sábado, 2 de outubro de 2010

O irresistível poder do Amor


 

Há alguma palavra, que mais do que qualquer outra, resuma a mensagem que precisamos ouvir como crentes? Provavelmente varias palavras viriam à mente, mas eu suspeito que elas todas poderiam ser transmitidas através da palavra: discipulado.
Esta é a forma típica de vermos a vida cristã… o evangelho é para o descrente, e os desafios do discipulado para o crente. Tenho percebido entretanto que esta forma de olharmos a vida cristã é inadequada. Ela não produz crentes alegres de todo coração que conheçam o significado de viver pela graça todos os dias de suas vidas. Ao invés disto ela tende a produzir discípulos obedientes, mas de certa forma carregados de culpa, que sabem ser falhos em viver os desafios de seu chamado. Ou pior, produz fariseus modernos que são justos por si mesmos porque são disciplinados.
Eu creio que a mensagem mais importante que nós precisamos ouvir como crentes é o Evangelho. Isto não significa que não precisamos dos desafios e instrução do discipulado. Significa que precisamos de praticar o discipulado na mesma atmosfera do evangelho.
Alguém já disse: “Disciplina sem desejo é fadiga”. O que é que coloca desejo na disciplina do discipulado? O que é que nos motivará a seguir a Jesus com alegria? É o evangelho; boas novas de que nossos pecados são perdoados através da morte de Cristo, que é a sua perfeita justiça tem sido (e está sendo) imputada a nós.
O apóstolo Paulo nos ensina em II Coríntios 5:14-15 que o amor de Cristo nos constrange… para que os que vivem não vivam mais para si mesmo, mas para aquela que por eles morreu e ressuscitou. Para Paulo o amor de Cristo era uma motivação irresistível. Isto o faria viver, não pra ele mesmo, mas para Cristo. Esta também deveria ser a nossa motivação. É o evangelho que mantém o amor de Cristo diante de nós. Ao ponto de viveremos diariamente na atmosfera do evangelho… ao ponto de sermos constrangidos pelo amor de Cristo.
Se vamos ser motivados pelo amor de Cristo como Paulo foi, então devemos colocar de lado o pensamento de que o evangelho é primeiramente para descrentes. Devemos aprender a viver todos os dias na atmosfera do evangelho, e na alegria e motivação que ele traz, e ir adiante para sermos discípulos mais comprometidos com Ele “Aquele que nos ama, e pelo seu sangue nos libertou dos nossos pecados…” Apocalipse 1:5b
As Batidas do Coração do Mestre
Se encobrimos nosso egoísmo e racionalizamos o mal que há em nós, podemos apenas fingir que somos pecadores e portanto fingir que temos sido perdoados.
Alcoólatras em recuperação dizem: é difícil delirar honestamente. A recuperação não se inicia até que a negação da incapacidade em parar de beber, que reside no profundo da personalidade, seja exposta e reconhecida. Similarmente, não podemos receber o que o Mestre crucificado tem a nos dar, ao menos que admitamos nossas dificuldades.
Através de sua paixão e morte na cruz, Jesus levou as enfermidades essenciais do coração humano e quebrou para sempre o laço mortal de hipocrisia nas nossas almas. Ele nos libertou do poder fatal da solidão, indo Ele mesmo para a instância da solidão (“Deus meu, meu Deus, Por que me desamparaste?”). Ele compreendeu nossa ignorância, fraqueza e insensatez e garantiu perdão para todos nós (“Pai, perdoa-lhes pois não sabem o que fazem”). Ele fez do Seu coração partido um lugar seguro para todo pecador derrotado, sem esperança e desprezado. Deus reconciliou todas as coisas, tudo no céu e tudo na terra, quando Ele fez a paz através de Sua morte na cruz. (Colossenses 1:20)
A cruz revela que Jesus venceu o pecado e a morte e que nada, absolutamente nada, pode separar-nos do amor de Cristo. Nem o impostor nem o fariseu, nem a falta de consciência nem a falta da paixão, nem o julgamento negativo dos outros nem a percepção humilhante que temos de nós mesmos, nem nosso passado degradante nem nosso futuro incerto, nem o poder das lutas na igreja nem as tensões do nosso casamento, nem medo, nem culpa, medo auto-rejeição, nem mesmo a morte pode nos separa do amor de Deus, feito visível em Jesus a Senhor.
Ouvindo às batidas fracas do coração do Mestre à morte é estimulo poderoso para recuperar a paixão. É um som como nenhum outro.
O Crucificado diz, “Confesse o seu pecado e assim eu Me revelarei a você como um mestre e amigo amoroso. O medo sairá e seu coração despertará mais uma vez com paixão.” Sua palavra é dirigida àqueles cheios de um senso de auto-importância ou aos esmagados por uma auto-estima baixa. Ambos estão preocupados consigo mesmos. Ambos requerem o status de um deus, porque suas atenções estão voltadas para sua proeminência ou sua insignificância. Eles estão isolados e alienados, absorvidos consigo mesmos.
A libertação do egocentrismo crônico começa ao deixar Cristo amá-los onde eles estão.
Deixe o Grande Mestre lhe abraçar silenciosamente contra Seu coração. Conhecendo quem Ele é, você descobrirá quem você é: filho de Deus em Cristo o Senhor.

Daniel Luiz

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