simplesmente eles se voltaram para Deus em oração para que ele olhasse para as ameaças que receberam para não mais anunciar o evangelho (At 4.29-31).

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Nota:
1 Augustus Nicodemus Lopes. O que você precisa saber sobre Batalha Espiritual, pág 29.   

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Fonte: Bereianos

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Você Pergunta...A Bíblia Responde #26





 Que mistérios são esses de 1 Coríntios 14:2?


Para uma interpretação saudável das Escrituras, é sempre necessário entender o contexto tanto histórico, quanto o contexto sobre o texto, a isso se dá o nome de
exegese, Paulo  no contexto da carta aos Coríntios, o principal foco de Paulo era a correção do comportamento, muito embora ele também ensine doutrinas quanto ao pecado e justiça.
Talvez este seja um dos textos mais mal compreendidos das Escrituras, justamente pela falta de exegese, tentando dar um sentido forçado e que não tem amparo nem pelo contexto histórico e tão pouco pelo gramatical, ao que é chamado de eisegese. Quanto ao "dom de línguas", veja este artigo bastante explicativo:

http://www.gotquestions.org/Portugues/dom-falar-linguas.html

No versículo citado (1 Co 14.2), Paulo está enfatizando a necessidade de se desejar que os dons sejam usados para o crescimento da Igreja e da importância de que os dons sempre são usados em benefício do próximo e nunca para o da própria pessoa. Eles está justamente corrigindo, destacando como pregar a palavra de Deus (profetizar) deveria ter importância muito maior pelo motivo de que é dessa forma que a Igreja é edificada,  e ele continua pelo capítulo inteiro corrigindo a importância da ordem no culto em vista dos erros, exageros e mal entendidos que estavam acontecendo. Especificamente agora o versículo citado:

 "Ninguém o entende, e em espírito fala mistérios". Os coríntios carnais, usando o falso discurso extático do paganismo não estavam preocupados em ser entendidos, mas em apresentar um espetáculo dramático. O espírito por intermédio do  qual falavam não era o Espírito Santo, mas o próprio espírito humano deles, e os mistérios que eles declaravam estavam associados a religiões pagãs de mistério, que era dotado de uma profundidade que só alguns poucos iniciados tinhm privilégio de conhecer e entender. Esses mistérios eram totalmente diferentes daqueles mencionados na Escritura (Mt13.11- Ef3.9), os quais eram revelações divinas de verdades anteriormente escondidas.



     

     

domingo, 26 de janeiro de 2014

Discípulo Radical - Parte 3/4









Jesus disse que somente aquele que entende sua importância, está disposto a renunciar tudo (Lc 14.33).

Jesus faz, nesta declaração, talveza mais dura e radical coisasobre segui-lo, renunciar a tudo, Jesus não estava fazendo aqui uma descrição apenas exterior de regras, ele estava lidando com a vida da pessoa por inteiro,porque ele vincula tudo isso sobre sua própria importância, Ele é mais importante do que todos, a ponto de que o amor pelos outros quando comparado a Ele, deveria ser como ódio e que isto teria um custo (estar disposto a abandonar a si mesmo, tomando sua cruz, se despojando de si próprio, quanto ao orgulho da auto-suficiência,ao ponto de até morrer por Ele).

Nas palavras do Senhor Jesus “ Ninguém que coloca a mão no arado e olha para trás é digno de confiança, porque desta forma o trabalho não é confiável (Lc 9.2).

Jesus sabe que seus discípulos, deverão estar dispostos a terem um Senhor, e a relação de Senhor nos tempos de Jesus, estava relacionada com a escravidão, ser servo, era sinônimo de ser “escravo”. Antes, em Adão,escravos do pecado, do mundo e de Satanás, agora libertos, escravo de Cristo.

