segunda-feira, 9 de julho de 2012

Os Cânones de DORT


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Podemos entender os Cânones de DORT, como uma reunião na Holanda, com intuito de defender a fé reformada, contra algumas acusações  em torno da teologia Arminiana, nas quais foram refutadas e declaradas antibiblicas e também em virtude de que ela contrariava as confissões Belgas e o catecismo de Heildelberg, de maneira que eles sugeriam mudanças na forma de suas confissões de maneira a ficar em conformidade com seu protesto conhecido como Remonstrance, que acolhia cinco pontos de fé, dentro de sua defesa de fé.

Embora essa tenha sido a principal causa, também existiram como sempre causas políticas, sociais, sendo que a Holanda era a principal fronteira para o rei James, perante o grandioso império Espanhol, radicalmente católico, e a não conformidade do entendimento das doutrinas calvinistas, possivelmente enfraqueceriam e poderiam dar entrada em uma inclusão Espanhola, dentro do Reino Unido, então além do tratamento de choque contra essa doutrina distorcida biblicamente, o perigo iminente de uma invasão no reino unido, fez com que o rei Tiago tomasse providencias para agilizar esse Sínodo.

Os pontos definidos pelo arminianismo 

Podemos resumir:

O homem consegue por não ser totalmente depravado no pecado, crer no evangelho quando lhe for apresentado.

1-O homem não está sujeito a Deus de tal modo que não consiga rejeitá-lo

2-A eleição divina esta baseada no fato de que Deus saberia quem creria e assim elegeu.

3-A morte de Cristo, não foi substitutiva e vicária e ela não garante a salvação, ela simplesmente criou a possibilidade de salvação para os que creem, 

4-Os crentes têm por sua própria e livre escolha manter-se em um estado de graça, e conservar a sua fé, aqueles que não conseguem mante-la se perdem e desviam-se.

5-A perseverança não é resultado de dom de Deus obtido pela morte de Cristo e nem da eleição, é uma condição que o homem de vê buscar pela sua livre vontade.

Fica então definido, que a salvação depende principalmente da vontade humana, pois a fé salvadora é tida desde seu começo até o final como obra do homem e não de DEUS.

Através da reunião do sínodo de DORT reunido em 1618, na Holanda a fim de examinar os pontos de vista de Arminio a luz de toda base bíblica, após um exame minucioso e detalhado feito pelos maiores teólogos da época, o Sínodo concluiu sob a luz das escrituras, que este tipo de ensino tinha que ser rejeitados como não bíblicos, foi tido por unanimidade, além desta rejeição, foram elaboradas as defesas bíblicas, com base em cinco capítulos de defesa, que ficaram então conhecidos como os cinco pontos do calvinismo e futuramente como TULIP.

Ficam registrados como refutação dos erros:

1-depravação total, Todos os homens são concebidos em pecado e nasce como filhos da ira, inclinados para o mal, escravos do pecado, a incapacidade do homem vir por si só a Cristo, em vista de que com o pecado, sua vontade é totalmente presa ao pecado e assim, ele é incapaz de vir sozinho, porque ele não deseja  e não pode vir a Cristo ,é necessário que tenha uma ação do Espírito Santo nele, para que ele possa ser liberto e assim seja trazido a Cristo.( Gn 2:17; Gn 6:5; Gn 8:21 / 1Rs 8:46 / Jo 14:4 / Sl 51:5 / Sl 58:3 / Ec 7:20 Is 64:6 / Jr 4:22; Jr 9:5-6; Jr 13:23; Jr 17:9 / Jo 3:3; Jo 3:19; Jo 3:36;Jo 5:42; Jo 8:43,44 / Rm 3:10-11; Rm 5:12; Rm 7:18, 23; Rm 8:7 /1Co 2:14 / 2Co 4:4 / Ef 2:3 / Ef 4:18 / 2Tm 2:25-26 / 2Tm 3:2-4 / Tt 1:15)

2-Eleição incondicional- Toda humanidade é condenável diante de DEUS, por isso não seria injusto se ele resolvesse deixar toda raça humana no seu próprio pecado e decidido condena-la por causa do pecado, e ela não é baseada em uma fé prevista, boa qualidade ou disposição, a eleição é a fonte de todos os bens da salvação, e é baseada no bom propósito de DEUS somente(Dt 4:37; Dt 7:7-8 / Pv 16:4 / Mt 11:25; Mt 20:15-16; Mt 22:14 / Mc 4:11-12 Jo 6:37; Jo 6:65; Jo 12:39-40; Jo 15:16 / At 5:31; At 13:48; At 22:14-15 /Rm 2:4; Rm 8:29-30; Rm 9:11-12; Rm 9:22-23; Rm 11:5; Rm 11:8-10 /Ef 1:4-5; Ef 2:9-10 / 1Ts 1:4; 1Ts 5:9 / 2Ts 2:11-12; 2Ts 3:2/ 2Tm 2:10,19/1 Pe 2:8 / 2 Pe 2:12 / Tt 1:1 / 1Jo 4:19 / Jd 1:3-4 / Ap 13:8; Ap 17:17)

