segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Conformando-se a Palavra



Bem-aventurados os irrepreensíveis no seu caminho, que andam na lei do Senhor” (Sl 119.1)
BEM-AVENTURADO. O Salmista se sente tão arrebatado pela lei do Senhor, que considera como estando conformado a ele seu mais elevado ideal de bem-aventurança. Ele está olhando admirado para as belezas da lei perfeita; e, como se nesse versículo encontrasse a suma e resultado de todas suas emoções, ele exclama: “Bem-avnturado é o homem cuja vida é a transcrição prática da vontade de Deus”.
A religião genuína não é apática nem árida; ela tem suas exclamações e êxtases. Não só julgamos ser a guarda da lei de Deus uma atitude sábia e correta, mas nos sentimos ardentemente extasiados antes sua santidade, e clamamos em extasiante adoração: “Bem-aventurado são os imaculados!”. Significando com isso que ardentemente desejamos tornar-nos assim. Nosso desejo por FELICIDADE não é maior do que o de sermos PERFEITAMENTE SANTOS. É possível que o escritor tenha laborado sob o senso de sua própria falha, portanto invejando a bem-aventurança daqueles cuja vida havia sido mais perfeita e santo que a dele; aliás a própria contemplação da lei perfeita do Senhor na qual ele agora tem ingresso fosse suficiente para levá-lo a deplorar suas imperfeições pessoais e a suspirar pela bem-aventuraça de um viver sem mácula.

A religião genuína é sempre prática, pois ela não nos permite deleitar-nos numa regra perfeita sem excitar em nós profundo anelo de conforma a essa regra nossa conduta diária. Uma benção pertence aos que ouvem, lêem e entendem a Palavra do Senhor; não obstante, uma bênção ainda maior advém da real obediência a ela e concretiza em nosso andar e conversação o que aprendemos em nosso exame das Escrituras. A mais genuína bem-aventurança consiste na pureza de nosso caminho e de nossa caminhada.

Este primeiro verso constitui não só um prefácio a todo o Salmo, mas pode ser considerado como o texto sobre o qual o resto é um discurso. É semelhante à benção do primeiro Salmo, o qual é o próprio cabeçalho de todo o livro: Há certa semelhança entre este Salmo 119 e o Saltério, e este é só um ponto dele, que começa com uma benção. Neste também vemos algumas prefigurações do Filho de Davi, que começou seu grande sermão como Davi começou ser grande Salmo. É bom abrir nossa boca com bênçãos. Quando não podemos concedê-las, podemos apontar o caminho de sua obtenção; e ainda quando nem mesmo as possuamos, pode ser proveitoso contemplá-las, para que nossos desejos sejam exercitados e nossas almas movidas a buscá-las. Senhor, se não sou ainda tão abençoado ao ponto de não ser ainda contado entre os imaculados em teu caminho, contudo meditarei intensamente na felicidade que desfrutam, e a porei diante de meus olhos como uma ambição a ser concretizada em minha vida.

Do modo como Davi começa seu Salmo, os jovens deveriam começar as suas vidas; os recém-convertidos deviriam iniciar sua profissão de fé; todos os cristão deveriam começar cada dia. Assentem em seus corações como primeiro postulado e sólida regra da ciência prática que SANTIDADE é sinônimo de FELICIDADE; que nossa sabedoria consiste em primeiramente buscar o reino de Deus e sua justiça. O bom começo já é meio triunfo. Começar com uma idéia veraz de bem-aventurança é importante além de toda medida. O homem começou sendo bem-aventurado em sua inocência; e se nossa raça caída vida a ser vem aventurada outra vez, então ela deve encontrar a bem-aventurança onde ela a perdeu no princípio, ou seja, conformando-se com os mandamentos do Senhor.

Charles H. Spurgeon

[Via]

domingo, 30 de outubro de 2011

A Regra de Martinho Lutero a Respeito de Como se Tornar um Teólogo


A Regra de Martinho Lutero a Respeito de Como se Tornar um Teólogo

Oração, Meditação E Provações – O Caminho para o Entendimento
Martinho Lutero nasceu em 10 de novembro de 1483, em Eisleben, Alemanha. Morreu em 18 de fevereiro de 1546. Durante esses anos, ele pregou mais de 3.000 sermões e escreveu 50.000 páginas. De seu cargo como Professor de Teologia, na Universidade de Wittenberg, ele desempenhou um papel importante na criação da Reforma.

Ele nos dá conselhos profundos a respeito de obter o máximo de nossa Bíblia. Não seja desestimulado pela palavra “teologia”. O que Lutero tinha em mente era uma leitura e uma meditação firme e consistente a respeito do que Deus diz. Isto é para todos: “Quero que vocês saibam como estudar teologia de maneira correta. Eu mesmo tenho praticado este método… O método do qual estou falando é aquele que o rei Davi nos ensina em Salmos 119… Neste salmo, encontramos três regras, que são: oração, meditação e provação.” As citações que apresentamos em seguida vêm da obra What Luther Says: An Anthology, compilada por Ewald M. Plass (St. Louis: Concordia Publishing House, 1959, v. 3, p. 1359-1960).

1. Oração

“Você deve sentir-se completamente desesperado de seus próprios sentimentos e razão, pois, mediante essas coisas, você não atingirá o objetivo…. Dobre seus joelhos em seu quarto, em particular, e com sincera humildade e zelo ore a Deus por meio de seu amado Filho, para lhe conceder graciosamente o seu Espírito Santo, que o iluminará, guiará e dará entendimento. Conforme podemos ver, Davi orava constantemente neste salmo…”

Salmos 119

Verso 18: “Desvenda os meus olhos, para que eu contemple as maravilhas da tua lei”.

