Todos os que estavam na sinagoga ficaram furiosos quando ouviram isso. Levantaram-se, expulsaram-no da cidade e o levaram até o topo da colina sobre a qual fora construída a cidade, a fim de atirá-lo precipício abaixo. Mas Jesus passou por entre eles e retirou-se" (Lc 4.28-30).
"...Parte da irritação existente na mente dos homens de Nazaré foi provocada pela doutrina peculiar pregada pelo Salvador sobre o assunto da eleição.
Acho que, no fundo, esta era a picada dolorosa de toda a questão: ele definiu o direito divino de dispensar seus favores exatamente como queria; e que, ao proceder dessa forma, muitas vezes selecionava os objetos mais inesperados, por exemplo: uma viúva de longe, da região idólatra de Sidom, recebeu o suprimento de suas necessidades durante a fome, ao passo que as viúvas de Israel ficaram sem farinha (1Rs 17); que em outra ocasião, nos tempos de Eliseu, quando Deus quis curar um leproso, deixou morrer leprosos israelitas, mas o leproso proveniente da terra idólatra da Síria, que costumava curvar-se no templo de Rimom, recebeu a cura (2Rs 5). Ora, os ouvintes não gostaram disso, e penso que mesmo na congregação aqui presente, embora estejam razoavelmente acostumados a ouvir declarações contundentes a respeito da soberania de Deus--não nos envergonhamos de pregar a predestinação e a eleição tão claramente quanto pregamos qualquer outra doutrina--, não deixa de haver alguns que se sentem muitíssimo desconfortáveis quando essa doutrina é suscitada, e quase sentem vontade de matar o pregador, por ser essa doutrina muito ofensiva à natureza humana.
Nota-se, em todos os lugares, que o ódio da Igreja de Roma pelo luteranismo não é a metade do que ela sente contra o calvinismo. A doutrina da graça--a alma do calvinismo--é veneno para o papismo; a Igreja Romana não suporta a verdade de que Deus salvará segundo a vontade divina; que ele não confiou a salvação às mãos dos sacerdotes, nem a entregou a nosso mérito ou vontade própria para sermos salvos. Deus é o dono do guarda-jóias da graça, e a distribui a quem quiser. É essa a doutrina que deixa os homens tão zangados, sem saber o que dizer a respeito; no entanto, meu caro ouvinte, espero que esta não seja a razão de sua recusa em crer em Jesus, porque se for, é uma razão bastante estulta, pois embora isso seja a verdade, há ainda outra verdade: "Quem crer em Jesus Cristo, não perecerá". Embora seja verdade que o Senhor terá misericórdia de quem tiver misericórdia, é também verdade que sua vontade é ter misericórdia, e já teve misericórdia da alma que se arrepende de seu pecado e confia em Jesus. Por que levantar suspeitas contra uma verdade simplesmente porque você não consegue entendê-la? Por que resistir ao aguilhão para se ferir, enquanto ele permanece afiado como sempre, e não será removido por pontapés? O propósito do Senhor dos Exércitos é manchar o orgulho da vanglória, e levar ao desprezo a excelência da terra: "Portanto, isso não depende do desejo ou do esforço humano, mas da misericórdia de Deus" (Rm 9.16). O Senhor fará cair a árvore alta, ressecar a árvore verde e florescer a árvore seca (Ez 17.24), para que nenhuma pessoa se glorie na sua presença, mas que o Senhor seja exaltado.
Curve-se, portanto, diante da graça soberana! Ele não deve ser Rei? Quem mais deve governar senão Deus? E já que ele é Rei, não tem o direito de perdoar o criminoso condenado a morrer, sem dar razão a você? Deixe de lado a questão e as outras pessoas, e venha a Jesus, cujos braços abertos o convidam. Ele diz: "Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso" (Mt 11.28). Se você esperar até solucionar todas as dificuldades, jamais virá. Se você recusar a Cristo até compreender todos os mistérios, perecerá nos seus pecados. Venha enquanto o portão está aberto e a lâmpada continua acesa, pois ele disse: "Quem vier a mim eu jamais rejeitarei" (Jo 6.37b)".