3-Expiação limitada-A justiça de Deus exige punição, Deus é misericordioso e justo, sua justiça exige que nossos pecados, sejam punidos nesta vida e na futura, em corpo e alma, nós somos incapazes de satisfazer essa justiça, por nós mesmos não podemos nos livrar da ira de DEUS, então Ele em sua misericórdia deu seu único filho como fiador, em nosso lugar, ele foi feito pecado e maldição na cruz, essa foi a vontade soberana de DEUS, que a morte de seu filho fosse estendida a todos eleitos, (1Sm 3:14 / Is 53:11-12 / Mt 1:21; Mt 20:28; Mt 26:28 / Jo 10:14-15 /Jo 11:50-53; Jo 15:13; Jo 17:6,9,10 / At 20:28 / Rm 5:15 / Ef 5:25 / Tt 3:5 /Hb 9:28 / Ap 5:9)

4-Graça irresistível, Tendo o homem incapacidade de responder ao chamado, por sua incapacidade vinda do pecado, o Espírito Santo retira as escamas espirituais, lhe dá um novo coração e uma nova natureza, no qual esse processo se chama novo nascimento, de forma que sua vontade é renovada e o pecador vem livremente a Cristo por sua própria e livre escolha, a graça pode ser resistida até que Deus venha com seu Espírito Santo e através dessa chamada especial interna o eleito venha entender e crer na verdade espiritual. ( r 24:7 / Ez 11:19-20; Ez 36:26-27 / Mt 16:17 / Jo 1:12-13; Jo 5:21; Jo 6:37; Jo 6:44-45 / At 16:14; At 18:27 / 1Co 4:7 / 2Co 5:17 / Gl 1:15 / Rm 8:30 / Ef 1:19-20 / Cl 2:13 / 2Tm 1:9 / 1Pe 2:9; 1Pe 5:10 / Hb 9:15)

5-Perseverança dos Santos-O regenerado não está livre de seu pecado, mas aqueles a quem o senhor chama a comunhão do seu filho e regenera, certamente o livra do domínio e escravidão do pecado, pecados diários de fraqueza surgem e até as melhores obras dos santos são imperfeitas, e a sua perseverança está intimamente ligada a santificação, a luta do crente contra o pecado dura a vida toda, porém Deus os renova efetivamente para o arrependimento, assim não é pelos seus próprios méritos ou forças, mas pela imerecida misericórdia de DEUS, pelo seu decreto imutável, e pelas suas promessas bíblicas, para nossa consolação, no entanto essa certeza não leva a acomodação, e muito menos que os eleitos se orgulhem ou se acomodem, ela é a verdadeira raiz de humildade, piedade, paciência oração fervorosas ,  não produz descuido e nem negligência em sua piedade, antes produz maior cuidado , diligência para guardar os caminhos do Senhor (Is 54:10 / Jr 32:40 / Mt 18:14 / Jo 6:39; Jo 6:51; Jo 10:27-29 / Rm 5:8-10; Rm 8:28-32, Rm 8:34-39; Rm 11:29 / Gl 2:20 / Ef 4:30 / Fp 1:6 / Cl 2:14 /2Ts 3:3 / 2Tm 2:13,19 / Hb 7:25; Hb 10:14 / 1Pe 1:5 / 1Jo 5:18 / Ap 17:14).

Fica então definido, que no processo da salvação, Deus pela sua livre graça é soberano, e que o homem não pode alcançar a salvação por sua própria vontade, porque ela é incapaz de se aproximar de DEUS, sem a ação do Espírito Santo, e logo se a graça não é livre, ela não é graça, se a salvação dependeria da fé dos eleitos, logo não precisaria de eleição, essa teologia calvinista, é totalmente submissa à autoridade soberana de DEUS, sem deixar as responsabilidades humanas de lado, mas sabendo que é somente pela graça que somos salvos, e isso não depende de nós, é dom de DEUS. (Ef2.8)

O sínodo de DORT refutou e provou por meio das sagradas escrituras os ensinamentos não bíblicos da teologia arminiana, e A grande diferença entre as duas, é de que em uma o homem é o personagem principal e ativo da historia (arminianismo), na outro Deus é a fonte de toda soberania e desejo (Calvinismo).

È importante de fato colocar que o calvinismo não se resume aos pontos destacados no acróstico TULIP, tão pouco, é uma teologia que remeta, a orgulho, prepotência, soberba e arrogância, pelo contrário, ela é extremamente humilhante, porque mostra ao crente, que ele por si mesmo é incapaz de se achegar a Cristo, remete aos cristãos serem os pioneiros e primeiros em evangelização, remete pela graça concedida de DEUS, serem extremamente agradecidos, e ansiarem por compartilhar do evangelho com as pessoas, diferentemente do que pode ser pensado ou presumido pelos que não conhecem a teologia e o formato das doutrinas, o Sínodo de DORT expõe de forma clara e evidente em que se resume.

Guinho

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