quarta-feira, 31 de agosto de 2016

O nome de uma pessoa pode trazer maldição dependendo do seu significado?... A Bíblia Responde #103


Teve um pregador de outro ministério, ele falou para a minha prima mudar de nome. O nome de minha prima é mara, segundo este pregador, o nome mara significa = amargura e que a minha prima está sendo perseguida por esta maldição em seu nome e ela teria que mudar de nome isto tem base bíblica? Um nome poderia trazer maldição sobre uma pessoa dependendo de seu significado?


De fato o nome Mara em hebraico têm o significado de “amargo” conforme vemos em Êxodo 15:23 “Então chegaram a Mara; mas não puderam beber das águas de Mara, porque eram amargas; por isso chamou-se o lugar Mara.”.

Entretanto, não existe em lugar algum nas Escrituras uma orientação para que pessoas mudem de nome por conta de alguma maldição que esse nome poderia trazer a pessoa. Isso é totalmente antibíblico e herético.

Me assusta que algum pregador cristão tenha dado este tipo de conselho para quem quer que seja.

Isso é sinal de alguém que não conhece a Deus, muito mesmo a liberdade que temos em Cristo Jesus. Nosso Senhor é muito maior do que qualquer significado que venha a ter o nosso nome de nascença.

Cremos num Deus totalmente soberano, criador dos céus e da terra, Todo Poderoso, infinitamente sábio e em nada limitado. Esse é o Deus dos Cristãos, a única maldição que devemos temer é a do pecado em nossas vidas, da qual temos a salvação e libertação através de Jesus Cristo.

Enfim, não se preocupe com isso, oriente a sua prima a buscar nas Escrituras e não em homens a orientação necessária, e ore a Deus por esse pregador, para que se arrependa e se volte para a sã doutrina Bíblica.

Em Cristo



quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Para ser cristão preciso acreditar no AT?... A Bíblia Responde #102


Para ser cristão preciso acreditar nas narrativas do Velho Testamento? Há passagens nas quais Jesus confirma que o Velho Testamento é a palavra de Deus? Agradeço sua resposta.

O princípio para ser cristão é crer no Senhor Jesus Cristo como Senhor e salvador de sua vida, como diz o credo apostólico:

Você deve “Crer em Jesus Cristo, único Filho de Deus Pai, nosso Senhor, o qual foi concebido por obra do Espírito Santo; nasceu da virgem Maria; padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; ressurgiu dos mortos ao terceiro dia; subiu ao Céu; está sentado à direita de Deus Pai Todo-poderoso, donde há de vir para julgar os vivos e os mortos.”

É isso que define um cristão, a crença em Jesus Cristo. Mas, se você crer em Jesus como Senhor, você inevitavelmente crerá na Bíblia como Palavra de Deus, divinamente inspirada por Ele, toda a Bíblia, inclusive o Antigo Testamento. Basta vermos a quantidade de citações que Jesus fez do AT, além do fato que Jesus ensinava as doutrinas dos profetas (AT) no templo e entre os religiosos da época.

Os evangelhos sinóticos indicam que Cristo mencionou 34 passagens,
sendo que Mateus relata 29, Marcos 17 e Lucas 16.
Antigo Testamento
Versículo
Marcos
Mateus
Lucas
Gênesis
1:27; 2:24
10:6-7
19:4-5