Versos 27, 33: “Faze-me atinar com o caminho dos teus preceitos… Ensina-me, SENHOR, o caminho dos teus decretos”.

Versos 34-37: “Dá-me entendimento, e guardarei a tua lei… Guia-me pela vereda dos teus mandamentos, pois nela me comprazo. Inclina-me o coração aos teus testemunhos e não à cobiça… vivifica-me no teu caminho”.

“Davi usou muitas outras palavras dessa natureza, embora conhecesse bem o texto de Moisés e de outros livros, os lesse e os ouvisse diariamente. Apesar disso, ele desejava ter o verdadeiro Senhor das Escrituras, a fim de, por todos os meios, assegurar-se de que não penetraria nas Escrituras com seu próprio entendimento e se tornaria o senhor delas.”

2. Meditação

“Em segundo lugar, você deve meditar. Isto significa não somente que deve considerar a Palavra em seu coração, mas também que deve usar constantemente meios externos, examinando e comparando, lendo e relendo a Palavra pregada, bem como as palavras gravadas nas Escrituras, observando e meditando, com dedicação, sobre aquilo que o Espírito Santo quer dizer… Observe, então, neste salmo, como Davi sempre diz que fala, pensa, conversa, ouve, lê, dia e noite, constantemente — mas nada menos do que a Palavra e os mandamentos de Deus. Pois Deus quer lhe dar seu Espírito tão-somente por meio da Palavra.”

Salmos 119

Verso 11: “Guardo no coração as tuas palavras, para não pecar contra ti”.

Verso 15: “Meditarei nos teus preceitos e às tuas veredas terei respeito”.

Verso 48: “Para os teus mandamentos, que amo, levantarei as mãos e meditarei nos teus decretos”.

Verso 24: “Com efeito, os teus testemunhos são o meu prazer, são os meus conselheiros”.

Verso 47: “Terei prazer nos teus mandamentos, os quais eu amo”.

Verso 93: “Nunca me esquecerei dos teus preceitos”.

Verso 97: “Quanto amo a tua lei! É a minha meditação, todo o dia!”.

3. Provações

“Em terceiro, existem as provações. Isto é a pedra de toque. Elas nos ensinam não somente a conhecer e a entender, mas também a experimentar quão exata, verdadeira, agradável, poderosa, amável e confortadora é a Palavra de Deus; ela é sabedoria suprema. Essa é a razão por que você observa que, no salmo indicado, Davi se referia freqüentemente a todo tipo de inimigo… Pois, logo que a Palavra de Deus se torna conhecida para você, o diabo o afligirá, tornando-o um verdadeiro teólogo”.

Salmos 119

Versos 67-68: “Antes de ser afligido, andava errado, mas agora guardo a tua palavra. Tu és bom e fazes o bem; ensina-me os teus decretos”.

Verso 71: “Foi-me bom ter eu passado pela aflição, para que aprendesse os teus decretos”.

Talvez você diga que não quer ser um teólogo. Não tropece nesta palavra; pois, Lutero queria dizer: alguém que conhece verdadeiramente a Deus. Você quer conhecer a Deus? Quer conhecer os caminhos dEle neste mundo e na sua vida? Quer ser capaz de entender e aplicar a Bíblia à sua situação? Quer ser um bom médico da alma para curar as feridas de outros? Então, este é um excelente conselho. Medite na Palavra de Deus, noite e dia. Derrame sua alma em oração, rogando iluminação e amor. Seja paciente no sofrimento. Não permita que as suas lições se percam, enquanto você resmunga a respeito dos árduos dons de Deus. Confie nEle e aprenda as coisas mais profundas dentre todas.

Devocional extraído do livro Provai e Vede, de John Piper.
Copyright: © Editora FIEL
Permissões: a postagem de trechos deste livro foi realizada com permissão da Editora Fiel. Se você deseja mais informações sobre permissões contate-os.

sábado, 29 de outubro de 2011

Os Cães treinados da Adversidade




Perdas e adversidades são constantemente utilizadas pelo grande Pastor para trazer de volta ao lar suas ovelhas desgarradas: “Estando eles angustiados, cedo me buscarão”

(Os 5.15).

À semelhança de cães treinados, tais circunstâncias conduzem as desgarradas de volta para o rebanho. Os leões não podem ser domados, enquanto estão sendo bem alimentados. A grande força deles têm de ser reduzida; assim, eles se submeterão às ordens do domador. Freqüentemente, o crente se torna obediente ao seu Senhor por meio de receber pão seco e trabalho árduo. Quando se tornam ricos e prósperos em seus bens, muitos crentes levantam imponentemente sua cabeça e falam com arrogância. Assim como Davi, eles bajulam a si mesmos, dizendo: “Quanto a mim, dizia eu na minha prosperidade: Jamais serei abalado” (Sl 30.6).

Quando o crente enriquece, está cercado de muitos amigos, desfruta de boa saúde e tem uma boa família, ele com freqüência permite que o Sr. Segurança Carnal se alimente à sua mesa. Então, se esse crente é um verdadeiro filho de Deus, existe uma vara que está sendo preparada para ele.

Sua prosperidade se dissolverá como um sonho. Uma parte dos seus bens vai embora – quão rapidamente suas perdas entram em cena! Onde elas acabarão? Se, quando tais embaraços ocorrem, esse crente começa a sentir-se perturbado por seu afastamento do Senhor e retornar a Ele – essa atitude será um bendito sinal da vida divina. Benditas são as ondas que jogam o marinheiro sobre a rocha da salvação! As perdas nos negócios habitualmente são santificadas para enriquecer nossas almas. Se a alma eleita não vier ao Senhor na abundância, ela virá na escassez. Se falharmos em honrá-lo no auge da prosperidade, Ele permitirá que desçamos ao vale da pobreza. Apesar disso, não desanime, herdeiro da aflição, quando você for repreendido. Pelo contrário, reconheça a mão amável que o disciplina e afirme como o filho pródigo: “Levantar-me-ei, e irei ter com o meu pai” (Lc 15.18).