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FONTE:: OS MILAGRES DE JESUS - Mensagens de fé, esperança e salvação C. H. Spurgeon reproduzido com autorização da Sheed Publicações pelo Projeto Spurgeon
"...Parte da irritação existente na mente dos homens de Nazaré foi provocada pela doutrina peculiar pregada pelo Salvador sobre o assunto da eleição.
Acho que, no fundo, esta era a picada dolorosa de toda a questão: ele definiu o direito divino de dispensar seus favores exatamente como queria; e que, ao proceder dessa forma, muitas vezes selecionava os objetos mais inesperados, por exemplo: uma viúva de longe, da região idólatra de Sidom, recebeu o suprimento de suas necessidades durante a fome, ao passo que as viúvas de Israel ficaram sem farinha (1Rs 17); que em outra ocasião, nos tempos de Eliseu, quando Deus quis curar um leproso, deixou morrer leprosos israelitas, mas o leproso proveniente da terra idólatra da Síria, que costumava curvar-se no templo de Rimom, recebeu a cura (2Rs 5). Ora, os ouvintes não gostaram disso, e penso que mesmo na congregação aqui presente, embora estejam razoavelmente acostumados a ouvir declarações contundentes a respeito da soberania de Deus--não nos envergonhamos de pregar a predestinação e a eleição tão claramente quanto pregamos qualquer outra doutrina--, não deixa de haver alguns que se sentem muitíssimo desconfortáveis quando essa doutrina é suscitada, e quase sentem vontade de matar o pregador, por ser essa doutrina muito ofensiva à natureza humana.
Nota-se, em todos os lugares, que o ódio da Igreja de Roma pelo luteranismo não é a metade do que ela sente contra o calvinismo. A doutrina da graça--a alma do calvinismo--é veneno para o papismo; a Igreja Romana não suporta a verdade de que Deus salvará segundo a vontade divina; que ele não confiou a salvação às mãos dos sacerdotes, nem a entregou a nosso mérito ou vontade própria para sermos salvos. Deus é o dono do guarda-jóias da graça, e a distribui a quem quiser. É essa a doutrina que deixa os homens tão zangados, sem saber o que dizer a respeito; no entanto, meu caro ouvinte, espero que esta não seja a razão de sua recusa em crer em Jesus, porque se for, é uma razão bastante estulta, pois embora isso seja a verdade, há ainda outra verdade: "Quem crer em Jesus Cristo, não perecerá". Embora seja verdade que o Senhor terá misericórdia de quem tiver misericórdia, é também verdade que sua vontade é ter misericórdia, e já teve misericórdia da alma que se arrepende de seu pecado e confia em Jesus. Por que levantar suspeitas contra uma verdade simplesmente porque você não consegue entendê-la? Por que resistir ao aguilhão para se ferir, enquanto ele permanece afiado como sempre, e não será removido por pontapés? O propósito do Senhor dos Exércitos é manchar o orgulho da vanglória, e levar ao desprezo a excelência da terra: "Portanto, isso não depende do desejo ou do esforço humano, mas da misericórdia de Deus" (Rm 9.16). O Senhor fará cair a árvore alta, ressecar a árvore verde e florescer a árvore seca (Ez 17.24), para que nenhuma pessoa se glorie na sua presença, mas que o Senhor seja exaltado.
Curve-se, portanto, diante da graça soberana! Ele não deve ser Rei? Quem mais deve governar senão Deus? E já que ele é Rei, não tem o direito de perdoar o criminoso condenado a morrer, sem dar razão a você? Deixe de lado a questão e as outras pessoas, e venha a Jesus, cujos braços abertos o convidam. Ele diz: "Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso" (Mt 11.28). Se você esperar até solucionar todas as dificuldades, jamais virá. Se você recusar a Cristo até compreender todos os mistérios, perecerá nos seus pecados. Venha enquanto o portão está aberto e a lâmpada continua acesa, pois ele disse: "Quem vier a mim eu jamais rejeitarei" (Jo 6.37b)".
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FONTE:: OS MILAGRES DE JESUS - Mensagens de fé, esperança e salvação C. H. Spurgeon reproduzido com autorização da Sheed Publicações pelo Projeto Spurgeon
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