Êxodo
3:6
12:26
22:32
20:37

20:12-16
10:19
19:18-19a
18:20

20:12; 21:17
7:10
15:4


20:13

5:21


20:14

5:27

Levítico
19:18

5:43; 19:19b


19:18
12:31
22:39
10:27b
Números
30:3

5:33

Deuteronômio
5:16-20
10:19
19:19-19
18:20

6:4-5
12:29-30



6:5

22:37
10:27a

6:13

4:10
4:8

6:16

4:7
4:12

8:3

4:4
4:4

24:1

5:31


19:15

18:16

Salmos
8:3

21:16


21:2
15:34
27:46


30:6


23:46

109:1
12:36
22:44
20:42-43

117:22-23
12:10-11
21:42
20:17
Isaías
6:9-10

13:14-15


6:10
4:12

8:10

29:13
7:6-7
15:8-9


53:12


22:37

56:7
11:17
21:13
19:46

66:24
9:48


Jeremias
7:11
11:17
21:13
19:46
Daniel
9:27; 12:11
13:14
24:15

Oséias
6:6

9:13; 12:7


10:8


23:30
Zacarias
11:13

27:9-10


13:7
14:27
26:31




segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Os Hereges - 1João 2.18-19



quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Quais as diferenças entre Igreja Católia e Ortodoxa?... A Bíblia Responde #101


Tendo os católicos e os ortodoxos partido do mesmo ponto, porque os ortodoxos apenas têm ícones nas suas igrejas? ou seja, a igreja católica acrescentou mais tarde estátuas, etc, ou a igreja ortodoxa restringiu o uso das mesmas mais tarde. 2- Os ortodoxos, também têm situações de aparições, como faz a Igreja Católica? por exemplo Fátima, Lurdes, etc.

Tendo em vista que as estátuas e imagens diversas foram introduzidas a partir do reinado de Constantino I, quando este se tornou cristão, e a separação das igrejas católicas e ortodoxa ocorreu apenas mais de mil anos depois, podemos supor que a igreja ortodoxa aboliu o uso dessas imagens.

Sobre as aparições eu desconheço o reconhecimento delas por parte da igreja ortodoxa, creio ser uma exclusividade da igreja católica. Abaixo segue texto contanto um resumo sobre as diferenças entre as duas igrejas.

Que Deus te abençoe.

No ano de 1054 houve um cisma entre as Igrejas Cristãs – de um lado, permaneceu o Catolicismo, submetido à autoridade papal; do outro, várias igrejas orientais uniram-se em torno do poder do Patriarca de Constantinopla, constituindo a Igreja Católica Apostólica Ortodoxa, mais conhecida como Igreja Ortodoxa. Esta expressão, advinda do grego, significa ‘doutrina reta’; os seguidores desta vertente são chamados de cristãos ortodoxos.

Até hoje os ortodoxos mantêm intactos seus rituais primitivos, ministrados pelos padres apostólicos, e também o Credo Niceno. Esta Igreja alicerçava-se em cinco Patriarcados, os de Antioquia, Constantinopla, Alexandria, Jerusalém e Roma, todos livres na esfera administrativa. No campo dos ritos, porém, as Igrejas são muito semelhantes, e seus princípios de fé são os mesmos. O Patriarca de Constantinopla detém uma denominação tão somente honorária, porque os patriarcas de cada instituição são dependentes entre si. Esta estrutura hierárquica tem um claro objetivo, demonstrar que Jesus é o único líder da Igreja, sem nenhum representante na Terra.

A maior autoridade na Igreja Ortodoxa é o Santo Sínodo Ecumênico, desde a sua fundação até os dias atuais. Ele é integrado por todos os patriarcas que lideram as igrejas autocéfalas e pelos arcebispos-primazes das igrejas independentes, que se unem quando são convocados pelo Patriarca de Constantinopla. Este Concílio teve seu poder contestado pela Igreja Católica Romana em 1054, data da dissidência religiosa entre as Igrejas Cristãs. Os ortodoxos, ao obedecerem ao Patriarca, negam a liderança do Papa e sua impossibilidade de se enganar.

Cada Igreja está submetida também a uma autoridade regional, o Santo Sínodo Local. Por outro lado, os patriarcados têm a liberdade de buscar a solução de seus problemas específicos com o máximo de autonomia, podendo inclusive substituir seus próprios bispos, até mesmo o patriarca, o arcebispo ou o Metropolita que dirija esta instituição. A Ortodoxia aceita a existência de sete Concílios Ecumênicos – os de Nicéia, Constantinopla, Éfeso, Calcedônia, Constantinopla II, Constantinopla III e Nicéia II.