Charles H Spurgeon

[Via]

Porque Você Faz o que Você Faz?


sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Porque Tu estás comigo




Não temerei mal nenhum, -porque tu estás comigo.

Salmos 23.4
Vejam! Quão independente de circunstâncias externas o Espírito Santo pode tornar o crente! Uma luz muito resplandecente pode brilhar em nosso íntimo, enquanto tudo ao nosso redor está em trevas.


Quão inabaláveis, quão felizes, quão calmos e quão pacíficos podemos ser, quando o mundo se abala e tremem os pilares da terra. Nem mesmo a morte tem poder para suspender a música do coração de um crente. Ao invés disso, ela faz com que essa música se torne mais agradável, mais clara e mais celestial.

O último tipo de ato que a morte pode fazer é permitir que a música terrena do crente seja fundida no coro celestial e a alegria temporal, na bênção eterna.


Tenhamos confiança no bendito poder do Espírito Santo para consolar-nos. Você está enfrentando a pobreza? Não tema. O divino Espírito Santo pode outorgar-lhe uma abundância muito maior do que a dos ricos. Não se entristeça! Toda aflição pode ser um fogo purificador para consumir a escória que há em você e um raio de glória para iluminar as partes mais secretas de sua alma. Seus olhos estão ficando embaçados? Jesus será a sua luz. Seus ouvidos estão falhando?

O nome de Jesus será a melhor música para a sua alma. Sócrates costumava dizer: "Os filósofos podem ser felizes sem música". Os crentes podem ser muito mais felizes do que os filósofos, quando todas as causas exteriores de regozijo lhe forem removidas. Em Deus, meu coração triunfará, aconteça o que acontecer. Por intermédio do teu poder, ó bendito Espírito, meu coração ficará contente, embora me faltem todas as coisas aqui neste mundo.

Charles H. Spurgeon

[Via]

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Sem Temor é impossível agradar ao Senhor


https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjoQi4HNTCWQGs5FbzZIAwaUhWk52D643XzL-GnOuqPLknE4FZHFrTwbcBYCVyQnNZ2Ah7NwNz5HPmK6-YWnZXjScRHxAw5xrTRXGLPZbFATy_4W0FFKSew4mSvAa9FUFFSNv90xRmD0hM/s1600/temor-do-Senhor.jpg


Jeremias 32-39-40
E lhes darei um só coração, e um só caminho, para que me temam para sempre, para seu bem e o bem de seus filhos, depois deles; e farei com eles um pacto eterno de não me desviar de fazer-lhes o bem; e porei o meu temor no seu coração, para que nunca se apartem de mim.

É o próprio DEUS que coloca esse sentimento de TEMOR , para que possamos caminhar com ele.

Temer a DEUS é reverenciara autoridade de DEUS obedecer os mandamentos e evitar toda forma de mal.

Para entender o que quer dizer temor de DEUS, em primeiro lugar, o temor baseia-se em reconhecer que DEUS é santo, cuja natureza não aceita o pecado, e pode julgar segundo sua vontade tanto agora como para eternidade.

Temer ao senhor é honrá-lo como DEUS e reconhecer a sua gloria, santidade e poder.

Esse sentimento de reverencia e respeito é uma pratica que deve ser desenvolvida por todos os servos do Senhor. Todos que querem ter um vida santa e irrepreensível devem observar esta pratica: esta é uma ordem e não uma sugestão!

O Temor é indispensável a vida do CRISTÃO e também deve ser uma pratica diária, não esporádica.

Temer a DEUS (reverenciar ou respeitar as DEUS implica em odiar o mal, Pv 8.13).

Devemos cultivar o temor do senhor em nossos corações:

Pela nossa santificação;

Pelo perdão que o SENHOR nos da;

Pela alegria verdadeira;

Aqueles que não tem temor do SENHOR não conseguem agradá-lo, não querem servi-lo, e nunca crescerão em santidade.

Já aqueles que o temem são agradáveis ao senhor, tem sua compaixão, são aceitáveis diante do altíssimo, conquistam sabedoria, adquirem confiança e conseguem evitar o mal.

O temor do senhor é visível na vida do verdadeiro CRISTÃO porque ele escolhe sempre por agradar o Senhor em todas suas escolhas, porque ele busca conhecê-lo. Observando seus princípios e não existe outra maneira de fazê-lo que não seja através da PALAVRA DE DEUS.

Temos essa reverência por DEUS e pelos seus mandamentos?

GUINHO

Sem um tostão, possuímos o mundo




“Como contristados, mas sempre alegres; como pobres, mas enriquecendo a muitos; como nada tendo, e possuindo tudo”.

2 Coríntios 6:10

Devemos deixar tudo — a nós mesmos, nossos direitos, nossa causa, nosso futuro todo — nas mãos de Deus. Principalmente se achamos que estamos sofrendo injustamente. . . Deixemos com Deus a nós próprios, nossa causa, nossos direitos — tudo, enfim — com serenidade de espírito, mente   e coração. . .

Agora note o que sucede ao homem que é como este. «Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra». Que significa isso? Podemos sumariá-lo mui brevemente. Os mansos já herdam a terra, nesta existência, do seguinte modo: O homem verdadeiramente manso está sempre satisfeito, já está contente. Goldsmith o expressa bem ao dizer: «Nada tendo, todavia, tem tudo».

