quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Porque parece que quanto mais "sabedoria" o homem alcança mais se afasta de Deus?...A Bíblia Responde#46









 Como sempre digo e repito novamente, este site tem sido de muitas bênçãos para mim e para as pessoas a minha volta, muito obrigado. A pergunta que faço dessa vez é a seguinte: em pesquisas feitas através de livros e internet, venho percebendo um alto declínio de religiosos e percentual da população que professa sua fé em Deus ou alguma força espiritual, decrescentes em países principalmente de berço protestante, de grande influência do protestantismo ou muito desenvolvidos, sobretudo nos países nórdicos e Europa Ocidental: Noruega, Países Baixos, Alemanha, Suécia, Suíça, Islândia, Dinamarca e além desses Austrália e Nova Zelândia, sendo que alguns citados o catolicismo também tem forte participação. Mas a pergunta é: Porque justamente esses países, os mais desenvolvidos em tecnologia, educação e vida de qualidade tem o maior número de ateus, agnósticos e irreligiosos? Não deveria ser o contrário? Pois o conhecimento nos leva a acreditar em Deus.



Obrigado pela ótima pergunta.


Esta é uma pergunta que pode ser longa devido as explicações históricas que vem influenciando a humanidade ao longo dos séculos e ao mesmo tempo, simples, explicada pelas Escrituras. Tentarei resumir os acontecimentos ao longo da história para depois finalizar com o conceito Bíblico.

Ao longo da história vemos que a filosofia e o cristianismo sempre andaram muito próximos, grandes teólogos cristãos conhecidos como Pais, que se referiam as primeiras gerações posteriores aos Apóstolos, Policarpo, Tertuliano, Irineu, e o conhecido Agostinho de Hipona (entre outros), que tinham contato com as filosofias de Platão e Aristóteles, por conta do mundo helenizado e grego, embora isso tenho acontecido antes de sua época,  para posteriormente ser Romano, na época que chamamos de Idade Antiga. Com o passar dos séculos, os pensamentos filosóficos mais racionalistas baseados principalmente em Aristóteles, ganharam força e influenciaram grandes teólogos, como foi o caso de Tomás de Aquino, no período da Idade Média.

Então a ênfase começou já a ser mesmo nos círculos cristãos, no racionalismo, período que conhecemos como período escolástico, neste período era defendida a tese de que apesar de que Deus é o criador, o homem não necessariamente precisava da "iluminação" de Deus, para conhecer as verdades sobre Ele, ou em outras palavras foi uma época da supervalorização da razão.

O que se chamou de Teologia natural, ou revelação geral, que trazia em seu seio, o conceito de que a razão seria capaz de perceber e conhecer a Deus, simplesmente por meio da razão, algo que foi fortemente refutado por Lutero, porque apesar de reconhecer que a criação pode nos trazer rastros de Deus, somente em Cristo que temos acesso ao verdadeiro conhecimento de Deus.

Aliado a esta forte ênfase no racionalismo, pensamentos filosóficos de Descartes,  Kant e Nietzsche passaram a influenciar profundamente o pensamento moderno até mesmo na teologia, com a mudança de que antes, a verdade a ser conhecida não estava no sujeito, passando para que a única verdade a ser conhecida vem do sujeito, para Kant, o homem é o criador originário de todos os conceitos e representações e o único autor de suas ações, daí para o Liberalismo teológico foi um passo muito rápido, a ideia difundida de que os milagres bíblicos, são mitos e fábulas, desta maneira devastando as Igrejas no local onde antes havia sido o berço (Europa), mas também pelas Américas, a ponto dos estudiosos declararem de que a Europa vive um período pós-cristão, esta é a consequência de uma teologia defeituosa influenciada por filosofias puramente antropológicas. 

Este é um breve resumo histórico, para chegarmos aos nossos dias, todavia, o conceito Bíblico explica de maneira absoluta a causa de todas estas coisas, existe uma doutrina chamada de Depravação total, que se refere ao estado do homem, esta doutrina não se refere ao estado do homem em sua intensidade, ou seja, que o homem é tão mal quanto poderia ser, mas se refere a extensão (Ef 2.1). Com a queda, a Bíblia nos ensina que o homem foi afetado em todas as áreas: Mente, corpo, emoções, vontade e alma, isso quer dizer que o homem não deseja a Deus por si mesmo (Jo 5.40), porque suas faculdades estão afetadas pelo pecado, e tão pouco pode conhecer de maneira satisfatória pela razão, como pensavam os escolásticos, porque sua razão também foi afetada pelo pecado. Paulo explica muito claramente, porque mesmo aprendendo e conhecendo coisas fantásticas, conforme você colocou, que o conhecimento deveria nos aproximar de Deus, mas acaba por tornar o homem ainda mais indesculpável por sua conduta diante de Deus:

Romanos 1:19-25

Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou.
Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;
Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu.
Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos.
E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis
Por isso também Deus os entregou às concupiscências de seus corações, à imundícia, para desonrarem seus corpos entre si;
Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém

Por isso lugares onde muitas vezes a tecnologia, qualidade de vida deveriam dar glórias a Deus, acabam por se tornarem cada vez mais insensatos, não reconhecendo que tudo que eles podem ter, não provém meramente de suas forças, pelo contrário, "Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam"(Salmo 127). 

O homem não pode salvar a si mesmo, ele é dependente totalmente da obra do Espírito Santo em sua regeneração, o que as Escrituras chamam de novo nascimento (Jo 3.3), então aprendemos que sistemas humanos, que não dependem de Deus, são incapazes de converterem pessoas, porque esta é uma obra atribuída somente a Deus (Salmo 62.1), as Igrejas em boa medida tem abandonado o verdadeiro Evangelho, a proclamação genuína da salvação de Deus, trocando por métodos que se preocupam com várias coisas (riqueza, cura, fama), menos com a Glória de Deus, todavia, nossa confiança e alegria é de que Deus conforta, sustenta e guia seu povo, apesar das dificuldades, e que Seu plano está caminhando para o cumprimento, nada destas coisas está despercebida ou fora do controle do Altíssimo, porque nosso Deus está nos céus e fez tudo que lhe apraz (Salmo 115.3).

Porque dele e por Ele, e para Ele, são todas as coisas; glória, pois, a Ele eternamente. Amém

Em Cristo








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