Em outra palavras, Jesus afirma que para ser seu discípulo a pessoa tem que estar disposta a se humilhar, a ter a convicção das coisas humilhadas, reconhecer que não são seus pensamentos, tradições, ou sua conduta de vida, antes, reconhecer que as Escrituras ensinam o “norte”, seu discípulo vivera debaixo da autoridade das Escrituras “Sola Scriptura”, viver sob a luz de seus mandamentos.
Jesus estava falando em meio a uma multidão de judeus, religiosos, pessoas que diziam amar a Deus, não era o tipo de pessoas que chamamos de “ateus”, todavia o Senhor Jesus declara:

Aquele que não renunciar a tudo, não pode ser meu discípulo, ou seja, Jesus novamente chama as pessoas a avaliarem o custo de serem seus discípulos, porque não se refere somente a uma área da vida, não se refere simplesmente a seguir a Cristo para ficar rico, como vemos nos nossos dias com a praga da teologia da prosperidade (os discípulos não eram ricos, eram pescadores), todavia esta é uma causa muito vista nas Escrituras, onde o dinheiro ocupa o lugar de Deus. Lembrem-se do jovem rico, não abriu mão de suas posses para seguir a Jesus, foi embora triste e não o seguir porque tinha muitas posses (Mt 19.22).

Também não se refere somente a parte “religiosa”, não podemos ser discípulos somente nodomingo, tendo por fora aparência de moralidade, mas por dentro idolatria constante, como estes do texto que estamos aprendendo, onde exteriormente diziam amar a Deus, mas que interiormente não reconheciam a Cristo como Senhor, como a pessoa mais importante.

Jesus nos ensina que não pode haver separação em nossas vidas, de escolher onde servir-lo, de coisas consagradas a Deus e coisas mundanas, para o discípulo tudo é por Cristo, para Cristo e de Cristo.

O tudo deve incluir até mesmo nossos pensamentos, sendo levadosa obediência de Cristo, será que fazemos isso? Avaliamos se Cristo é honradoem nossas atitudes e decisões?

O “tudo” é uma rendição Absoluta e Incondicional de colocar Jesus em primeiro lugar, investir todo seu empenho e esforço em prol do reino de Cristo, para o discípulo não existe, “...deixa eu primeiro enterrar meu pai... ou então: Eu acredito em Cristo, mas deixa eu fazer um pouco mais da minha maneira... Não existe espaço para dois Senhores no coração do homem, porque há de amar um mais que o outro (Mt 6:24).

As multidões seguiam a Jesus, hoje também vemos isso, não vemos? Multidões seguem a Cristo, todavia, assim como na multidão, a maioria segue a Cristo, não porque Ele é Senhor de suas vidas, e seu Salvador dos pecados, pessoas tem seguido a Cristo, como aqueles da multidão, somente para ter alguma vantagem por segui-lo.

No entanto, o Senhor Jesus fala que todo aquele que não renunciar a tudo, não pode segui-lo. Para renunciar a tudo, nos leva a pensar em alguém muito importante, em quem temos prazer, para renunciar a tudo.

A importância que damos a algo ou alguém está relacionada com pelo menos 3 aspectos em nossas vidas, que geralmente são quase inseparáveis, ou que são tão intensamente ligadas que não percebemos a diferença:

Valorque tem para nós------- O quanto desejamos?
Afeto, apreço, carinho que temos por ela (pessoa, coisa) ------ O quanto amamos?

Prazer, alegriaque nos proporciona--- O quanto desfrutamos?

Essa seráa maneira como viveremos as nossas vidas, de forma consciente ou inconsciente, por alguma destas 3 razões nós atribuímos IMPORTÂNCIAem nossas vidas. Quando alguma delas, ou todas elas estãoincluídas, somos capazes de avaliar o custo,  conforme o que isso representará para nós, simplificando se algo vale ou não a pena.

O que mudará de uma pessoa para a outrasãoos personagens que ocupam o centro de cada um desses lugares (valor, afeto, prazer), por vezes são todosao mesmo tempo, mas mesmo quando não são, eles estão sempre relacionados com a IMPORTÂNCIA que damos a elas.