Há pelo menos quatorze Igrejas Ortodoxas Autocéfalas – as quatro mais antigas, ou seja, Constantinopla, Alexandria, Antioquia e Jerusalém (todas elas constituem patriarcados); bem como as dez Igrejas Ortodoxas que surgiram ao longo do tempo: Rússia, Sérvia, Romênia, Bulgária, Geórgia (estas também são consideradas patriarcados), Chipre, Grécia, Albânia e República Tcheco-Eslováquia (estas últimas são lideradas por um arcebispo ou por um Metropolita).

Seus rituais são constantemente revestidos de pompa e constituem a essência da fé ortodoxa. A parte musical dispensa os instrumentos, expressando-se apenas através dos cantos realizados por corais. A ortodoxia não permite o uso de imagens esculturais na decoração, somente pintura sobre madeira representando os santos, Jesus e sua mãe, Maria. Surgiram nas diversas Igrejas, devido à sua autonomia, as mais variadas cerimônias eclesiásticas, que correspondem mais à diversidade das línguas e das culturas regionais, do que a qualquer discordância doutrinária. Os cinco rituais mais importantes são o bizantino – encontrado na maior parte das Igrejas Ortodoxas -, o alexandrino, o antioquino, o armênio e o caldeu.

O ascetismo organizado é a base da força vital que anima a crença ortodoxa, e seu principal mosteiro está localizado no Monte Athos, na Grécia. Na Igreja Ortodoxa todos os bispos são considerados herdeiros da tarefa apostólica, portanto são portadores dos mesmos direitos, não havendo nenhuma diferença entre eles e os outros integrantes do clero ortodoxo. Os únicos critérios para a concessão de cargos eclesiásticos são a experiência trazida pela idade e a sabedoria. A Igreja está presente em cada local no qual se consagre a Eucaristia. Esta instituição também adota o Novo Testamento, e segue igualmente as leis instituídas pelos sete primeiros Concílios Ecumênicos. Além destes pontos em comum com a Igreja Católica Romana, ela tem seu diferencial na filiação aos livros patrísticos.

Ao contrário do Catolicismo, para a Igreja Ortodoxa o Espírito Santo provém do Pai, mas não está ligado ao Filho; o purgatório não existe e os ortodoxos não crêem na virgindade de Maria, embora admitam sua elevação aos Céus. Na estrutura clerical, apenas os bispos são obrigados a manter o celibato, os padres são liberados para o matrimônio, desde que este se dê antes da sua ordenação.

No Brasil a Igreja Ortodoxa desembarcou junto com os imigrantes árabes. A primeira instituição foi edificada em São Paulo, no ano de 1904. A imponente Catedral Ortodoxa foi aberta ao público em 1954, no auge da celebração do IV Centenário da metrópole.

Dissidências de uma mesma crença Vários pontos separam o Cristianismo do Ocidente e o do Oriente

REGRAS E RITUAIS - Voto de castidade
ORTODOXOS - Opcional para padre, obrigatório para bispo
CATÓLICOS - Obrigatório para todo sacerdote



REGRAS E RITUAIS - Papa
ORTODOXOS - Não reconhecem sua autoridade
CATÓLICOS - É a autoridade máxima



REGRAS E RITUAIS - Quaresma
ORTODOXOS - Dura 47 dias
CATÓLICOS - Dura 40 dias



REGRAS E RITUAIS - Calendário
ORTODOXOS - Usam o Juliano, com 13 dias a mais no ano
CATÓLICOS - Usam o Gregoriano com 365 dias



REGRAS E RITUAIS - Natal
ORTODOXOS - Comemoram em 7 de janeiro
CATÓLICOS - Comemoram em 25 de dezembro