O apóstolo Paulo o expressa ainda melhor, pois diz: «Nada tendo, mas possuindo tudo». Outra vez, escrevendo aos filipenses, como que diz: «Obrigado pelo presente que me mandastes. Gostei. Não porque eu desejasse alguma coisa, mas me agrada o espírito que vos moveu a mandar-mo. Contudo, quanto a mim, tenho todas as coisas, e abundantemente». Ele já lhes dissera: «Sei estar abatido e sei também ter abundância», e «Posso todas as coisas naquele que me fortalece» (Filipenses 4.11,13). Observe também o modo contundente pelo qual ele expressa esse mesmo pensamento, em 1 Coríntios 3.

Depois de dizer aos seus leitores que não precisavam ter inveja nem preocupar-se acerca destas coisas, diz: «Todas as coisas são vossas», tudo; «seja Paulo, seja Apolo, seja Cefas, seja o mundo, seja a vida, seja a morte, sejam as cousas presentes, sejam as futuras, tudo é vosso, e vós de Cristo, e Cristo de Deus». Tudo é seu, se você é manso e é cristão verdadeiro; você já herdou a terra.
 
Martyn L. Jones

Studies in the Sermon on the Mount, i, p. 70,1.

[Via]

Deus prova o Justo




O SENHOR põe à prova ao justo. Salmos 11.5
Todos os acontecimentos se realizam sob os olhos atentos do Deus todo-poderoso. Consequentemente, nenhuma provação nos sobrevem sem o conhecimento dEle. Todas as bênçãos são potencialmente portas abertas para a provação. Homens podem se afogar em mares de prosperidade, bem como em rios de aflição.
Tentações e provações espreitam em todas as estradas. Devido ao fato de que este mundo está sob o domínio de Satanás, estamos cercados de perigos. Todavia, sem permissão, nenhuma chuva cai das nuvens ameaçadoras; cada gota recebe a sua ordem, antes de descer para a terra. As provações que nos sobrevêm permitem que provemos e fortaleçamos nossa fé. Por meio delas, podemos ilustrar o poder da graça divina, testar a genuinidade de nossas virtudes e fortalecer nosso vigor espiritual.
Nosso Senhor, em sua infinita sabedoria e seu amor superabundante, atribui um valor tão elevado à fé de seu povo, que permite experimentem eles provações que fortalecem a sua fé. Você nunca teria possuído a fé preciosa que agora o sustenta, se sua fé não houvesse sido provada como fogo. Você nunca seria uma árvore tão bem arraigada, se o vento não o tivesse abalado, fazendo-o apropriar-se com firmeza das verdades preciosas da aliança da graça.
A tranquilidade do mundo é um grande inimigo da fé. Ela afrouxa as juntas de valor santo e destrói os tendões da coragem sagrada. Os balões não sobem, enquanto as cordas não forem cortadas. As provações realizam este serviço doloroso para a alma do crente. Enquanto o grão de trigo dorme confortavelmente em sua casca, ele é inútil ao homem. O grão de trigo precisa ser retirado de seu lugar de descanso, antes que seu valor seja conhecido. E bom que o crente seja provado, pois isso o faz enriquecer-se em relação a Deus.

Charles H. Spurgeon

[Via]

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Os dois mundos – Martyn Lloyd-Jones (1899-1981)



O cristão e o não-cristão pertencem a dois domínios inteira-mente diversos. . . a primeira coisa que você deve entender sobre si mesmo é que você pertence a um reino diferente. Você não difere apenas na essência; você vive. em dois mundos que diferem de modo absoluto entre si. Você está neste mundo; não pertence a ele, porém. . . você é cidadão doutro reino. . .
 
Que se quer dizer com este reino dos céus?. . . Significa, em sua essência, o governo de Cristo, ou a esfera e domínio em que Ele reina. . . Muitas vezes, quando Ele estava aqui, nos dias de Sua carne, nosso Senhor disse que o reino dos céus já estava presente. Onde quer que Ele estivesse presente e exercesse autoridade, ali estava o reino dos céus.
 
Você recorda como, em certa ocasião, quando O acusaram de expulsar demônios pelo poder de Belzebu, Ele demonstrou-lhes a completa loucura disso, e prosseguiu, dizendo: «Se, porém, eu expulso os demônios pelo Espírito de Deus, certamente é chegado o reino de Deus sobre vós» (Mateus 12.28). Eis o reino de Deus. Sua autoridade e Seu reinado estavam presentes na prática. Eis, então, Sua frase, quando disse aos fariseus:«O reino de Deus está dentro em vós», ou, «o reino de Deus está entre vós». Era como se dissesse: «Ele está-se manifestando no meio de vós. Não digais: olhe para cá, ou: olhe para lá. Despojai-vos dessa noção materialista. Aqui estou entre vós; estou realizando obras. O reino está aqui». Onde quer que o reino de Cristo esteja sendo manifestado, ali está o reino de Deus. E quando Ele enviou Seus discípulos para pregar, disse-lhes que falassem às cidades que não os recebessem: «Não obstante, sabei que está próximo o reino de Deus» (Lucas 10.11). 
 
Studies in the Sermon on the Mount, i, p. 39,40

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Você tenta melhorar o seu pecado?




Como a vida seria diferente se realmente crêssemos nesse versículo como prática verdadeira na vida: “O que encobre as suas transgressões jamais prosperará; mas o que as confessa e DEIXA alcançará misericórdia” (Pv 28.13).