Varias coisas podem ocupar o lugar de maior IMPORTÂNCIAna vida das pessoas, quando isso acontece, sem ser Deus, as Escrituras descrevem com o nome de idolatria. Tudo aquilo que recebe a glóriadevida somente a Deus, diferentemente do que as pessoas pensam que é somente quando nos curvamos diante de uma estatua sem vida, a idolatria no coração do homem é muito mais abrangente que isso, tudo que ocupa o lugar de Cristo como primazia em sua vida, é segundo a Bíblia, idolatria.

O verdadeiro discípulode Cristo, tem seu Senhor como seu tesouro mais precioso, o valor de Cristo, o apreço por Cristo e o prazer por Cristo, ele reconhece que foi resgatado de um lamaçal de pecadoque ele jamais conseguiria sair por si mesmo, o que as Escrituras descrevem como trevas, e agora enxergando a luz de Cristo, ele sente desejo de viver para glória de seu Senhor, não para ser merecedor de salvação, mas porque sua salvação pode ser demonstrada por sua vida.

Este texto nos desperta e desafia, para uma reflexão honesta no íntimo de nosso coração:

1-Existe alguma área em nossas vidas em que Cristo não é Senhor?

2-O que tem nosso maior prazer, afeto, valor?

3-Vivemos com o entendimento de que sempre que colocamos algo ou alguém com mais importância que Cristo, isso e idolatria?

http://www.respirandodeus.blogspot.com.br/2013/11/discipulo-radical-parte-14.html

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Você Pergunta... A Bíblia Responde #25




A PESSOA QUE TEM UM DOM ESPIRITUAL MAS NÃO PRATICA/EXERCE ESTE DOM, ESTÁ EM PECADO? ISTO É BIBLICO?


Gostaria antes de tudo compartilhar com você alguns textos sobre os dons espirituais que são de extrema importância para a compreensão correta da resposta para a sua pergunta.

Primeiramente uma lista com um esclarecimento dos dons espirituais que constam nas Escrituras Sagradas:

Existem três listas bíblicas dos "dons do Espírito", também conhecidos como dons espirituais. As três principais passagens que descrevem os dons espirituais são Romanos 12:6-8, 1 Coríntios 12:4-11 e 1 Coríntios 12:28. Os dons espirituais identificados em Romanos 12 são profetizar, servir, ensinar, incentivar, dar, liderança e misericórdia. A lista em 1 Coríntios 12:4-11 inclui a palavra de sabedoria, a palavra de conhecimento, fé, cura, poderes miraculosos, profecia, discernimento dos espíritos, falar em línguas e a interpretação de línguas. A lista em 1 Coríntios 12:28 inclui curar, ajuda, governos, variedade de línguas. Uma breve descrição de cada dom segue:

Profecia - A palavra grega traduzida como "profetizar" ou "profecia" em ambas as passagens corretamente significa "proclamar" ou declarar a vontade divina, interpretar os propósitos de Deus, ou tornar conhecida de forma alguma a verdade de Deus que é projetada para influenciar as pessoas. A ideia de predizer o futuro foi adicionada em algum momento da Idade Média e é uma contradição de outras passagens bíblicas que condenam adivinhação ou predizer o futuro (Atos 16:16-18).

Servir - Também conhecida como "ministério", a palavra grega diakonian, da qual obtemos a palavra "diácono", significa um serviço de qualquer espécie, a aplicação generalizada de uma ajuda concreta às pessoas necessitadas.

Ensinar - Este dom envolve a análise e a proclamação da Palavra de Deus, explicando o seu significado, contexto e aplicação à vida do ouvinte. O mestre talentoso é aquele que tem a capacidade especial de instruir e comunicar conhecimento de forma clara, especificamente as doutrinas da fé.

Encorajamento - Também chamado de "exortação", este dom é evidente naqueles que consistentemente encorajam outras pessoas a prestar atenção e seguir a verdade de Deus. Isso pode envolver correção ou edificar outras pessoas através do reforço da fé fraca ou do conforto durante tribulações.

Repartir – Ter o dom de repartir se aplica àqueles que alegremente compartilham o que têm com os outros, quer seja de forma material, financeira, ou o seu tempo e atenção pessoal. O doador se preocupa com as necessidades dos outros e procura oportunidades de compartilhar os bens, dinheiro e tempo conforme a necessidade surja.

