quinta-feira, 6 de setembro de 2012

História do pensamento cristão












Podemos entender como história do  cristão, ou história dos dogmas, a interpretação dos primeiros cristãos da palavra de Deus.


É importante salientar que muito antes de chegarmos aos pensamentos de certa forma complexos de hoje, sobre o cristianismo, antes dos liberalismos e fundamentalismos, existiram crentes que desenvolveram o que podemos chamar de herança teológica e tudo isso mediante a Bíblia.

Dentre esses pensamentos, duas escolas foram cruciais na maneira de ver a Bíblia, em outras palavras, a interpretação foi influenciada pelos óculos usados para leitura dela, através dos dois grandes centros de estudos teológicos da época, a escola de Antioquia e a de Alexandria, a primeira com ênfase maior no sentido histórico-gramatical e a segunda no sentido alegórico das Escrituras.


Em virtude disso, suas teologias foram formadas com concepções muitas vezes diferentes (mas não que não houvesse em alguma medida uma proposta teológica misturada).



Surgiram grandes pensadores cristãos no lado de ensino de Cartago, como Tertuliano, que se baseava mais na ênfase da lei, onde sua teologia sobre o pecado era de herança.



No lado de Alexandria podemos destacar Orígenes, que estava mais preocupado com a verdade divina e tinha como princípios "um lado mais filosófico" de interpretação, e na Ásia menor e Síria, se destaca Irineu, com sua ênfase maior na questão de um Deus pastor e nos ensinamentos ao longo da história em forma de tipologias.

Existiram muitos problemas internos dentro da igreja e que foram necessários ser combatidos, entre eles o Marcionismo e o  Montanhismo.


De modo geral, essas heresias utilizavam de seus próprios interesses para com as Escrituras, no caso do marcionismo, especificamente, selecionando um Canon de acordo com sua necessidade e entendimento.



No montanismo, um entendimento relacionado que a época é um momento de manifestação do Espírito Santo, tendo por base que a manifestação do Pai e do Filho já passaram e agora se revelando diretamente a Montano e as profetizas.



Curiosamente, na maioria das vezes, sem a revelação já instituída das Escrituras.



Isso acontecia do lado “de dentro" da igreja, do  “outro lado", fora da igreja, o surgimento de uma heresia chamada gnosticismo realmente foi um grande problema para igreja, porque estes se julgavam mais espirituais e muitas vezes se sentiam como verdadeiros cristãos, que receberam revelação por parte de outros apóstolos, como por exemplo, Judas Iscariotes, e por isso, somente eles teriam o verdadeiro entendimento.

Para os gnósticos existia um dualismo na questão de Deus. Sendo que o deus mal teria criado a carne, e por isso a matéria era má e o corpo tinha menos importância que o espírito.


Todavia, na necessidade da sã  doutrina ee  maneira  correta de interpretar a Bíblia, surgiram vários homens para defender a verdadeira fé contra todo tipo de heresia interna e externa, mas também para refutar a ideia de que os cristãos eram a causa de problemas e absurdos como comumente era descritos aos governantes e imperadores, como sacrifícios humanos e orgias sexuais, relacionadas com a Ceia e a Comunhão. 



Estes homens ficaram conhecidos como apologistas.



No pensamento cristão da antiguidade, a Bíblia sempre foi à fonte primária de tradição, toda a igreja falível era constituída através da palavra infalível, sendo assim também foi designada uma tradição oral, como o credo dos apóstolos, com intuito de balizar a tradição crista. Em outras palavras, uma maneira de separar hereges pela constituição desse dogma cristão, mas a fonte de autoridade sempre foi a Bíblia e nunca o contrário.

Esse conceito de tradição foi se perdendo ao longo dos tempos, até chegar ao periodo da idade media, e se tornar um problema, porque diferentemente da tradição oral repassada pelos apóstolos, a igreja católica constituiu a igreja visível como parte fundamental no sentido de se tornar tão ou mais importante que as Escrituras, e essa autoridade da Bíblia foi novamente resgatada com a reforma, tendo a Sola Scriptura, como um dos lemas da reforma.

Os livros considerados como padrão (canônicos), foram recebidos mediante sinais de apostolicidade, e harmonia entre eles, e de maneira nenhuma foram escolhidos no sentido de selecionados segundo interesses próprios pela Igreja primitiva, pelo contrário, os próprios livros se incluíram pelos sinais citados anteriormente.


O entendimento da interpretação das Escrituras dentro do pensamento cristão remeteram ao estudo aprofundado da Trindade e também da Cristologia.



Foi uma  das principais preocupações com a igreja primitiva porque a maneira de entende-la sem dúvidas, influência no que pode ser chamado de ortodoxia cristã. 



Os primeiros concílios tiveram como propósito discutir sobre a Trindade e  sobre as naturezas de Cristo, incluindo sua divindade e humanidade. 
,
Dentro do pensamento cristão, Deus Pai, Filho e Espírito são três pessoas distintas dentro da mesma essência, ou seja, é um só, sempre existiram juntos. 


Dentro da Trindade as pessoas não são subordinadas, combatendo um problema comum relacionado com a heresia chamada arianismo, que ensinava que Cristo era a primeira criatura, ou seja, foi criado. Temos em nossos dias a seita dos "testemunhas de Jeová" que são os herdeiros de Ário.



Também temos outro problema, encontrado até mesmo nos nossos dias, chamado de monarquianismo,  que se constitui pela negação da Trindade. Neste ensino herético encontramos duas formas:



Na primeira forma, seus defensores  fazem um separação na Trindade Santa, dizendo que Cristo foi adotado em seu batismo (adocionista), somente aí se tornou filhos de Deus.



A segunda  forma, para "preservar" o ensino de um só Deus. Ele participa na história por vezes como pai, por vezes como filho e por fim também como espírito, o que se deu nome de modalista.

Na questão das naturezas de cristo, a frase mais impactante do pensamento cristão é:


 “Aquilo que não é assumido, não pode ser redimido", deixando muito clara a encarnação do verbo. Combatendo vários problemas em relação à parte carnal de Cristo, combatendo tanto o gnosticismo, apolinarismo e também o  docetismo, este negava a presença física de Cristo.



Foi no concílio de Constantinopla que se defendeu foi que Jesus tinha duas naturezas distintas na mesma pessoa, sem mistura e sem confusão, e somente por isso pode salvar o homem.

Por fim, notamos que os problemas da igreja ser subordinada ao estado ou vice-versa, começaram já desde os tempos de Constantino, quando ele supostamente se converteu em uma batalha, onde estava sendo derrotado e por ter tido uma visão da cruz de Cristo trocou os brasões de leões dos escudos pela cruz e com isso venceu a batalha. 


Todavia, sem duvidas, o estado foi muito mais prejudicial do que benéfico e que essa junção trouxe muitos problemas a constituição da igreja.



Embora a partir da reforma protestante, tenha ficado claro que as duas instituições, igreja e estado. são dadas por DEUS, nenhuma organização ou entidade pode usar da mensagem do evangelho como manobra de manipulação política ou social e tão pouco ser confundida ideologias com o evangelho de Cristo.

Glórias a Deus , Soberano de todas as coisas!

Guinho

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