Neste versículo se encontra o caminho de misericórdia para o pecador culpado e arrependido. Ele tem de acabar com o hábito de encobrir o pecado. Ele tenta fazer isso por meio da mentira, que nega o pecado; por meio da hipocrisia, que o encobre; por meio do orgulho, que o justifica; e por meio de confissões altissonantes, que procuram fazer pequenas melhorias no pecado.


O dever do pecador é confessar seu pecado e abandoná-lo. Essas duas atitudes têm de andar juntas. A confissão precisa ser feita com a sinceridade ao próprio Senhor Jesus; ela tem de incluir em si mesma o reconhecimento do erro, um sentimento de sua malignidade e um ódio contra o erro.


Não podemos lançar a culpa nos outros, nem nas circunstâncias, nem nas fraquezas naturais. Precisamos confessá-lo totalmente e reconhecer-nos culpados da acusação. Não haverá misericórdia até que isso seja feito.


Além disso, temos de abandonar o pecado. Tendo reconhecido nosso erro, devemos rejeitar toda intenção presente e futura de permanecermos nele. Não podemos viver em rebeldia e, ao mesmo tempo, habitar com a Majestade Real. O hábito de pecado precisa ser abandonado, juntamente com todos os lugares, companheiros, atividades e livros que podem nos fazer voltar atrás.


Não é apenas por meio da confissão ou apenas por meio da mudança de atitude, e sim por meio de uma conexão de ambas que alcançamos o perdão pela fé no sangue de Cristo.

Charles H. Spurgeon

[Via]

sábado, 22 de outubro de 2011

Há Novas Revelações?




Aqueles que negligenciam as Escrituras, e procuram revelações novas, transtornam todos os princípios da piedade. 
 
Certos homens tolos surgiram recentemente, os quais orgulhosamente fingem ser guiados pelo Espírito e desprezam a simplicidade daqueles que ainda se apegam à “letra morta – letra que mata”. Gostaria que me dissessem qual é o espírito cujo sopro os leva a uma altura tão estonteante para que ousem menosprezar a doutrina das Escrituras como sendo infantil e desprezível.
 
Se responderem que é o Espírito de Cristo, quão absurda é a presunção! Eles mesmos devem reconhecer que os apóstolos e os crentes primitivos foram iluminados por aquele Espírito; no entanto, nenhum deles aprendeu dEle a desprezar a Palavra de Deus; mas todos a consideravam com a mais profunda reverência. E isto concorda com a predição de Isaías: “O meu Espírito, que está sobre Ti e as minhas palavras, que pus na tua boca, não se desviarão da tua boca nem da boca da tua posteridade, nem da boca posteridade da tua posteridade, diz o Senhor, desde agora e para todo o sempre” (Is 59.21).
 
O profeta predisse, portanto, que no reino de Cristo seria a mais alta felicidade da Sua Igreja ser guiada tanto pela Palavra quanto pelo Espírito de Deus. Logo, concluímos que estes zombadores ímpios separam aquilo que o profeta juntara por um vínculo sagrado. Além disso, embora Paulo tenha sido arrebatado até o terceiro céu, não cessou de fazer uso proveitoso da lei e dos profetas, e exortou a Timóteo a dar a atenção à leitura. Ademais, ele atribui honra singular às Escrituras ao dizer que são úteis: “para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra” (2Tm 3.16-17).
 
Certamente é o máximo da maldade e da loucura atribuir um uso rápido e temporário àquelas Escrituras que guiam os filhos de Deus até o fim da sua viagem. Aqueles fanáticos teriam bebido de um espírito diferente daquele que o Senhor prometeu aos Seus próprios discípulos? Um que não falaria de Si mesmo, mas sim relembraria o que o próprio Cristo ensinara verbalmente. Portanto, não é papel do Espírito prometido dar revelações estranhas e esquisitas, ou fabricar algum novo tipo de doutrina para nos desviar do evangelho que recebemos; pelo contrário, a função do Espírito é selar em nossos corações aquela mesma doutrina que o evangelho de Cristo nos entregou.
 
É claro, portanto, que os que desejam receber proveito e bênção do Espírito de Deus devem ser diligentes em ler as Escrituras e em ouvir sua voz. Assim sendo, Pedro recomenda o zelo daqueles que prestam atenção à palavra da profecia, embora os escritos dos profetas pudessem ter sido considerados ultrapassados, ‘pela nova luz do evangelho’ (2Pe 1.19). Se, por outro lado, alguém descarta a sabedoria da Palavra de Deus e impinge sobre nós uma outra doutrina, podemos suspeita-lo, com justiça, de ser vaidoso e falso. O próprio Satanás se transforma em anjo de luz; como, pois, podemos curvar-nos diante da autoridade de qualquer espírito, a não ser que seja evidenciado por algum sinal como sendo o Espírito de Deus? Este sinal se manifesta na medida em que concorda com a Palavra do Senhor. Todavia, estes infelizes deliberadamente se desviam para sua própria ruína, procurando orientação do seu próprio espírito ao invés do Espírito do Senhor.
 
Argumentam que é uma indignidade ao Espírito de Deus que Ele – Ele que está acima de todas as coisas – seja sujeito às Escrituras. Mas, pergunto, é um desonra ao Espírito Santo ser em todas as instâncias o que Ele é – sempre consistente, sempre imutável? Se, na realidade, procurássemos testar o Espírito por qualquer regra estabelecida pelos homens ou pelos anjos, haveria certa força nesta acusação para desonra-lo; mas se O compararmos com Ele mesmo, como se pode dizer que O estamos desonrando? A verdade é que o Espírito se alegra em ser reconhecido pela semelhança que tem com Sua própria imagem imprimida por Ele sobre as Escrituras. Ele é o Autor das Escrituras e não pode mudar; logo, sempre deve permanecer tal qual Se revelou ali.
 