Liderança - O líder talentoso é aquele que governa, preside ou tem a gestão de outras pessoas na igreja. A palavra significa literalmente "guia" e traz consigo a ideia de alguém que dirige um navio. O que possui o dom de liderança governa com sabedoria e graça e exibe o fruto do Espírito em sua vida ao liderar com o próprio exemplo.

Misericórdia - Intimamente ligado com o dom de encorajamento, o dom de misericórdia é óbvio naqueles que são compassivos com pessoas que estão em angústia, mostrando simpatia e sensibilidade juntamente com o desejo e os recursos para diminuir seu sofrimento de uma maneira afável e alegre.

Palavra de sabedoria - O fato de que este dom é descrito como a "palavra" de sabedoria indica que é um dos dons de falar. Este dom descreve alguém que pode compreender e proclamar a verdade bíblica de tal forma a aplicá-la habilmente a situações da vida com todo o discernimento.

Palavra de conhecimento - Este é um outro dom de falar que envolve compreender a verdade com um entendimento que só vem por revelação de Deus. Aqueles com o dom do conhecimento entendem as coisas profundas de Deus e os mistérios de Sua Palavra.

Fé - Todos os crentes possuem fé em alguma medida porque é um dos dons do Espírito concedidos a todos os que vêm a Cristo por fé (Gálatas 5:22-23). O dom espiritual da fé é exibido por aquele que possui uma forte e inabalável confiança em Deus, sua Palavra, suas promessas e o poder da oração para efetuar milagres.

Cura - Embora Deus ainda cure hoje, a capacidade dos homens para produzir curas milagrosas pertencia aos apóstolos da igreja do primeiro século com o propósito de afirmar que sua mensagem era de Deus. Os cristãos de hoje não têm o poder de curar os doentes ou ressuscitar os mortos. Se tivessem, os hospitais e necrotérios estariam cheios dessas pessoas "dotadas" esvaziando as camas e caixões em toda parte.

Poderes miraculosos - Também conhecido como a operação de milagres, este é um outro temporário dom de sinal que envolvia a realização de eventos sobrenaturais que só poderiam ser atribuídos ao poder de Deus (Atos 2:22). Este dom foi exibido por Paulo (Atos 19:11-12), Pedro (Atos 3:6), Estêvão (Atos 6:8), Filipe (Atos 8:6-7), entre outros.

Distinguir (discernir) os espíritos - Algumas pessoas possuem a habilidade única para distinguir a verdadeira mensagem de Deus da do enganador, Satanás, cujos métodos incluem doutrina enganosa e errada. Jesus disse que muitos viriam em seu nome e enganariam a muitos (Mateus 24:4-5), mas o dom de discernir espíritos é dado à Igreja para protegê-la de falsos mestres.

Falar em línguas - O dom de línguas é um dos temporários "dons de sinais" dados à Igreja primitiva para permitir que o evangelho fosse pregado em todo o mundo a todas as nações e em todas as línguas conhecidas. Envolvia a capacidade divina de falar em línguas até então desconhecidas ao falante. Este dom autenticava a mensagem do evangelho e aqueles que a pregavam como provenientes de Deus. A frase "diversidade de línguas" ou "diferentes tipos de línguas" efetivamente elimina a ideia de uma "linguagem de oração pessoal" como um dom espiritual.

Interpretação de línguas - Uma pessoa com o dom de interpretação de línguas podia entender o que o falador em línguas estava dizendo embora não conhecesse a língua que estava sendo falada. O intérprete de línguas então comunicaria a mensagem do falador para todos os outros, para que todos pudessem entender.

Ajuda – Esse dom é intimamente relacionado com o dom de misericórdia. Aqueles com o dom de ajuda são os que podem ajudar ou prestar assistência a outros na igreja com compaixão e graça. Isso tem uma ampla gama de possibilidades de aplicação. Mais importante, esta é a capacidade especial de identificar aqueles que estão lutando com dúvidas, medos e outras batalhas espirituais; de se aproximar daqueles em necessidade espiritual com uma palavra gentil e uma atitude compreensiva e compassiva; de falar verdade bíblica que seja ao mesmo tempo convencedora e amorosa.