REGRAS E RITUAIS - Imagens dos santos
ORTODOXOS - As igrejas não têm estátuas deles, só pinturas
CATÓLICOS - Não há restrições às estátuas



REGRAS E RITUAIS - Cruz
ORTODOXOS - Tem três barras
CATÓLICOS - Tem apenas uma barra horizontal


Fontes
http://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_Ortodoxa
http://www.ecclesia.com.br/igreja_ortodoxa/index.html
http://www.brazilsite.com.br/religiao/outras/ortod.htm






terça-feira, 16 de agosto de 2016

Filhos, Herança do Senhor - Salmo 127



quinta-feira, 11 de agosto de 2016

O Determinismo É Bíblico?... A Bíblia Responde #100


Todas as coisas, materiais e espirituais, seja a natureza, atos, vontade, pensamentos, etc, subordinados ao eterno decreto de Deus. Em linhas gerais, toda a criação está sujeita à vontade decretiva e providente de Deus. De tal forma, que se uma folha cair, é porque Deus determinou que caísse. Se não, é porque Deus determinou que não caísse. De tal forma, que se escolher um sorvete de laranja ao invés de um sorvete de coco, é porque Deus determinou até mesmo essa escolha. Seja nos eventos complexos ou nos mais insignificantes, eles somente acontecem pela vontade divina. Correto? O Determinismo bíblico é verdadeira e clara?

A Bíblia nos mostra que Jesus Cristo fez questão de deixar claro que Deus está no controle de todas as coisas desde as mais simples quanto as mais complexas, conforme podemos ver em Mateus 10:29-30 “Não se vendem dois pardais por uma moedinha? Contudo, nenhum deles cai no chão sem o consentimento do Pai de vocês.
Até os cabelos da cabeça de vocês estão todos contados.”

Entretanto, quando falamos que Deus determina se você escolheu sorvete de laranja ao invés de coco, podemos correr um risco de entrar em uma contradição Bíblica, tirando a responsabilidade do homem por suas escolhas. Se aceitarmos esse conceito então se uma pessoa escolhe dar veneno ao invés de leite para seu filho tomar, então Deus determinou que essa escolha fosse feito, e em última análise Deus é o responsável por isso e não o homem, afinal foi determinado por Deus essa escolha. Tornaremos então Deus o autor do mal.

A Bíblia é clara quanto a soberania de Deus em todas as coisas, mas é também igualmente clara quanto a responsabilidade humana, dizendo que o homem é o único responsável por seus atos e pelos seus pecados.

É impossível que compreendamos totalmente a relação entre a soberania de Deus e a responsabilidade do homem. Somente Deus sabe totalmente como estas duas coisas trabalham juntas em Seu plano de salvação. Provavelmente mais do que com qualquer outra doutrina, é crucialmente importante que, no que diz respeito a esse assunto, admitamos a nossa incapacidade de compreender totalmente a natureza de Deus e o nosso relacionamento com Ele. Ir longe demais para qualquer lado resulta em uma compreensão distorcida da salvação.

A Bíblia deixa claro que Deus sabe quem será salvo (Romanos 8:29; 1 Pedro 1:2). Efésios 1:4 nos diz que Deus nos escolheu “antes da fundação do mundo”. A Bíblia descreve várias vezes os crentes como os “escolhidos” (Romanos 8:33; 11:5; Efésios 1:11; Colossenses 3:12; 1 Tessalonicenses 1:4; 1 Pedro 1:2; 2:9) e “eleitos” (Mateus 24:22,31; Marcos 13:20, 27; Romanos 11:7; 1 Timóteo 5:21; 2 Timóteo 2:10; Tito 1:1; 1 Pedro 1:1). O fato dos crentes serem predestinados (Romanos 8:29-30; Efésios 1:5, 11) e eleitos (Romanos 9:11; 11:28; 2 Pedro 1:10) para a salvação é totalmente claro.

