“Ouve, Senhor, a
minha oração, dá ouvidos a minha súplica; responde-me por tua
fidelidade e por tua justiça.” Salmo 143: 1
Não é incomum nesta
escola de oração, os Salmos, Davi expressando seus medos, angústias
e tribulações diante das mais diversas circunstâncias, palavras
como: medo, pânico, tristeza, dor, angústia não são particulares
a nossa época e uma meditação neste Salmo pode nos trazer
refrigério para alma, sabendo que as nossas dificuldades também
foram vividas por homens santos descritas nas Escrituras. Na verdade,
estes relatos bíblicos são muito mais comuns do que a maioria das
pessoas pensam, José, Jó, Elias, Davi, Paulo, Pedro e até mesmo o
Senhor da glória, Jesus Cristo.
A oração é o meio
designado por Deus para que seus filhos peçam, clamem, chorem (Lc
11:1-13;Tg 4:2). Muitas vezes, por nossas circunstâncias, não
conseguimos nos direcionar a Deus em oração tamanha angustia ou
sofrimento, mas podemos saber que mesmo de maneira deficiente, porque
somos assim, o Santo Espírito nos assiste em nossas orações (Rm
8:26). Então o fato é:
Não precisamos ensinar
a Deus sobre Ele mesmo, com orações que mais parecem aulas
teológicas do que uma oração, Deus não precisa de nossa teologia,
nós precisamos dela para conhecê-lo, é bastante significativo,
então o que Deus realmente valoriza e não despreza é:
“um coração
contrito e quebrantado” (Sl 51:17; Sl 34:18).
Então Davi, passando
por um dos momentos de angústia na alma, se volta de seus medos e
aflições através das expressões:
“o meu espírito
desanima; o meu coração está em pânico” (Sl 143: 4)
“apressa-te em
responder-me, Senhor! O meu espírito se abate”(Sl 143:7)
Estes sentimentos e
sensações lhe parecem familiares? Com certeza para mim eles são.
No entanto, Davi também sabe que não pode guiar sua vida através
do que ele sente ou até mesmo está passando, mas confiando na graça
futura de Deus em lhe resgatar e salvar e por isso, desta mesma forma
devemos nos juntar a ele, em nossas orações, trazendo em nossas
mentes aquilo que sabemos sobre Deus, mesmo que esta seja uma hora de
trevas em nossas vidas, este é o remédio santo, confiara na palavra
de Deus, através de suas promessas.
Então em meio a cada
sofrimento e angústia, Davi se alimenta daquilo que ninguém pode
retirar dele porque esta fé, é sustentada pela fidelidade de Deus e
não dele mesmo:
“preserva-me a vida
por causa do TEU NOME; por TUA justiça tira-me desta angústia”
(Sl 143:11)
Gostaria de destacar
pelo menos quatro motivos que Davi colocava sua esperança na graça
futura de Deus para sua vida:
1-Em sua dúvida quanto
ao dia de amanhã, sobre o medo e aflição, seu desejo de ver o amor
de Deus derramado em seu livramento ele diz:
“Pois em ti confio”.
Aqui mesmo contra a realidade da situação, Davi coloca sua
disposição mental a serviço de depositar sua segurança naquele
que pode cuidá-lo.
2-Em sua dúvida quanto
a que decisões tomar, que rumo seguir em meio de tanto tormento e
dificuldade em continuar ele diz:
“Pois a ti elevo
minha alma”. Aqui mesmo contra a incerteza e o medo, ele recorre ao
único que pode realmente lhe dar livramento.
3-Em sua dúvida a
respeito de sua vida, pelas perseguições que estava sofrendo, ele
diz:
“Pois em ti me
abrigo”, sabendo do poder de Deus para lhe manter seguro, apesar de
todas as indicações contrárias, ele encontra descanso em meditar
no cuidado soberano de Deus.
4-Em sua dúvida a
respeito de tantas agitações, incertezas ele mantém seu desejo de
fazer a vontade de Deus, mesmo que isso seja difícil, contrariando a
natureza carnal de sucesso e conforto, ele diz:
“Pois tu és o meu
Deus”. Não ele mesmo, não seu poder, não suas influências.
Amados, a nossa
caminhada não é calma e mansa como em uma cadeira de balanço, para
o crente viver aqui neste mundo é como estar em uma arena de leões
diariamente, no entanto, aprendemos nestas orações que podemos
depositar e confiar em um Deus que nos cuida em meio as provas e
lutas e que com certa frequência usa delas para purificar a nossa fé
(Tg 1:2; 1 Pe 1:7).
Simplesmente porque
Jesus venceu o mundo, através de sua obra morrendo por nossos
pecados e ressuscitando para que nós também possamos ressuscitar
podemos confiar. Corramos esta corrida que nos está proposta sabendo
que Deus é fiel, principalmente a Si mesmo, e tudo aqui que Ele
prometeu, ele é fiel para cumprir.
Em Jesus, temos a
certeza e a segurança da vida eterna, todavia, a promessa de Deus
não inclui um translado de “limousine” para o céu mas a certeza
de que chegaremos lá!
Corramos aos pés
daquele que pode nos socorrer, como Davi fez, continuemos a olhar com
convicção que Deus nos guarda e sustenta até o fim, afinal a fé é
a certeza das coisas que se esperam, mas não se veem. Com confiança,
porque Jesus sabe o que é sofrer e se compadece de nós, nos
acheguemos confiantes a este trono de graça como aprendemos com Davi
(Hb 4:16).
“Aquele que começou
a boa obra em vós, é fiel para completá-la” (Fp 1:6)
Em Cristo
Guinho
Guinho
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