Após esse esclarecimento a cerca dos dons e quais dons ainda estão disponíveis através da graça de Deus aos cristãos dos nossos dias, não vejo a possibilidade de um cristão verdadeiro possuir algum dom e não praticar esse dom. Se estivermos realmente buscando a direção de Deus através da oração, comunhão, estudo da Palavra de Deus, os nossos dons se tornarão evidentes.

Não importa quão dotados sejamos em um dom ou outro, todos nós somos chamados a desenvolver certas áreas mencionadas na lista de dons espirituais.... somos chamados a ser hospitaleiros, mostrar atos de misericórdia, servir uns aos outros, evangelizar, etc.... À medida que procuramos servir a Deus com amor, com o propósito de encorajar uns aos outros para a Sua glória, Ele vai trazer glória ao Seu nome, edificar Sua igreja e nos retribuir (1 Coríntios 3:5-8; 12:31-14:1). Deus promete que quando nos deleitamos nEle, Ele vai nos dar os desejos de nosso coração (Salmo 37:4-5). Isso com certeza incluiria nos preparar para servi-lO de uma forma que nos traga propósito e gratificação.

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Camisetas Respirando Deus


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sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Adoniram Judson e a Soberania de Deus





quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Você Pergunta... A Bíblia Responde #24




Quando a bíblia menciona de que o espírito volta para Deus significa dizer que somente Deus é a energia que tem o poder de fazermos retornar a vida?

Obrigado pela pergunta. Você provavelmente está mencionando Eclesiastes 12:7 “E o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu.

Salomão dedicou parte deste capítulo para falar sobre a velhice, usa a imagem do envelhecimento, acrescentando elementos de uma casa em decadência, da natureza e de um cortejo fúnebre. Ele cita o pó da terra contemplando o final do processo de envelhecimento e termina com o espírito voltando a Deus como o apogeu de uma vida humana. “O Senhor deu e o Senhor tomou” (Jó 1:21; 1Tm 6:7). Essa passagem em si não tem a intenção de dizer que Deus é uma energia e que essa energia tem o poder de retornar a vida.

Deus não é “uma energia” ou “a energia”, essa ideia é proveniente da filosofia grega que não contempla Deus como um ser pessoal. A Bíblia, entretanto, nos mostra que Deus é um ser pessoal que se relaciona pessoalmente com sua criação. A Bíblia também nos ensina que apenas Deus tem o poder de dar vida e esse poder nos ressuscitará para o juízo final.

Todos seremos, no final, ressuscitados, mas nem todos irão para o céu juntos. Uma escolha deve ser feita por cada pessoa nesta vida para determinar para onde ela vai na eternidade. A Bíblia diz que está marcado para que nós morramos uma vez, e após isso virá o julgamento (Hb 9:27). Aqueles que foram feitos justos irão para a vida eterna no céu, mas os incrédulos receberão punição eterna, ou inferno (Mt 25:46).

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Martyn Lloyd-Jones - Entrevista em 1970





quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

A iniquidade concernente às coisas santas




A iniquidade concernente às coisas santas. Êxodo 28:38

Que véu é levantado por estas palavras e que revelação elas nos fazem! Parar um pouco e contemplar esta cena desagradável nos traria humildade e proveito – as iniquidades de nossa adoração coletiva, sua hipocrisia, formalidade, indiferença, irreverência, negligência e esquecimento de Deus – quanta abundância temos aqui! Nosso trabalho para o Senhor, a rivalidade, o egoísmo que caracteriza esse trabalho, a falta de cuidado, a descrença – que multidão de profanação!

Nossas devoções particulares, frieza, falta de zelo, indiferença, morosidade e vaidade – que montanha de lixo! Se observássemos com mais cuidado, essa “iniquidade concernente às coisas santas” pareceria muito maior do que quando a olhamos pela primeira vez.