A Bíblia também diz que somos responsáveis por receber a Cristo como Salvador - tudo o que temos que fazer é acreditar em Jesus Cristo e seremos salvos (João 3:16, Romanos 10:9-10). Deus sabe quem será salvo, Deus escolhe quem será salvo e nós temos que escolher a Cristo para sermos salvos. É impossível que uma mente limitada compreenda como estas três coisas trabalham juntas (Romanos 11:33-36). Nossa responsabilidade é levar o Evangelho a todo o mundo (Mateus 28:18-20; Atos 1:8). Devemos deixar a parte que diz respeito à presciência, eleição e predestinação nas mãos de Deus, simplesmente sendo obedientes em compartilhar o Evangelho.

Em Cristo.

terça-feira, 9 de agosto de 2016

Por Que Eu Não Devo Amar o Mundo? - 1João 2.15-17



quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Deus já escolheu um povo eleito para a salvação?... A Bíblia Responde #99


Minha pergunta é baseada numa conversa que tive com um colega. É a seguinte: é verdade que Deus já escolheu o povo eleito para ser salvo? Ou seja, se a pessoa já estiver no livro da vida ele pode pecar como quiser e mesmo assim já está salvo e quem já está condenado mesmo fazendo tudo para agradar a Deus ainda assim ainda não é digno de salvação?

A resposta para as suas perguntas é sim e não.

Sim, Deus elege um povo para salvação e não, não funciona dessa forma, uma pessoa que possui uma vida na lama do pecado, que não possui arrependimento essa pessoa não é uma eleita de Deus.

A eleição é a causa de nossa salvação, a santificação é a evidência. A santificação é a marca na orelha da ovelha eleita de Cristo (2Ts 2.13).

Existem duas verdades ensinadas na Bíblia, que Deus escolhe e predestina livremente quem Ele quer para a salvação e que o homem é responsável pela sua condenação, o fato de Deus eleger não diminui a responsabilidade humana.

Pode parecer conflitante essas duas informações e devemos reconhecer nossas limitações humanas, pois somos seres limitados, finitos, falíveis e corruptíveis. Diferentemente de Deus, todo poderoso, infinito, ilimitado, criador de todas as coisas.

Não conseguimos conciliar com nossas mentes humanas essas duas realidades bíblicas, assim como não conseguimos explicar, ou compreender totalmente a doutrina da trindade, ou ainda, explicar como Jesus Cristo é totalmente homem e totalmente Deus ao mesmo tempo.

Vamos então falar um pouco sobre essas duas verdades separadamente.

Sobre a doutrina da eleição:

Simplificando, os "eleitos de Deus" são aqueles que Deus predestinou para a salvação. Eles são chamados de "eleitos" porque essa palavra denota o conceito de escolher. A cada quatro anos, nós "elegemos" um presidente - ou seja, escolhemos quem ocupará esse cargo. O mesmo vale para Deus e aqueles que serão salvos; Deus escolhe aqueles que serão salvos. Estes são os eleitos de Deus.

Vejamos Romanos 9, a passagem mais detalhada que lida com a soberania de Deus na eleição.

O contexto da passagem flui de Romanos 8, que termina com um grande clímax de louvor: "Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem anjos, nem principados, nem coisas presentes, nem futuras, nem potestades, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor" (Romanos 8:38-39). Isto leva Paulo a considerar como um judeu poderia responder a essa afirmação. Embora Jesus tenha vindo aos filhos perdidos de Israel e embora a igreja primitiva tenha sido em grande parte judaica, o evangelho estava se espalhando entre os gentios muito mais rápido do que entre os judeus. Na verdade, a maioria dos judeus enxergava o evangelho como uma pedra de tropeço (1 Coríntios 1:23) e rejeitou Jesus. Isso levaria o judeu comum a se perguntar se o plano de Deus de eleição falhou, uma vez que a maioria dos judeus rejeita a mensagem do evangelho.

