domingo, 11 de outubro de 2015

Existiu também uma inquisição protestante?...A Bíblia Responde#64




Oi meus irmãos peço por gentileza se poderem me esclarecer sobre a chamada inquisição protestante, ela realmente existiu, se existiu usou os mesmos métodos da igreja católica.Pois em uma conversa com um católico ele acusou o protestantismo de inquisidor, como uma via de escape. Realmente essa parte da história protestante existe, eu não sabia por gentileza vcs que já me ajudaram tanto esclareçam essa dúvida.

Olá!

Primeiramente gostaria de incentivá-lo a estudar quando você puder da história da Igreja, existem diversos livros muito bons. Aprendemos que a maioria dos erros de doutrina de nossos dias não é novidade, sempre é o mesmo inimigo de roupas novas. Sobre a sua pergunta, sugiro que você peça que a pessoa que sugere este "título" que ficou caracterizado na história pela perseguição da Igreja Católica Romana,  explique o que ela quer dizer com inquisição protestante.

  Se ela estiver se referindo a alguns momentos isolados em que protestantes também perseguiram outros por diversos motivos, de fato existiram. Entre estes perseguidos existiram os anabatistas, que  foram perseguidos por diferenças em sua doutrina, mas foram perseguidos tanto por protestantes como católicos e não poderiamos citar estes fatos isolados como o mesmo sistema da inquisição.  

A grande diferença deve ser vista do ponto institucional, a Inquisição sempre foi orquestrada de maneira institucional em nome da Igreja Católica para todos aqueles que não se submetiam ao clero, que constituia um tribunal para julgar de acordo com a Lei Romana para investigar e punir a heresia que eles consideravam, enquanto que nos casos do protestantismo foram casos particulares e isolados, não podendo ser atribuídos a todo movimento da reforma protestante, até mesmo porque protestantes nunca tiveram autonomia para isso,  bem diferente do ponto de vista católico.  Veja esta citação de um historiador católico sobre o protestantismo:


Paul Johnson, um historiador britânico, católico conservador e anti-comunista , assim se refere aos Protestantes. Eis sua citação completa:



"Os Estados protestantes tendem a ser os principais beneficiários desta série internacional de movimentos religiosos. Eles poderiam ter uma religião oficial, mas tendem a ser mais tolerantes. Raramente empreendiam perseguição sistemática. Não havia neles o equivalente a inquisição. Eles não eram clericalistas. Permitiam que os livros circulassem com mais liberdade. Não abusavam o comercio com o direito canônico. Eles aceitaram a religião "privada" e colocaram o casamento e a família, no meio da mesma. Portanto, melhor se harmonizavam em uma comunidade capitalista. Em última análise, as sociedades protestantes apareceram para alcançar muito mais sucesso do que a católica, na medida que se desenvolvia o sistema capitalista. Esta questão já foi observado em 1804 por Charles de Viller em seu Charles de Viller en su Essai sur l'esprit et l'influence de la réformation de Luther".(Paul Johnson, A History of Christianity, pag 282-283. Traducão: Aníbal Leal e Fernando Mateo, Edição 1: Setembto 2010)".



Outras vezes, quando querem falar sobre Lutero, distorcidamente (talvez fosse o caso que ele estava lhe falando) citam o episódio abaixo fora do contexto:


“Em 1524, eclodiu nos territórios do Império uma gigantesca rebelião camponesa. Bandos armados compostos de cerca de trezentos mil camponeses saquearam igrejas, castelos e cidades. Lutero, depois de tentar inutilmente uma mediação, escreveu o tratado Contra os bandos arruaceiros e assassinos dos camponeses, uma espécie de carta aberta aos príncipes alemães pedindo para conter os rebeldes. "Esta é a época da ira e da espada, não a da graça [...] Por isso, caros senhores [...] matem, esganem, estrangulem quem puderem [...] e se alguém julgar tudo isso duro demais, pense que a sedição é insuportável e que a cada momento é preciso esperar a catástrofe do mundo." (David Christie-Murray, op. cit, p. 202.



Então nenhum dos acontecimentos por parte dos protestantes pode ser considerado no nível da inquisição católica, muito embora tenham existido erros no passado, o que nós protestantes não temos dificuldade nenhuma em admitir, no entanto nossa submissão esta debaixo da Bíblia e não de autoridade papal ou da tradição.

De qualquer maneira o ponto que devemos ter claro é de que não devemos levar o cristianismo a luz dos erros de pessoas ao longo da história, quer por parte da Inquisição em seus desdobramentos, quer com os erros dos protestantes. Em outras palavras, afirmar que o catolicismo ou o protestantismo é melhor baseado em quem perseguiu mais ou menos. O ponto é que a única regra de vida deve ser a Bíblia, é nisso que os católicos romanos se distanciam principalmente da movimento da Reforma Protestante. Sempre leve as conversas com relação ao que a Bíblia diz sobre a salvação, conduta e fé. 

Nestes pontos é que existe grande diferença de entendimento. Enquanto os reformadores desenvolveram de forma mais completa o ensino bíblico de salvação pela fé somente, autoridade da Escritura, os católicos distorcem o ensino da salvação pelas obras levando a praticamente a heresia do universalismo onde ensinam que todos terão um tempo de purgatório para sua salvação e ao invés de se basearem somente na autoridade das Escrituras que não é passível de engano, eles depositam sua confiança na tradição da Igreja. Estas coisas realmente estão em grande desacordo com o ensino bíblico.

Os historiadores mais conceituados, reconhecem que existiram vários casos de perseguição que permearam a reforma protestante, mas nada que representasse o equivalente aos estruturados tribunais inquisitoriais católicos. Mas novamente, essa é uma prova de como o homem é pecador e necessitado de um salvador e nossa regra de fé e prática deve vir das Escrituras e nisso os pontos vitais da fé cristã são muito distantes entre os católicos e protestantes.

Um comentário:

  1. Isso mesmo Pr. tudo explicado referente a esse asunto que muitos fazem um bicho, abracos. JONAN

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