terça-feira, 3 de setembro de 2013

A fé e a razão podem coexistir?



A grande maioria das pessoas tem em suas mentes as perguntas:

De onde viemos, como tudo começou, para onde iremos, qual o sentido da vida?

Mesmo que em sua arrasadora maioria, vivam suas vidas sem se importar muito com isso, a fé cristã muitas vezes é atacada como sendo irracional, mitológica e até mesmo como faz de conta.

Existe uma área dentro do ramo da teologia, chamada apologética, que cuida quanto aos ataques externos e ataques internos, e como a fé cristã é detentora da verdade absoluta, proveniente do próprio Deus, isso não é coisa nova diga-se de passagem, porque desde o tempo dos Apóstolos até nossos dias, as questões levantadas sempre são as mesmas, o inimigo é o mesmo porém com roupa nova!

Os pontos a serem levantados em defesa da fé, dizem respeito a vários argumentos lógicos racionais, sobre a coerência da fé cristã, ela é uma fé racional, embora para isso, não estejamos negando as questões sobrenaturais, mas sim dizendo que a fé cristã é totalmente coerente e racional.

Dentre as coisas mais comuns em que a fé cristã recebe como ataque, estão:

1- A Bíblia recebeu muitos acréscimos ao longo dos tempos, então por isso não pode ser considerada verdadeira.

2- Como pode se dizer que o cristianismo é uma religião boa, se ao longo dos tempos houve tanto derramamento de sangue, por parte das cruzadas, e comprovadamente foram feitas muitas atrocidades em nome da fé?

No campo apologético, existem vários tipo de argumentos em relação aos ataques e argumentações por parte tanto de ateus, quanto de pessoas que não professam a Cristo como Senhor.

Mas primariamente poderíamos citar sem medo e firmado em provas racionais, que a grande maioria dos ataques não se sustentam logicamente, por suas diversas falhas de argumentação, a isso se dá o nome de falácias, nos dois casos citados acima, são exemplos clássicos disso:

1- Como posso fazer uma afirmação em cima de uma coisa que não é verdadeira, se não tenho recurso para dizer isso? Ou seja, para levantar uma caracterização sobre algo que seja falso, necessariamente é preciso ter acesso a comparação do verdadeiro, caso contrário, essa é uma afirmação ilógica, porque sua conclusão parte da premissa de sua opinião própria.

2- Este é outro caso típico de uma falácia “Ad hominem”, onde a conclusão é dependente da falsa premissa de que o cristianismo é ruim pelas ações de algumas pessoas, porém isso é totalmente tendencioso, da mesma maneira poderia ser dado muitos exemplos bons a respeito do cristianismo, então o que se segue é que o fato de algumas pessoas usarem de violência ou difamação ao longo dos tempos, não comprova que o cristianismo em si é ruim. 

A verdade de uma posição, independe de caráter daqueles que a sustentam.

Para a defesa da fé cristã a respeito dos ataques da existência de Deus, existem vários argumentos que podem ser usados, os mais conhecidos: Cosmológico, teleológico, ontológico e moral.

Cada um destes argumentos explica satisfatoriamente e racionalmente os pontos debatidos por todos os tipo de ateístas, por cada argumento ser bastante desenvolvido, explanarei de maneira simples, dando um pouco mais de enfase ao aspecto moral, que sem duvidas é um dos mais fortes.

Argumento cosmológico¹:

- Tudo que existe tem uma causa,
- O universo existe, logo, ele tem uma causa
- A causa do universo é Deus.

Basicamente o argumento levantado contrário a esse argumento é facilmente refutado.
1-Se tudo que existe tem uma causa, logo Deus existe e tem que ter tido uma causa.

Refutação:
A diferença é que Deus existe necessariamente, ou seja, Ele existe por si só, ele é auto-existente. Para ser o causador de alguma coisa, sem ser causado, esse Ser não poderia ser matéria e nem se prender ao tempo.

Esse Deus é imaterial, atemporal e a criação vem dele, mas Ele não é dependente da criação.

Argumento teleológico:

Todas as coisas que podemos observar no universo indicam que elas tem um propósito, ou seja, quando estamos passeando na rua e encontramos um relógio no chão, não pensamos que este relógio surgiu aleatoriamente, pelo contrário, que ele teve um propósito, um designer, sendo assim, o mesmo se aplica ao universo. Todas as características que se percebem nos animais, no cérebro humano, entre tantas outras, claramente indicam a existência de um design que minunciosamente projetou todas as coisas, um projetista.

Claramente, toda forma de vida na história da Terra tem sido altamente complexa. Um único fio de DNA equivale a um volume da Enciclopédia Britânica. O cérebro humano tem cerca de 10 bilhões de gigabytes de capacidade. Além das coisas viventes aqui na Terra, todo o universo parece ter sido projetado para a vida. Literalmente centenas de condições são necessárias para a vida na Terra. Tudo, da densidade de massa do universo à atividade sísmica, deve ser ajustado para que a vida possa existir².

