quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

"Buscando socorro em tempos difíceis"









“Ouve, Senhor, a minha oração, dá ouvidos a minha súplica; responde-me por tua fidelidade e por tua justiça.” Salmo 143: 1


Não é incomum nesta escola de oração, os Salmos, Davi expressando seus medos, angústias e tribulações diante das mais diversas circunstâncias, palavras como: medo, pânico, tristeza, dor, angústia não são particulares a nossa época e uma meditação neste Salmo pode nos trazer refrigério para alma, sabendo que as nossas dificuldades também foram vividas por homens santos descritas nas Escrituras. Na verdade, estes relatos bíblicos são muito mais comuns do que a maioria das pessoas pensam, José, Jó, Elias, Davi, Paulo, Pedro e até mesmo o Senhor da glória, Jesus Cristo.

A oração é o meio designado por Deus para que seus filhos peçam, clamem, chorem (Lc 11:1-13;Tg 4:2). Muitas vezes, por nossas circunstâncias, não conseguimos nos direcionar a Deus em oração tamanha angustia ou sofrimento, mas podemos saber que mesmo de maneira deficiente, porque somos assim, o Santo Espírito nos assiste em nossas orações (Rm 8:26). Então o fato é:

Não precisamos ensinar a Deus sobre Ele mesmo, com orações que mais parecem aulas teológicas do que uma oração, Deus não precisa de nossa teologia, nós precisamos dela para conhecê-lo, é bastante significativo, então o que Deus realmente valoriza e não despreza é:

“um coração contrito e quebrantado” (Sl 51:17; Sl 34:18).

Então Davi, passando por um dos momentos de angústia na alma, se volta de seus medos e aflições através das expressões:

“o meu espírito desanima; o meu coração está em pânico” (Sl 143: 4)

“apressa-te em responder-me, Senhor! O meu espírito se abate”(Sl 143:7)

Estes sentimentos e sensações lhe parecem familiares? Com certeza para mim eles são. No entanto, Davi também sabe que não pode guiar sua vida através do que ele sente ou até mesmo está passando, mas confiando na graça futura de Deus em lhe resgatar e salvar e por isso, desta mesma forma devemos nos juntar a ele, em nossas orações, trazendo em nossas mentes aquilo que sabemos sobre Deus, mesmo que esta seja uma hora de trevas em nossas vidas, este é o remédio santo, confiara na palavra de Deus, através de suas promessas.

Então em meio a cada sofrimento e angústia, Davi se alimenta daquilo que ninguém pode retirar dele porque esta fé, é sustentada pela fidelidade de Deus e não dele mesmo:

“preserva-me a vida por causa do TEU NOME; por TUA justiça tira-me desta angústia” (Sl 143:11)

Gostaria de destacar pelo menos quatro motivos que Davi colocava sua esperança na graça futura de Deus para sua vida:

1-Em sua dúvida quanto ao dia de amanhã, sobre o medo e aflição, seu desejo de ver o amor de Deus derramado em seu livramento ele diz:

“Pois em ti confio”. Aqui mesmo contra a realidade da situação, Davi coloca sua disposição mental a serviço de depositar sua segurança naquele que pode cuidá-lo.

2-Em sua dúvida quanto a que decisões tomar, que rumo seguir em meio de tanto tormento e dificuldade em continuar ele diz:

“Pois a ti elevo minha alma”. Aqui mesmo contra a incerteza e o medo, ele recorre ao único que pode realmente lhe dar livramento.

3-Em sua dúvida a respeito de sua vida, pelas perseguições que estava sofrendo, ele diz:

“Pois em ti me abrigo”, sabendo do poder de Deus para lhe manter seguro, apesar de todas as indicações contrárias, ele encontra descanso em meditar no cuidado soberano de Deus.

4-Em sua dúvida a respeito de tantas agitações, incertezas ele mantém seu desejo de fazer a vontade de Deus, mesmo que isso seja difícil, contrariando a natureza carnal de sucesso e conforto, ele diz:

“Pois tu és o meu Deus”. Não ele mesmo, não seu poder, não suas influências.

Amados, a nossa caminhada não é calma e mansa como em uma cadeira de balanço, para o crente viver aqui neste mundo é como estar em uma arena de leões diariamente, no entanto, aprendemos nestas orações que podemos depositar e confiar em um Deus que nos cuida em meio as provas e lutas e que com certa frequência usa delas para purificar a nossa fé (Tg 1:2; 1 Pe 1:7).

Simplesmente porque Jesus venceu o mundo, através de sua obra morrendo por nossos pecados e ressuscitando para que nós também possamos ressuscitar podemos confiar. Corramos esta corrida que nos está proposta sabendo que Deus é fiel, principalmente a Si mesmo, e tudo aqui que Ele prometeu, ele é fiel para cumprir.

Em Jesus, temos a certeza e a segurança da vida eterna, todavia, a promessa de Deus não inclui um translado de “limousine” para o céu mas a certeza de que chegaremos lá!

Corramos aos pés daquele que pode nos socorrer, como Davi fez, continuemos a olhar com convicção que Deus nos guarda e sustenta até o fim, afinal a fé é a certeza das coisas que se esperam, mas não se veem. Com confiança, porque Jesus sabe o que é sofrer e se compadece de nós, nos acheguemos confiantes a este trono de graça como aprendemos com Davi (Hb 4:16).


“Aquele que começou a boa obra em vós, é fiel para completá-la” (Fp 1:6)


Em Cristo

Guinho

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