quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Bem-aventurados os que choram – Martyn Lloyd-Jones (1899-1981)




Isto. . . distingue-o cristão, mostrando que ele é totalmente diferente daquele que não é cristão, que pertence ao mundo. . . O choro e o luto são coisas que este mundo se esforça para evitar a qualquer custo; toda a sua organização baseia-se na suposição de que a tristeza precisa ser evitada.
A filosofia do mundo é: Esqueça as suas aflições; dê-lhes as costas; faça tudo que puder para não enfrentá-las. . . Toda a organização da vida, a paixão pelas diversões, o dinheiro, a energia e o entusiasmo expendidos para entreter o povo, expressam bem o grande objetivo que o mundo procura, de eliminar essa ideia de choro e esse espírito de tristeza. Mas o Evangelho diz: «Felizes os que choram». Na verdade, esses são os únicos felizes! (Vide também Lucas 6) . . .
Isso. . . é algo que jamais se vê no mundo. . . isso é algo que não é tão evidente na Igreja hoje como o foi outrora, e como transparece no Novo Testamento. . . tem conquistado popularidade a idéia de que se nós, como cristãos, devemos atrair os não-cristãos, devemos exibir aparência de animação e jovialidade. . . não algo que brote de dentro, mas algo de que nos vestimos. . .
Não posso deixar de pensar que a explicação final da condição da Igreja hodierna está num defeituoso senso de pecado e numa defeituosa doutrina do pecado. Ligada a isso, é claro, está a falta de compreenção  da verdadeira natureza da alegria crista... (essas coisas), ainda agindo em conjunto, produzem necessariamente uma espécie de gente superficial e um tipo muito insuficiente de vida cristã... Não admira que a Igreja esteja falhando em sua missão se o seu entendimento, tanto do pecado como da alegria,  e assim defeituoso e inadequado... a convicção de pecado deve, necessariamente, preceder à conversão; um autêntico senso de pecado tem de vir antes que possa haver verdadeira alegria da salvação...
Assim é que muitos passam a vida empenhados em achar essa alegria cristã... Querem a alegria à parte da convicção de pecado. Mas isso é impossível; nunca poderá ser obtido.
Studies in the Sermon on the Mount, i. p. 53-6.

Nenhum comentário:

Postar um comentário