A chance de todas estas coisas aleatoriamente acontecendo é literalmente impossível. A probabilidade contra isso acontecer é muitas ordens de magnitude maior do que o número de partículas atômicas em todo o universo! Com um projeto tão impressionante, é difícil acreditar que somos simplesmente um acidente. Na verdade, a recente conversão do famoso ateu e filósofo Antony Flew ao teísmo foi baseada em grande parte neste argumento. Além de demonstrar a existência de Deus, o argumento teleológico expõe falhas na teoria da evolução. Porque é necessária transmissão de código genético para seus semelhantes, mais uma vez este fato não acontece aleatoriamente.

Argumento ontológico:

O argumento ontológico, não é baseado na observação do mundo (como o cosmológico e o teleológico), mas na razão. Ele começa com a definição de Deus como “do que este não pode ser concebido alguém maior”. Argumenta-se então que existir é maior do que não existir, logo o maior ser que pode ser concebido tem que existir. Se Deus não existisse então Deus não seria o maior ser que pode ser concebido – mas isso iria contradizer a própria definição de Deus.

Argumento moral:

O argumento moral é sem dúvidas, o calcanhar de aquiles de todas as cosmovisões, é necessário que Deus exista para que existam leis morais.

Isso é diferente de acreditar em Deus, estamos falando na necessidade da existência de Deus. Sem Deus tudo é válido e permissível, mas ninguém vive desta forma. Se existem valores, é obrigatório que Deus exista, mesmo que se fale que não há regras, ninguém consegue viver desta maneira, porque como podemos definir o valor moral (bom, mau), dever moral (certo e errado)?

Deus é a expressão máxima do valor moral, sua natureza é a expressão da própria bondade, todas as pessoas tem características morais impregnadas em suas vidas,  todos as culturas ao longo da história tem mostrado alguma forma de lei, todos sabem o quanto errado é matar, roubar, agir de forma imoral, é necessário existir um Deus Santo com um padrão de moral absoluto de onde derivam estas leis.

Geralmente as propostas em defesa contrária ao padrão absoluto de moralidade, é de que a verdade sobre a moralidade é relativa,  porque são  padrões morais  recebidos ao longo do tempo pelas mudanças da sociedade. 

Novamente é usada uma “falácia genética”, a ideia de que a crença da moralidade tem sua origem ao longo dos costumes da sociedade, todavia não é porque uma sociedade aprova algo, que isso seja de fato certo, em casos onde a prática de estupro poderia ser considerada como correta perante tal sociedade, certamente que a vítima não tem a mesma opinião.

O tipo de argumento sobre a verdade da moralidade ser relativa é um tipo de argumento auto destrutivo, porque se a verdade sobre a moralidade é relativa, então esta opinião sobre isso também não pode ser tida como absoluta.

È necessário que Deus exista para que os padrões morais absolutos existam, sabendo que a definição de que Deus existe, que Ele é o criador, como saber qual é o verdadeiro dentre tantas religiões?

Sabemos que a Bíblia nos demonstra que Deus se revelou através da sua criação,  e a revelação especial de Deus, mas neste caso poderíamos dizer o seguinte, a criação tem algumas características, e podemos ver qual Deus se encaixa dentro das perspectivas da criação, assim como um artista deixa rastros em sua obra, Deus também deixa na criação, de todos os “ditos” deuses, qual se encaixa melhor na característica da criação?

1-Marcas na criação:

A grande parte das coisas que relacionamos na criação são dividas em 3 x 1: Tempo(P-P-F), Espaço (A-L-P), Matéria (P-N-E), Estados materiais (S-L-G), Célula (Dna-Rna-Proteínas), etc...Essas características trazem a realidade de que o criador deve ter esses requisitos, que são destacados em sua obra, e somente a Bíblia descreve esse Deus 3 x 1, então é fato que o Deus da Bíblia é o criador.

Percebemos claramente que fomos criados com intenção, não meramente ao acaso, possuímos várias características definidas e que mostram a intenção de uma mente superior (Deus), ou seja, alguns argumentos filosóficos trazem a luz, a necessidade de um padrão supremo para que possamos ter bases como as que temos para:

1- Argumento teleológico (coisas completas e perfeitas).
2- Argumento estético (Beleza e verdade).
3- Argumento volitivo (escolha e vontade).
4- Argumento moral (Certo e errado).
5- Argumento cosmológico (causa e efeito).

Podemos nos basear em duas afirmações fundamentais:


1- O mundo foi criado (O universo e a vida não surgiram espontâneamente).

2- Deus criou o mundo (Deus da Bíblia é o verdadeiro criador).

Os cristãos, devem estar preparados para falar o motivo de sua fé, sabendo que o cristianismo é totalmente defensável racionalmente, mas ainda assim, saber que a Bíblia é a palavra de Deus, e que o homem, apesar de todos os argumentos lógicos e filosóficos, permanece morto em seus delitos e pecados e cego para a verdade, a não ser que o Espírito Santo desvende seus olhos, todavia, devemos estar prontos para demonstrar que a fé  cristã, não é desprovida de racionalidade, ou seja, crer também é pensar.

Em Cristo

Guinho






fontes:
1- Em guarda- Wilian Lane Craig
2- www.gotquestions.org,br  

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