Quanto à objeção capciosa de que estamos escravizados à letra que mata, os que empregam tal linguagem são culpados de desprezarem a Palavra de Deus. Quando Paulo disse que a letra mata (2Cor 3.6), estava se opondo a certos falsos apóstolos que ainda se apegavam alei e que teriam privado o povo do benefício da nova aliança, na qual Deus declara que colocará Sua lei nas mentes dos fiéis, e que a escreverá em seus corações. Segue-se, portanto, que a lei do Senhor é uma letra morta que mata quando ela é separada da graça de Cristo, e que simplesmente soa ao ouvido sem tocar o coração; por outro lado, se for poderosamente implantada no coração pelo Espírito e se proclama a Cristo, é a palavra da vida, a qual converte as almas dos homens e que dá sabedoria aos símplices. No mesmo capítulo, Paulo chama sua própria pregação de o ministério do Espírito, significando assim que o Espírito Santo permanece na verdade que revelou nas Escrituras, e somente revela Seu poder àqueles que tratam Sua Palavra com a reverência e honra a ela devida . E isto não está em desacordo com aquilo que eu disse antes, que a Palavra de Deus não ganha nossa confiança a não ser que seja confirmada pelo testemunho do Espírito; porque o Senhor ligou juntas, por um tipo de vínculo mútuo, a certeza da Sua Palavra e a autoridade do Seu Espírito.
 
Reverência verdadeira á Palavra domina nossos corações quando a luz do Espírito nos capacita a ver Deus nas Escrituras; e, por outro lado, damos boas-vindas sem temor de sermos enganados, àquele Espírito que reconhecemos pela Sua semelhança à Sua própria Palavra. 
 
Os filhos de Deus sabem que Sua Palavra é o instrumento mediante o qual Ele comunica ao entendimento deles a luz do Seu Espírito; e não reconhecem nenhum outro espírito senão o Espírito que habitava nos apóstolos e falava através deles.
 
João Calvino
[Via]

E quanto aos Budistas, Hindus, Muçulmanos e Judeus?


sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Deus realmente fala conosco? Como?




Primeiro, deixem-me dizer que sim, há uma interpretação*na qual Deus fala conosco, mas também há uma interpretação na qual Deus não fala conosco. Quando as pessoas me dizem: "O Senhor me disse para fazer algo," eu desejo perguntar a elas: "Com que se parece a voz de Deus?" Você está me dizendo que ouviu uma voz do céu tão audível quanto a voz que falou no batismo de Jesus dizendo: "Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo" (Mt 3.7), ou a voz que falou com Saulo no caminho de Damasco? Houve ocasiões na Bíblia nas quais Deus falou audivelmente ao povo. Mas, mesmo na vida de Jesus, houve apenas três ocasiões registradas no Novo Testamento nas quais Deus falou audivelmente a seu Filho unigênito.
 
Nas vidas dos grandes santos, esses incidentes são excessivamente raros. Entretanto, não existe maneira mais fácil de fazer com que as pessoas concordem com aquilo que desejo fazer, nem de afastar qualquer crítica possível, do que prefaciar minhas idéias dizendo: "O Senhor me disse para fazer isso." Em essência, estou afirmando que qualquer um que questionar o que estou dizendo, estará argumentando com o próprio Deus. Creio que temos uma obrigação mútua de não nos acusarmos uns aos outros, mas de fazer uma pergunta com gentileza: "Como você sabe que foi Deus quem falou com você?" Qual é a diferença entre a voz íntima de Deus e indigestão?
 
Deus pode falar conosco (e ele fala conosco — desejo enfatizar isso), mas a principal maneira pela qual ele fala com as pessoas é através de sua Palavra escrita. Muitas vezes não desejamos passar por todas as dificuldades de estudar a Palavra, isso dá trabalho. As pessoas podem ir por palpites, intuições, sentimentos e batizar esses sentimentos e intuições como se fossem mandados divinos do céu.
 
Lembro-me de uma ocasião muito difícil em meu próprio ministério e em minha vida quando a escola na qual estava trabalhando como professor estava se mudando e eu não desejava ir para onde a escola estava mudando, por isso passei seis meses desempregado.
 
A pergunta mais séria de minha vida naquela ocasião era: Deus o que queres que eu faça? Eu estava numa angústia a respeito disso, orando desesperadamente durante horas todos os dias. Eu tinha cinco amigos íntimos, profundamente espirituais e bem intencionados que vieram me contar que Deus lhes havia dito que eu deveria fazer X, Y ou Z. Eu achei isso extraordinário porque as cinco coisas que o Senhor lhes disse para me comunicar me teriam colocado em cinco lugares diferentes. Em cinco cidades diferentes, em cinco trabalhos diferentes. A única coisa de que realmente gostei foram os cinco salários separados, mas não consegui descobrir como poderia estar em cinco lugares ao mesmo tempo. Sem dúvida alguém não tinha a mente de Cristo. 
 
Portanto, insisto em que os cristãos sejam muito, muito cuidadosos antes de dizer às pessoas: "Deus me disse isso." Você pode dizer: "Creio que talvez o Senhor esteja me guiando nessa direção." Isso seria uma maneira muito mais humilde de afirmar.