O Dr.Payson, escrevendo ao seu irmão, disse: “Minha igreja, assim como o meu coração, parece o jardim do preguiçoso. E o que é pior, acho que muitos dos meus desejos referente à melhora de ambos, procede do orgulho, da vaidade ou da indolência. Procuro as ervas daninhas que arruínam meu jardim, exalando um desejo sincero de que elas sejam arrancadas. Mas, por que? O que causa este desejo? Talvez, a vontade de poder sair e dizer para mim mesmo: 'Em que excelente estado o meu jardim é mantido!' Isto é orgulho. Pode acontecer que os meus vizinhos olhem por cima do muro e digam: 'Ora, veja como seu jardim está florescendo!' Isto é vaidade! Ou talvez esteja desejando a destruição das ervas daninhas, porque estou cansado de arrancá-las. Isto é indolência!”

Até o nosso desejo por santidade pode estar contaminado por motivos errados. Sob o mais verde gramado, vermes escondem-se, não é preciso procurar muito para os encontrarmos. Quão reconfortante é o pensamento de que, quando o sumo sacerdote levava a iniquidade das coisas santas, ele tinha sobre a sua testa as palavras “Santidade ao Senhor” (Êxodo 28:36). Quando o Senhor Jesus leva nosso pecado, Ele apresenta ao seu Pai não a nossa falta de santidade, e sim a sua própria santidade. Ó, quanto precisamos de graça para ver, com olhos de fé, o nosso Grande Sacerdote!

Charles H. Spurgeon

Leituras Diárias Vol.II, 2006 Ed. Fiel.

domingo, 5 de janeiro de 2014

Voce Pergunta...A Bíblia Responde#23




  




Olá amigos , paz. A graça de Deus pode ser vista de duas formas ? Graça - favor de Deus na nossa vida para salvação da alma. Graça - poder de Deus na nossa vida.
      
A definição de graça é o nome dado ao tratamento imerecido que Deus concede aos homens, é o transbordamento da bondade e da generosidade de Deus.
 
Esta é a definição basica, e ela pode ser aprofundada em duas formas:
 
Graça Comum é o nome dado pela ação de Deus sobre toda a humanidade, Deus  faz vir chuva sobre os justos e injustos (Mt 5.44-45), Ele é quem distribui talentos tanto a crentes quanto a discrentes, toda vez que alguem respira, isso se dá pela graça, Deus também através dessa graça comum, limita as pessoas para que elas não sejam tão más como poderiam. Essa é apenas uma amostra do que é a graça comum. 
 
Graça Especial, que é a graça de Deus dada somente a seus eleitos, que pode ser evidenciada nas doutrinas da graça, conhecida pelo acróstico TULIP, comumente chamada de "calvinismo"(sendo bastante simplista na descrição). É uma graça salvadora, totalmente pela ação de Deus na salvação do homem. Me traz a memória quando falamos de graça de Deus, uma linda canção "Amazing Grace" que descreve bem o sentido da graça salvadora de Deus.
 
Essa é a divisão que faria da graça de Deus de modo distinto, em graça comum e graça especial. No entanto, a mesma graça especial que salva, é a graça que continuará agindo na vida do crente, o guiando, dando forças, o cuidando, perseverando, então neste sentido, a graça é apresentada de maneira multiforme (1 Pe 4.10), segundo os propósitos de Deus, para nos tornar mais parecidos com Cristo.  Toda ação que temos em nossas vidas deve ser entendida como vinda da graça de Deus, disposta em nossa salvação, mas também em toda nossa vida, é Deus que nos dá força, tudo que temos ou somos, é totalmente dependente da graça Soberana de Deus, isso traz em nossas vidas, humildade e alegria, porque somos dependentes da graça de Deus (Salmo 127), devemos viver como filhos, obedientes e agradecidos, o que o livro de Salmos, Proverbios, Eclesiastes, Jó descrevem como viver no temor do Senhor!

 
 Em Cristo