Ao longo de Romanos 9, Paulo sistematicamente mostra que a eleição soberana de Deus tem estado em vigor desde o início. Ele começa com uma declaração crucial: "Porque nem todos os que são de Israel são israelitas" (Romanos 9:6). Isso significa que nem todas as pessoas etnicamente de Israel (isto é, aqueles descendentes de Abraão, Isaque e Jacó) pertencem ao verdadeiro Israel (os eleitos de Deus). Revendo a história de Israel, Paulo mostra que Deus escolheu Isaque a Ismael e Jacó a Esaú. Caso alguém achasse que Deus estava escolhendo estes indivíduos com base em sua fé ou boas obras que fariam no futuro, ele acrescenta: "pois não tendo os gêmeos ainda nascido, nem tendo praticado bem ou mal, para que o propósito de Deus segundo a eleição permanecesse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama" (Romanos 9:11).

Neste ponto, pode-se ser tentado a acusar Deus de agir injustamente. Paulo antecipa essa acusação no versículo 14, afirmando claramente que Deus não é injusto de qualquer forma. "Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia, e terei compaixão de quem me aprouver ter compaixão" (Romanos 9:15). Deus é soberano sobre a Sua criação. Ele é livre para escolher aqueles a quem vai escolher e é livre para passar por quem quiser. A criatura não tem o direito de acusar o Criador de ser injusto. A própria ideia de que a criatura pode julgar o Criador é um absurdo para Paulo, e deve ser assim para todos os cristãos também. O equilíbrio de Romanos 9 substancia este ponto.

Há outras passagens que falam em menor medida sobre o tema dos eleitos de Deus (João 6:37-45 e Efésios 1:3-14, para citar algumas). O ponto é que Deus decidiu resgatar um resquício da humanidade para a salvação. Esses indivíduos eleitos foram escolhidos antes da criação do mundo, e a sua salvação está completa em Cristo. Como Paulo diz: "Porque os que dantes conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos; e aos que predestinou, a estes também chamou; e aos que chamou, a estes também justificou; e aos que justificou, a estes também glorificou" (Romanos 8:29-30).


Passamos agora para o assunto da responsabilidade humana, se Deus escolheu o homem não é responsável? Ou não precisa fazer nada para ser salvo, pois tudo está determinado?

A Bíblia ensina claramente que fomos eleitos para a santificação, e que sem santificação, ninguém verá ao Senhor (Hb 12.14). A santidade de vida – não estou falando de perfeição – é parte integrante da fé salvadora (Romanos 6). Santidade e fé salvadora são dois lados de uma mesma moeda. Tiago que o diga: “Fé sem obras é morta”. E no contexto, ele não estava falando de dar esmolas, mas de obedecer a Deus mesmo ao custo do que nos é mais precioso, como os exemplos de Abraão e Raabe demonstram (Tiago 2). Deixando de considerar a santificação como sinal da eleição para a vida eterna e adotando a fé como esse sinal, adotam uma base subjetiva para a segurança de salvação e correm o risco de se enganarem quanto à sua experiência religiosa, pois desta forma, podem se considerar salvos mesmo que não haja sinais visíveis da santificação entre eles.

"Nos chamou para a sua própria glória e virtude" (2Pe 1.3). Ele nos chamou para a virtude, assim como para a glória. "Porquanto Deus não nos chamou para a impureza, e sim para a santificação" (lTs 4.7). Não temos um chamado para o pecado, podemos ser tentados, mas não há um chamado ao pecado. Não somos chamados para ser orgulhosos ou impuros, mas temos um chamado para a santidade.

O pacto da graça é nosso passaporte para o céu. O acordo do pacto é que Deus será nosso Deus. Mas, quem está interessado no pacto e pode exigir os benefícios dele? Somente as pessoas santificadas: "Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne" (Ez 36.26).

Portanto, não se vai ao céu sem a santificação:

"A santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor" (Hb 12.14).


segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Crentes Super Espirituais. Eles Existem? - 1João 2.12-14