R.C.Sproul 


[Via]

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Deus se importa com teu corpo


quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Não Desperdice sua Aposentadoria


Bem-aventurados os que choram – Martyn Lloyd-Jones (1899-1981)




Isto. . . distingue-o cristão, mostrando que ele é totalmente diferente daquele que não é cristão, que pertence ao mundo. . . O choro e o luto são coisas que este mundo se esforça para evitar a qualquer custo; toda a sua organização baseia-se na suposição de que a tristeza precisa ser evitada.
A filosofia do mundo é: Esqueça as suas aflições; dê-lhes as costas; faça tudo que puder para não enfrentá-las. . . Toda a organização da vida, a paixão pelas diversões, o dinheiro, a energia e o entusiasmo expendidos para entreter o povo, expressam bem o grande objetivo que o mundo procura, de eliminar essa ideia de choro e esse espírito de tristeza. Mas o Evangelho diz: «Felizes os que choram». Na verdade, esses são os únicos felizes! (Vide também Lucas 6) . . .
Isso. . . é algo que jamais se vê no mundo. . . isso é algo que não é tão evidente na Igreja hoje como o foi outrora, e como transparece no Novo Testamento. . . tem conquistado popularidade a idéia de que se nós, como cristãos, devemos atrair os não-cristãos, devemos exibir aparência de animação e jovialidade. . . não algo que brote de dentro, mas algo de que nos vestimos. . .
Não posso deixar de pensar que a explicação final da condição da Igreja hodierna está num defeituoso senso de pecado e numa defeituosa doutrina do pecado. Ligada a isso, é claro, está a falta de compreenção  da verdadeira natureza da alegria crista... (essas coisas), ainda agindo em conjunto, produzem necessariamente uma espécie de gente superficial e um tipo muito insuficiente de vida cristã... Não admira que a Igreja esteja falhando em sua missão se o seu entendimento, tanto do pecado como da alegria,  e assim defeituoso e inadequado... a convicção de pecado deve, necessariamente, preceder à conversão; um autêntico senso de pecado tem de vir antes que possa haver verdadeira alegria da salvação...
Assim é que muitos passam a vida empenhados em achar essa alegria cristã... Querem a alegria à parte da convicção de pecado. Mas isso é impossível; nunca poderá ser obtido.
Studies in the Sermon on the Mount, i. p. 53-6.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

“As Tuas veredas destilam gordura.” (Sl 65:11 ACF)



18 de outubro
As Tuas veredas destilam gordura.” (Sl 65:11 ACF)
MUITAS são “as veredas do Senhor” que destilam gordura, mas uma das principais é a vereda da oração. Nenhum crente que permaneça muito tempo em oração privada, precisará de clamar: “Emagreço, emagreço, ai de mim!” As almas famintas vivem longe do propiciatório, e assemelham-se aos campos queimados em tempo de seca. A oração insistente e fervorosa faz o crente forte e feliz. O lugar mais próximo da porta do Céu é o trono da graça celestial. Permanece muito a sós com Jesus, e terás muita firmeza; mas se permaneceres pouco, a tua religião será superficial e estará contaminada com muitas dúvidas e muitos temores, e não brilhará com o gozo do Senhor. Já que a vereda da oração que enriquece a alma está aberta até para o mais fraco dos santos; já que não se requer nenhuma instrução superior para andar nela, e já que não és convidado a vir por seres um crente avançado, mas simplesmente por seres crente, procura, querido leitor, estar amiúde na vereda da devoção privada.
Outra das veredas principais que derramam gordura sobre os que andam nela, é a comunhão privada. Oh quão desejáveis são as delícias da comunhão com Jesus! A Terra não tem palavras que possam expressar a santa calma da alma que se recosta no seio de Jesus. Poucos cristãos entendem isto; vivem num nível baixo e rara vez sobem ao cume do monte Nebo. Vivem no átrio de fora, não entram no santo palácio, e não lançam mão do privilégio do sacerdócio. De longe olham para o sacrifício, mas não se sentam com o sacerdote a comer com ele e a desfrutar da gordura do holocausto. Mas tu, leitor, senta-te sempre sob a sombra de Jesus. Sobe à palmeira e deita a mãos aos seus ramos. Que o teu Amado seja para ti como a macieira entre as árvores silvestres e tu saciar-te-ás com o tutano e a gordura. Oh Jesus, visita-nos com a Tua salvação!

 Morning's Meditation — C. H. Spurgeon
www.spurgeon.org
 
Meditações Matinais
Tradução de Carlos António da Rocha
 de
Carlos António da Rocha

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Sofrimento - A Escola de Deus





Dizemos que o Capitão da nossa salvação tornou-se perfeito por meio do sofrimento – “Embora sendo filho, aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu” (Hb 5.8) – portanto nós, que somos pecaminosos, e estamos longe de ser perfeitos, não nos admiremos se formos chamados a passar também por sofrimentos.
Será a cabeça coroada de espinhos, e estarão outros membros do corpo a rodopiar em torno dos regalos do bem-estar? Deve Cristo passar por mares de seu próprio sangue para conquistar a coroa, e estamos a caminhar em direção ao céu com os pés enxutos e sapatilhas de prata?
Não! A experiência de nosso Mestre ensina-nos que o sofrimento é necessário, e o filho nascido de Deus não deve escapar, e não escapará, se puder. Mas há um pensamento muito confortante no fato de “ser feito perfeito por meio do sofrimento” de Cristo. É que Ele pode ter completa simpatia por nós. “Ele não é um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas.”
Nesta simpatia de Cristo, encontramos um poder sustentador. Um dos antigos mártires disse: “Posso suportar tudo, pois Jesus sofreu, e Ele sofre em mim agora; Ele simpatiza comigo, e isto me faz forte”.
Crente, apodere-se dessa idéia em todos os momentos de agonia. Que a idéia de Jesus fortaleça-o à medida que caminha em seus passos. Encontre um amável suporte em sua simpatia; e lembre-se de que sofrer é uma coisa honrosa – sofrer por Cristo é glória.
Os apóstolos regozijaram-se por terem sido contados dignos de fazer isto. Na medida em que o Senhor nos dá graça para sofrer por Cristo e sofrer com Cristo, Ele, na mesma proporção, nos honra. As jóias de um cristão são as suas aflições. As regalias dos reis que Deus tinha ungido são seus transtornos, suas angústias, suas mágoas.
Não evitemos, portanto, de ser honrados. Não nos desviemos de ser exaltados. As mágoas nos exaltam, e os transtornos elevam-nos. “Se sofremos com Ele, com Ele reinaremos”.

Charles H. Spurgeon

[Via]

domingo, 16 de outubro de 2011

Como Ser Cheio do Espírito Santo?


Como Ser Cheio do Espírito Santo?

Como beber o vinho de Deus? Meditação sobre efésios 5.18-21
E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito, falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais, dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo.

Efésios 5.18 diz: “E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito”. Há, pelo menos, quatro efeitos de ser cheio do Espírito. Primeiramente, o versículo 19 mostra que o efeito é musical: “…falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor”. É evidente que a alegria em Cristo é a característica peculiar de ser cheio do Espírito.

Mas não somente alegria. No versículo 20, encontramos a gratidão: “Dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus  Cristo”. Gratidão perpétua, gratidão por tudo resulta de ser cheio do Espírito — e essa gratidão tem como alvo o vencer a murmuração, o descontentamento, a autocompaixão, a amargura, o queixume, a carranca, a depressão, a inquietação, o desânimo, a melancolia e o pessimismo!

Mas os efeitos não são apenas alegria musical e gratidão por tudo; há também a submissão de amor às necessidades uns dos outros — “sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo”. Alegria, gratidão e amor humilde — essas são algumas das marcas de ser cheio do Espírito.

Poderíamos acrescentar um quarto efeito: ousadia no testemunho cristão. Podemos ver isto com mais clareza em Atos 4.31: “Tendo eles orado, tremeu o lugar onde estavam reunidos; todos ficaram cheios do Espírito Santo e, com intrepidez, anunciavam a palavra de Deus”. Nenhum crente deixará de ser ousado e zeloso no testemunho, se o Espírito Santo estiver produzindo nele alegria transbordante, gratidão perpétua e amor humilde. Oh! Como precisamos ser cheios do Espírito! Procuremos esse enchimento! Busquemo-lo!

No entanto, há uma pergunta crucial: como podemos buscá-lo? Comecemos com a analogia mais próxima: “Não vos embriagueis com vinho… mas enchei-vos do Espírito” (v. 18). Como você se embriaga com o vinho? Você o bebe… em grande quantidade. Então, como ficaremos embriagados (cheios) com o Espírito? Bebamos dEle! Bebamos em profusão. Paulo disse: “A todos nós foi dado beber de um só Espírito” (1 Coríntios 12.13). Jesus disse: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva. Isto ele disse com respeito ao Espírito” (João 7.37-39).

Como podemos beber do Espírito Santo? Paulo disse: “Porque os que se inclinam para a carne cogitam das coisas da carne; mas os que se inclinam para o Espírito, [cogitam] das coisas do Espírito” (Romanos 8.5). Bebemos do Espírito cogitando das coisas do Espírito. O que significa “cogitar” das coisas do Espírito”? Colossenses 3.1-2 afirmam: “Buscai as coisas lá do alto… Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra”. “Pensar” significa “procurar, dirigir a atenção para, preocupar-se com”. Significa “ser dedicado a” e “absorvido com”. Portanto, beber do Espírito significa buscar as coisas do Espírito, dirigir a atenção às coisas do Espírito, dedicar-se às coisas do Espírito.

Quais são “as coisas do Espírito”? Quando Paulo disse: “Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus” (1 Coríntios 2.14), estava se referindo aos seus próprios ensinos inspirados pelo Espírito (1 Coríntios 2.13)— especialmente seus ensinos a respeito dos pensamentos, planos e caminhos de Deus (1 Coríntios 2.8-10). Então, “as coisas do Espírito” são os ensinos dos apóstolos a respeito de Deus. Jesus também disse: “As palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida” (João 6.63). Logo, os ensinos de Jesus também são “as coisas do Espírito”.

Portanto, beber do Espírito significa cogitar das coisas do Espírito. E cogitar das coisas do Espírito significa dirigir nossa atenção aos ensinos dos apóstolos a respeito de Deus e às palavras de Jesus. Se fizermos isso por bastante tempo, ficaremos embriagados com o Espírito. De fato, ficaremos viciados no Espírito. Em vez de dependência química, desenvolveremos uma maravilhosa dependência do Espírito Santo.

Mais uma coisa: o Espírito Santo não é como o vinho, porque Ele é uma pessoa e livre para ir e vir aonde quer que deseje (João 3.8). Por isso, temos de acrescentar Lucas 11.13. Jesus disse aos seus discípulos: “Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais o Pai celestial dará o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?” Se queremos ser cheios do Espírito, temos de pedir isso ao nosso Pai celestial. E foi isso que Paulo fez pelos crentes de Éfeso. Ele pediu ao Pai celestial que aqueles crentes fossem “tomados [cheios] de toda a plenitude de Deus” (Efésios 3.19). Beba do Espírito e ore. Beba do Espírito e ore. Beba do Espírito e ore.


Devocional extraído do livro Provai e Vede, de John Piper.
Copyright: © Editora FIEL
Permissões: a postagem de trechos deste livro foi realizada com permissão da Editora Fiel. Se você deseja mais informações sobre permissões contate-os.